27 de junho de 2008

As Povoações históricas de Angola /Ágora/ Novo Jornal/ Luanda 28/6/08





As Povoações Históricas de Angola

Numa recente entrevista ao jornal português Diário de Notícias (14/07/07), o arquiteto Fernando Batalha disse a Leonor Figueiredo, que só queria viver até ao lançamento do próximo livro,”As Povoações Históricas de Angola”!
O livro acabou de sair, e já está disponível para todos os que por motivos profissionais ou por puro diletantismo, se interessam pelo património histórico ainda edificado.
Editado pela Horizonte, em 2008, num livro de 138 páginas, com capa dura e profusamente ilustrado, com o prefácio do arquiteto José Manuel Fernandes, o arquiteto Batalha faz-nos reviver o passado, em Cambambe, Massangano, Dondo, Nova Oeiras e Muxima.
Sem procurar ser exaustivo, o autor consegue fazer uma abordagem muito estimulante, de determinadas épocas, de outras mercadorias e de outros mercadores. Do seu acervo fotográfico, que deduzo ser riquíssimo, reproduzem-se muitas edificações, sendo nalguns casos, ruínas preservadas pela sua teimosia, depois de terem sido lugares de trocas e também de baldrocas, como era o quotidiano comercial colonial desde os tempos da pombeirada.
Não convém esquecer, que este Senhor viveu em Angola de 1938 a 1983, tendo sido um entusiasta na defesa do património, como já disse numa “Agora” anterior, pelo que aqui fica apenas a recomendação do livro, que tem na capa, as escadas de acesso ao porto fluvial da Muxima!
Não sou de peregrinar, embora saiba que há peregrinos, agora particularmente na moda, desde que o escritor brasileiro Paulo Coelho, um Harold Robbins do misticismo, que através do seu livro “Diário de um Mago”, colocou milhares de leitores a palmilharem a Estrada de Santiago, nessa multidão que vai até à praça do Obradoiro em Santiago de Compostela na Galiza, para cumprirem as “suas promessas”.Desculpem-me os admiradores de Paulo Coelho e de Santiago, mas eu sobre esse tema, o que ainda mais gosto é do filme do Buñuel “Estrada de Santiago”, que revejo quando posso.
Tanta conversa, para dizer que fui duas vezes à Muxima em toda a minha vida e em nenhuma delas fui com convicção de peregrino.
Fui sempre pela estrada que virava no 44, que era alcatroadamente esburacada até à jangada, e depois arenosamente emburacada até à Muxima.
Apesar de não acreditar nos ritos e mitos que convergem na vila, é um espaço que não me deixa indiferente, pela sua calma e pela envolvência estranha da vegetação, da cor ocre da sua terra e da grandeza do braço do Kwanza.
A Igreja jesuíta é um belíssimo exemplar, e quando entro no local das oferendas fico extasiado com o que vejo, pois entre as ofertas que havia encontrei vários exemplares da “Vida Soviética”, a “Revista Militar”, o “Sputnick”, e ainda alguns exemplares de livros de poetas angolanos da União dos Escritores, para além de latas vazias de óleo de palma holandês e algumas especiarias que proliferavam nas prateleiras dos “Nzambas”, numa altura em que o MCI (Ministério das Coisas Incríveis), resolveu apimentar e acanelar as paupérrimas dietas dos angolanos, do tempo do nunca esquecido, e nalguns casos saudoso arroz com peixe frito.
Depois de descrever este pechisbeque que havia na Igreja de Nossa Senhora da Muxima, fica-me a lembrança das vezes que lá fui, em que na última disse do cimo do monte sobranceiro à vila: “Esta foi a primeira vez que cá venho desde a última que cá estive”, que era como normalmente o presidente português Tomás iniciava os discursos em qualquer terra que repetia visita.

