16 de julho de 2010

Gamanço/ Ágora/ Novo Jornal/ Luanda / 16- 07 - 2010



Vamos dissecar hoje o verdadeiro significado da palavra “Gamar”, que tem mil e um significados, mas na realidade o objectivo final é sempre o mesmo, dependendo apenas do valor do objecto.
Comemoraram-se há bem poucos anos os 500 anos da viagem de Vasco da Gama à India!
Para que conste, o tal de Gama, Vasco de seu nome, tinha uma estátua, em frente à Academia de Musica, no 4 de Fevereiro ,antecipando o estilo decadente da estatuária norte-coreana, que hoje invade a nossa cidade capital.
O moço descobriu o caminho por mar! Foi um feito, mesmo sabendo toda a gente que o caminho por terra era muito mais curto! De facto a viagem de Gama, não podia ter tido um personagem com apelido mais apelativo, para aquilo que as potencias coloniais iriam fazer nos 500 anos seguintes: GAMAR.
D. João II, um dos reis mais inteligentes que Portugal teve, escolheu bem o perfil do navegador, incluindo o seu nome, para os desígnios futuros das suas campanhas pelo Oriente. Desculpem o homofóbico da linguagem, quiçá algum desbragamento, mas não posso deixar de pensar que alguns dos marinheiros da campanha do Gama foram aliciados porque iam ao reino do Cochim, mas a meio do caminho conseguiram ser demovidos a muito custo por irem a Calecut, coisa que a maioria da marinharia estava habituada, pois as longas permanências no mar obrigava-os a outras opções, diferentes das de em terra firme (cuidado que isto é uma cacofonia).
O Gama, levou como sub-capitão outro Gama, Paulo de seu nome, para no caso de vacatura do primeiro, o Gamanço se perpetuasse.Paulo acabou por se finar antes do regresso a Portugal.
Lá foram as três naus e o Bérrio, a caminho das especiarias e dos afrodisíacos, para terras para lá do Preste-João.
Chegaram lá com muito estrondo, cheios de salamaleques e ofertas, para logo na viagem de circum-retorno congeminarem logo como haveriam de lixar os poderosos senhores de Calecut e Cochim, e inerentemente o seu séquito de mulheres, essas bem mais apelativas (bem mais as de Cochim que Calecut).
Começou então em Gama, o verdadeiro Gamar, e foi uma tarefa bem concebida, pois durou 500 anos. O Gama, também foi arrecadado nos Jerónimos? Não me façam acreditar nisso. O tipo morreu como Vice-Rei da Índia presume-se que com escorbuto, embora se tivesse constado nos meandros da corte que terá sido de gonorreia.
O Gama, como qualquer do seu tempo era da barbárie, porque efectivamente tinha uma provecta barba, que devia ser incomodativa nas grandes viagens e quiçá mesmo uma verdadeira estufa incubadora de piolhos.
Dessei, mas espero que me elucidem sobre se realmente, o gamão, aquele jogo esquisito parecido com as damas, tem algo a ver com o Gama?
Fernando Pereira
14/07/2010
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