TRRIM-TRIM!
Ainda não vieram os dias quentes
de um esperado Verão depois de um ano pluvioso quanto baste! Aguardemos.
Pode
parecer paradoxal, mas um dos temas dominantes desta croniqueta serve para que
se abra uma petição nacional para o retorno às campainhas estridentes dos
telefones, em detrimento da pequenina luzinha intermitente que aparece junto às
teclas de qualquer recetor colocado nas portarias da maior parte dos serviços
públicos do País.
Vamos lá
ver se me explico melhor, ou se consigo que a mensagem chegue sem
interferências a quem pacientemente me lê.
Se
alguém “ousar” telefonar para um serviço publico entre as 9 e as 10 horas da
manhã, ou a partir das 16 horas é quase certo que ninguém lhe atenderá o
telefone, e muitas vezes a pessoa responsável por esse trabalho está ali mesmo ao
lado. Esta é a verdade, constatável ao longo de muitas tentativas goradas para
telefonar para alguns serviços públicos. Infelizmente um cada vez maior número
de gente destes serviços adere a esta “praga” que se vai instalando no
quotidiano dos serviços do Estado, de norte a sul de Portugal e Regiões
Autónomas.
Não me
cabe a mim fazer juízos de valor sobre o comportamento destas pessoas, que substituiu
a “rapariga da cavilha”, ou a “menina dos telefones” imortalizada na canção de
1961 de Maria José Valério, mas a realidade é que cada vez mais o estar num PBX
(ou correlativo) é uma tarefa entediante e que ninguém faz por gosto, tudo para
desgosto de quem precisar de entrar em contacto com alguém a partir de horas
que pelos vistos passaram a ser consuetudinariamente incomodativas.
Hoje sou
a favor do retorno à campainha estridente nos telefones, já que nem que fosse
para calar o som incomodativo as pessoas obrigavam-se a atender e nem que seja para evitar os olhares reprovadores das
pessoas que circulam por perto. Aí voltaríamos ao tempo de ouvir frases como,
“Ninguém atende a porcaria do telefone!” ou outras entrecortadas com palavras
bem mais ordinárias!
Podem
ter a certeza mais que absoluta que a maioria dos telefonemas eram atendidos, e
dispensar-se-iam as músicas enfadonhas que certa gente escolhe para o demasiado
tempo que se está à espera de uma ligação para alguém, que estando lá manda
dizer que não está para não ter que se aborrecer com mais um utente, ou mais
uma situação imponderável perto da hora de saída.
Aos
telefones estridentes haveremos de voltar, neste SIMPLEX de proximidade,
principalmente para apoio aos muitos utentes que não tem possibilidade alguma
de se deslocar a certos lugares, e muitas vezes terem que ir a determinado
serviço para assuntos comezinhos que se resolveriam numa chamada feita a tempo.
Outra
questão bem mais grave que esta tem a ver com o tempo prolongado com que muitas
vezes os telefones estão avariados em certos serviços, com prejuízo evidente
para os utentes que precisam de contactar . Às vezes as avarias prolongam-se
por meses e até um ano e meio, como já aconteceu recentemente num determinado
serviço publico na região, e as pessoas obrigam-se aos maiores incómodos para
conseguirem tentar resolver os seus problemas.
Vamos
pois voltar ao tinir estridente dos telefones e posso dizê-lo sem errar que a
resolução de certos problemas e a resposta a algumas questões passarão a ser
céleres.
Fernando Pereira
7/6/2016
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