Fernando Pereira 23/06/08

21 de junho de 2008

Desconversas/Novo Jornal/ Ágora/ Luanda 20/6/08


Hoje quando estava a ler um matutino qualquer, em que o assunto era uma invariável cruenta análise sobre a situação na África do Sul, lembrei-me do saudoso João Martins.
Poderá parecer paradoxal lembrar-me do João Martins, muitos anos depois da sua prematura morte, mas de facto veio-me à lembrança uma das suas tiradas, num dia qualquer do distante ano de 1980. Perante a onda crescente de cooperantes, que entretanto chegavam a Angola, ele dizia com uma certa piada:”Temos de libertar a Namíbia e a África do Sul, já que é a única oportunidade de sermos cooperantes.
O João Martins, foi director da Casa do Desportista na ilha de Luanda, onde vivi durante cerca de um ano, nos tempos da “gastronomia criativa”. Era uma excelente pessoa, do Ambriz, com uma pasta tipo Bond, feita na Onil, que abria com um fósforo ( IFA) e onde estavam dezenas de requisições ao Ministério do Comércio Interno, que fazia gáudio em mostrar-nos, quando quotidianamente reclamávamos a constante repetição da comida e a falta de qualidade da mesma.
“Malandros”, era uma frase recorrente no léxico do João, perante as queixas dos comensais regulares, onde me incluía, e as equipas nacionais que por lá estagiavam para provas internacionais.
Tinha por ele estima e consideração, mas isso não evitou um ou outro episódio mais “delicado”, que hoje apenas lamento não estar cá o João, para se rir comigo e com os muitos que conhecem a história.
Num desses períodos de RAL (recursos alimentares limitados), começou a aparecer na dieta alimentar da Casa do Desportista um prato que seguramente não se encontra em qualquer cardápio no mundo:” O Churrasco de ovo”.
Esforçava-se por ser uma omoleta, mas o ovo assim como a cebola eram liofilizados e o alho era em pó. Era uma omoleta que comi invariavelmente, durante uma semana, ao almoço e ao jantar, e nunca conseguiu ter a mesma cor, pois era amarelamente esbranquiçada ou amarelecidamente preta, pois o óleo era de uma cor esquisitíssima, assim do tipo manteiga rançosa que lhe dava um verdadeiro desgosto às primeiras trincadelas. Rendia a tarde toda, porque era tipo borracha e colava-se a todas as paredes do tubo digestivo por onde passava.. Estoicamente, fui aguentando até que um dia pedi ao empregado que me servia, que me desse um envelope e uma caneta, ao que ele prontamente acedeu, porque também era uma vítima do atentado ao fígado que todos éramos diariamente submetidos.
Ficou surpreendido quando coloquei o “churrasco de ovo” dentro do envelope e mandei colocar em cima da secretária do director, com a refencia que lhe oferecia o almoço!
Quando o João Martins vê aquilo, roga-me as pragas possíveis e impossíveis e ei-lo no seu 127 amarelo a caminho da então Secretaria de Estado dos Desportos, onde pede uma audiência urgente ao Rui Mingas, que admitiu quando me chamou para me “repreender”, que não lhe foi fácil manter uma pose com alguma dignidade perante o que lhe estava a ser contado.
Sinceramente, hoje acho que em iguais circunstancias ainda hoje o faria, pois um dos filmes da minha play-list é “Oh! Amigos Meus”, em que um conjunto de amigos sessentões, estabilizados social, familiar e financeiramente na vida, se organizam de quando em vez para pregarem partidas, como faziam há quarenta anos atrás, e uma das cenas marcantes do filme é passada numa estação de caminho de ferro, e com um comboio a iniciar a marcha, e as pessoas debruçadas nas janelas a acenarem, quando os seis arrancam dum lado e do outro do comboio a zunir chapadas a quem tinha a cabeça de fora. Bem colocados na vida e bem dispostos sempre!

