24 de maio de 2010

Era bom que se fossem lembrando!/ O Figueirense/ 21-5-2010


Era bom que se fossem lembrando!

Quarenta e três anos depois do assalto à dependência do Banco de Portugal na Figueira da Foz (17 de Maio de 1967), feito por Palma Inácio, Camilo Mortágua e outros, onde levaram a quantia de 29.274.360$00 (aproximadamente 164.020 euros), na mesma cidade, assisti a mais um assalto à inteligência desportiva do país. O programa “trio de ataque”, vem todos os anos até à Figueira, fechar a época, e a verdade é que é um programa igualzinho a todos os outros sobre desporto, uma perfeita quase inutilidade e o reduzir o futebol à estultícia generalizada.

De todos é provavelmente o menos mau, embora já tenha assistido num destes programas em que o comentador de um dos clubes resolveu colocar a equipa a jogar em 4,5,3 losango!!! Não vou dizer qual deles foi, mas garantidamente não foi o mais sóbrio de todos, o Rui Moreira!

Estamos no fim da época desportiva de modalidades de salão, ginásio, pavilhão e estádio, e temos que admitir que foi um ano atípico, com derrotados surpreendentes e com campeões que só viram a luz no fundo do túnel na última jornada do campeonato, isto falando do campeonato da 1ª divisão nacional de futebol.

Terão surgido circunstancias várias, como a vinda do Ratzinger a Portugal, as cinzas da Islândia, o ultimo ano de mandato do Lula, o não apuramento do Ginásio Figueirense para os play-off do campeonato de basquetebol, terem subido os impostos depois de repetidas vezes ter sido reafirmado que nunca seriam aumentados, não haver festival de cinema da Figueira da Foz este ano (!!!!) e o Vara não ter sido falado para a presidência do Benfica, ou do Berardo Shoping, onde é um Bem Amado forever.
Já agora, também porque o Baltazar Garzon foi suspenso, porque há crimes que foram feitos para se perpetuarem nas catacumbas, longe da memória colectiva dos povos, e os seus responsáveis poderem viver de bem consigo, “Por Dios e la Patria” (Sinais de Fogo, Jorge de Sena, provavelmente o melhor romance português do século XX).

Já que estivemos a falar de desporto, não de cultura física, mas de recreação, posso dizer que em Portugal, o FC do Porto apenas teve até hoje um presidente preso, que foi Afonso Pinto de Magalhães, por ter sido o único da grande finança que apoiou Humberto Delgado (Ver Negócios Vigiados, excelente livro de Filipe Fernandes e Luis Villalobos).

Hoje fico-me por aqui, para não me acusarem de escrever bué!
Mas ainda fui a tempo de me lembrar do “cantinho do Morais”, do Mário Simões. O João Morais morreu a semana passada. O Mário Simões, bom amigo, um figueirense, e só é pena estes devaneios, como o disco que ilustra o artigo, que coloquei violentando-me de uma forma, que só os que muito considero merecem!
Fernando Pereira

Este artigo foi publicado no blog Zas-Tras, que por sua vez foi remetido para as paginas de opinião do semanário "O Figueirense", da Figueira da Foz
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