14 de outubro de 2010

MAL POR MAL VENHA O POMBAL/ O Interior 14-10-2010

No dealbar da semana passada, o actual inquilino de Belém, Cavaco Silva, de sua graça, presidente dos portugueses para desgraça, veio solenemente informar os portugueses, que tinha promulgado o decreto 2000 do seu mandato presidencial, relativa à preservação do ambiente marinho.

Vem-me à memória um outro presidente, o Tomaz que era Américo, marido da Gertrudes e pai da Natália, que cinquenta anos antes, num discurso, sobre uma outra promulgação dizia o seguinte: «Comemora-se em todo o país uma promulgação do despacho número Cem da Marinha Mercante Portuguesa, a que foi dado esse número não por acaso mas porque ele vem na sequência de outros noventa e nove anteriores promulgados.».

Um destes dias vi no YouTube, uma peça de um trabalho da SIC, sobre a visita do magistrado Cavaco Silva, por sinal o mais alto da Nação, a uma herdade, onde uma vaca estava a ser ordenhada através de meios mecânicos, que motivou comentários verdadeiramente hilariantes, parecidos com este: «Hoje visitei todos os pavilhões, se não contar com os que não visitei.» (Tomaz dixit).

Não foi único, pois Mário Soares, um geronte que continua a debitar opiniões, entre muitas enormidades, teve a lata de adormecer no Blue Note, em Nova York enquanto Etta James cantava. Mas como o homem é obeso, dá umas sonoras gargalhadas, tem uma fundação paga pelo erário público, desculpa-se isso, e acaba por ser lastimável muito mais de muita desgovernação que fez e promoveu, enquanto primeiro-ministro e Presidente da Republica.

. Mário Soares criticou as " vozes de derrotismo " que não acreditam que Portugal saia da actual crise, e lembrou que o passado recente ficou marcado por " crises tão graves ou piores " do que a actual. Tomaz disse em 23/6/1964 ao DN sobre o assunto: «A minha boa vontade não tem felizmente limites. Só uma coisa não poderei fazer: o impossível. E tenho verdadeiramente pena de ele não estar ao meu alcance.»

Voltando a Cavaco Silva com ao “Nunca me engano, raramente tenho duvidas”, proferida em 1990, traz-me uma emblemática do Tomaz, cortada pela censura do regime, e integralmente colocada pela Seara Nova em 1972, quando já se anunciava o estertor da ditadura: «Pedi desculpa ao Sr .Eng.º Machado Vaz por fazer essa rectificação. Mas não havia razão para o fazer porque, na realidade, o Sr. Eng.º Machado Vaz referiu-se à altura do início do funcionamento dessa barragem e eu referi-me, afinal, à data da inauguração oficial. Ambas as datas estavam certas. E eu peço, agora, desculpa de ter pedido desculpa da outra vez ao Sr. Eng.º Machado Vaz.»

Pior que tudo isto, só a frase de Almeida Santos, dia 29/9/2010 à saída da sede do PS: "O povo tem que sofrer as crises como o Governo as sofre."

Já estou como dizia o povo em 1777, sobre o Marquês: “Mal por mal, venha o Pombal!

Fernando Pereira

30/9/2010

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