12 de junho de 2008

"JANGO Jornal para ler e guardar"/Ágora/Novo Jornal /Luanda




Estive para fazer uma croniqueta sobre qualquer coisa de actualidade, que não se confunda com utilidade, porque nos tempos que correm, a maior parte das vezes nem uma nem outra são compatíveis, podendo ser competíveis.
Acontece que no meio de milhares de coisas que fui guardando, o que pode ser sintoma de velhice, avareza, caciquismo de cultura, enfim múltiplas coisas, mas o que é efectivamente relevante é que descobri num molho de jornais, uma colecção do Jango.
Quando olhei para aquele jornalzinho de páginas amarelas, que sei que era desta cor para não se confundir com o “Financial Times” (!!!), detenho-me a pensar quanto empenho, quanto voluntarismo e quanta boa vontade o David, a São, o Fernando Marcelino e poucos mais, colocaram na vida de um projecto, que para alguns foi só mais um pequeníssimo motivo para serem objecto de um vil assassinato, perpetrado por protozoários de invisível, mas de torpe catadura.
No numero 0 do Jango, de 28/8/92, saído precisamente no dia anterior ao início da campanha eleitoral das primeiras eleições gerais no País, os fundadores propunham que este amarelo papel, mas jamais amarelecido,”estava aberto a todos que não vem para ferir”. Propunham uma “informação formativa”, e esperavam poder ser um lugar onde se dessem a conhecer “as deficientes condições em que continua a viver a grande maioria do nosso povo”.
O “Jango”, foi um jornal teimosamente criado para defender o mundo rural, já que era afirmativo no “editorial” do seu numero 0, que “ A preocupação constante é a população rural”. O Governo continua a ser uma emanação das cidades, e a cidade é muito mais exploradora da área rural que o seu apoio.”.
Hoje quando peguei no “Jango”, que tinha sede no Huambo e a administração em Luanda, veio-me à lembrança um grupo de gente solidária, de uma enorme vontade de fazer, insensível às ameaças, mas sensível aos problemas dos muitos que os procuravam e do quotidiano de miséria dos que os rodeavam.
Os malsins que os espiavam, os assassinos e os seus mandantes devem hoje passear-se calmamente, numa qualquer rua de uma qualquer cidade de Angola, e só aqui são lembrados, porque abateram gente intelectualmente superior, pessoas ideologicamente formadas com princípios humanistas, e respeitadoras da dignidade dos cidadãos do seu País, que foi feito à custa da sua luta na idade da razão e a sua continuação na sua razão da idade, até que umas balas fizeram perder mais idade, mas ganharam mais razão, sem contudo a poderem partilhar, com tantos entre os quais nós, que os estimávamos.
Do projecto inicial do Jango, há dezasseis anos, alguns já morreram, outros envelheceram, melhor agrisalharam os cabelos, alguns leitores, como eu, acabámos por ter mais idade, mas seria um lapso enorme não fazer aqui uma referencia, ainda que muito modesta a uma edição que embora efémera, foi uma verdadeira síntese de boas vontades, e de uma coerência de princípios afirmativos do País.
Passados quase dezasseis anos desses hediondos crimes a gente livre e liberta, e num momento em que citando Brecht ,” A paz eclodiu de novo”, fica aqui a lembrança e a saudade, e quanto a mim só me resta continuar a cumprir o que dizia nas páginas centrais do Jornal: “Jango, o jornal para ler e guardar”
De vez em quando releio-os como foi o caso, por isso agradeço a recomendação!





Fernando Pereira

África do Sul: Xenofobia a fogo por falta de ferro! /Novo Jornal / Luanda


Os recentes acontecimentos que se verificaram na República da África do Sul, são deveras preocupantes para a instável estabilidade do sul do continente.
A África do Sul é dos países do mundo com um maior crescimento, na ordem dos 5% o que é assinalável, mas não deixa de ser preocupante a sua percentagem de desempregados, na ordem dos 25% da população activa; sem um sistema social que garanta minimamente a sua sobrevivência, num quadro de vida com alguma dignidade.
Muito se tem falado sobre os recentes acontecimentos, que devem ser olhados pelos africanos com alguma cautela, pois o eclodir de uma sublevação interna com razoável significado, pode ser rastilho para os países limítrofes e também para os da SADCC, de que Angola é membro fundador.
Não deixa de ser paradoxal que quarenta anos depois do assassinato de Luther King, da repressão violenta aos negros nos Estados Unidos, que apenas lutavam por melhores condições de trabalho e direitos cívicos iguais aos dos brancos em todos os estados, surja em África uma questão xenófoba, num país, que há pouco menos de vinte anos, era o berço puro e duro do torpe racismo étnico no mundo.
Já se adiantaram pormenores múltiplos sobre as razões desta xenofobia, que se espera ver contida de imediato, embora ela tenha sempre como motivação primordial, o da economia que não consegue gerar emprego para todos.
Para além das circunstâncias já aduzidas por tanta gente, a convicção que paira é que a África do Sul, pouco mudou para a grande maioria da população com a subida do ANC ao poder.
As expectativas na mudança por parte da maioria sul-africana, não se cingiam apenas ao facto de começarem a haver autocarros, escolas e hospitais mistos, ou um governo maioritariamente sufragado pelos cidadãos dentro do princípio reitor da democracia um cidadão, um voto. Embora isso tenha sido apreciavelmente positivo, num território onde tudo funcionava fora do contexto normal da história no ocaso do século XX, chegou provavelmente a altura de começar a ter de se criarem regras para uma distribuição mais equitativa da riqueza.
Mandela, a quem provavelmente já não se podia exigir muito mais quando ascendeu ao poder, fez a transição pacífica num país, onde era expectante um banho de sangue por feridas de muitos anos de segregação inerente ao apartheid. Convenhamos que foi relevante devolver à África do Sul a respeitabilidade no seio das nações. Foi decisivo, mas o sistema económico não se alterou, e alguns históricos que o acompanharam na luta, na prisão ou no exterior estão velhos ou foram falecendo entretanto.
Do ANC que não esteve na cadeia, mas que esteve no exílio em Angola, Moçambique, Zimbabué, e noutros locais, emergiu uma elite de dirigentes, e também alguns que se “reformaram” da luta, e entraram nos negócios, sendo hoje as estrelas do “empreendorismo” e do novo riquismo sul-africano, esquecendo que as diferenças entre a concepção de Azania e África do Sul ainda não estão resolvidas, assim como quase todas as outras, porque nada disso se resolve por decreto!
Mbeki, foi um quase presidente estátua, pois foi vendo a situação a alterar-se internamente, e até mesmo em locais que a África do Sul tem responsabilidades objectivas, como é o caso do Zimbabué e nada fez, aparecendo sempre titubeante e com propostas pouco esclarecedoras e acima de tudo sem força acrescida, algo que as circunstancias exigem a um presidente que sabia que não devia deixar tudo como estava.
Houve um tímido crescimento de alguns novos empresários, mas a sensação que vai existindo é que está tudo na mesma, e era desejável, se ainda não for tarde, que se faça uma redistribuição de riqueza, que não aliene de forma aventureirista os fundamentos económicos, e naturalmente a dinâmica produtiva do País.
A xenofobia é facilmente explorada em momentos de pobreza, mas não deixa de ser cruel que sejam os moçambicanos e os zimbabueanos a serem as maiores vítimas do desmando e da violência que vimos irromper nos últimos tempos; Se havia povos que mereceriam a gratidão da quase generalidade dos sul-africanos, são precisamente os povos dos ex – Países da Linha da Frente, que foram os mais sacrificados na longa luta pela liberdade, contra o apartheid.
Este movimento não é isolado, e observa-se que a África do Sul obsta sistematicamente à tentativa de construir um mercado comum da África Austral, o que indicia que se herdaram tiques, que teria sido excelente que tivessem sido erradicados em tempo útil, para se evitarem o avolumar de desconfianças em todos os lados, e surgirem situações internas incontroláveis com o efeito bola de neve em todas as economias e com consequências graves quotidianos de vida das populações dos países à volta.
Há uma enorme esperança em Jacob Zuma por parte da grande maioria sul-africana, principalmente e recorrendo a um termo peronista, os “descamisados”. Teme-se que o evoluir da situação talvez não dê para muita espera, e a realidade que se começa a viver é preocupante, principalmente quando os primeiros visados são as populações mais vulneráveis e curiosamente os vizinhos próximos, que guardarão sempre sentimentos confusos e desencontrados.
O que se passa na África do Sul, pode ter as razões do que se passa no Kozovo, no Ruanda, e em tanto lugar, por isso não se deve olhar apenas com comiseração, mas acima de tudo com a necessidade óbvia de se prepararem cenários, para eventuais dias que se esperam sombrios, reafirmando que a culpa vai inteirinha para um ANC que se deslumbrou com o poder, e esqueceu-se do muito que lutou e fundamentalmente dos muitos que com ele lutaram e que muito sofreram, como foi por exemplo o caso do nosso País.

Fernando Pereira
4/06/08


Publicado no suplemento da economia do Novo Jornal em 13/06/08

6 de junho de 2008

Esta edição foi feita por militantes do MPLA em Lisboa/75-76





Edição dos Comités MPLA/ Portugal, a viver ali para os lados da Conde Redondo, mais própriamente na Rua Luciano Cordeiro em Lisboa.

1ºs Campeonatos Nacionais Universitários depois do 25 de Abril de 1974


Realizaram-se em Coimbra, ao tempo com 3 universidades e quinze modalidades.
A Comissão organizadora era pela Associação Académica de Coimbra representada por Fernando Pereira (o patrono deste BB..brilhante blog) e a Teresa Oliveira.A AAC coordenava a Comissão organizadora e a comissão desportiva dos jogos.Pelo Centro Desportivo Universitário de Lisboa, eram membros da comissão, Franklim Dias e Gonçalo Botelho e pelo Centro Desportivo Universitário do Porto o Costa Lima e o Luis Falcão.
Estes campeonatos retomaram uma tradição quebrada em 1971 com os Campeonatos Universitários organizados pela CNDU em Guimarães sob os auspícios do Dr. Armando Rocha, que foi quem leu o elogio a Salazar na inauguração do Estádio Nacional, envergando garbosamente um fato da MP (bufa)

Fernando Pereira...em cordação e recordação

Pythonesque/ Ágora / Novo Jornal /6-06-08/ Luanda







Por humor de Deus, é uma adaptaçãozinha tímida, de uma frase recorrente no quotidiano linguajar das pessoas, CARs ou não CARs., excluindo obviamente os enquadrados ateus, ou no mínimo agnósticos.
Desvou falar de religião, mas fazer uma abordagem à mais lendária série de televisão, a BBC Monty Python’s Flying Circus, isto para alterar o texto no contexto deste espaço.
Há trinta anos a esta parte, que acompanho este grupo, e tenho a clara convicção que se alterou humor televisivo em todo o mundo, desde que John Cleese,Eric Ilde, Terry Gilliam, Terry Jones, Michael Pali e Chapman, nos começaram a presentear com as suas aparições regulares em várias TVs a nível global.
O humor dos Phytons, como também são chamados, é realmente o verdadeiro humor britânico, o herdeiro da tradição da poesia nonsense, e é corrosivo e não poupa alvos, escolhendo a maior parte das vezes pessoas e instituições, que antes do seu aparecimento nem se julgavam passíveis de meros dichotes, quanto mais terem que se confrontar com séries inteiras deste grupo do fazer rir inteligente.
Quando vemos os Phytons, podemos quase fazer uma catarse a nós próprios, pois eles conseguem ridicularizar o que durante tantos anos foi imaculadamente e também ridiculamente sério.
Aparentemente os Monty Phytons não tem regras muito rígidas, e assim se mantém desde o seu aparecimento em 1969, ao tempo num genérico, com um grafismo muito parecido com o Yellow submarine dos Beatles, que tinha sido um êxito um ano antes em todo o mundo. Os seus papeis ridicularizam tudo e todos, e no “Sentido da vida”, eles próprios se expõem ao ridículo, num sketch inigualável..
Não sei se é influencia, mas em determinados momentos, consigo num quotidiano e com as pessoas aparentemente mais normais do mundo, faço exercícios que mais não são que tentativas ainda que demasiado pueris de os imitar. Na hermenêutica do texto político e no comportamento dos dignitários dos regimes, encontramos então um terreno, que é um verdadeiro manancial de recolha para sketchs dos Phyton.
Na míriade dos políticos, algum empresariado angolano, acolitados por uns quantos emergentes “imigrantes”, tenho a sensação que nem seriam precisos os Python, para cobrir de ridículo situações que fazem parte do quotidiano da Angola das “oportunidades”.
Depois deste “quase devaneio”, só posso dizer que ninguém devia morrer, sem pelo menos, ver os Monty Python uma vez na vida, porque julgando-se inteligente nunca deixará de querer ver tudo.
. Está muito do seu trabalho editado em DVD, principalmente o melhor dos “ BBC Flying Circus” (21 DVDs), o “Sentido da Vida”, a “Vida de Brian”, o “Cálice Sagrado”, “E agora algo completamente diferente”, e ainda um conjunto que tem os “Melhores momentos dos Monty Python” num total de 6 DVDs. Acresce a tudo isto os sketchs de teatro, livros onde se recomenda, entre outros, “Os Monty Phython por si próprios”, programas de rádio e participações em entrevistas.
É óbvio que era inevitável que do léxico comum, ao vocabulário inglês se tenha enraizado o termo pythonesque , que é nem mais nem menos que muitas expressões do quotidiano do trabalho dos Pythons colocados no viver diário dos ingleses.
Já agora e para finalizar CAR, quer dizer Católico Apostólico Romano.

Fernando Pereira 29/05/08

2 de junho de 2008

Este disco tem história!



António Beja, fez este disco em 1970, em que metade dos fundos conseguidos com a venda deste disco editado pelo Angola Comité (com sede em Amesterdão)seriam para o MPLA, FRELIMO E PAIGC. A outra metade será enviada para a CSPPP (Comissão de Solidariedade aos Presos Políticos Portugueses, sedeado em Paris.

A Face A
O adeus de guerrilheiro
MPLA
A ti inválido

A face B
Portugal está governado por assassinos
O padre capelão
As crianças não sorriem

Fernando Pereira
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