8 de fevereiro de 2006

O CASAMENTO QUE TE PROMETI


Casamento no mato ou na cidade,o mau gosto era igual. Vamos lá ver!!O dia começa a raiar depois de uma noite mal dormida, pq entretanto as camas da casa tiveram de ser utilizadas por convivas de longe. E começa a azáfama em casa dela :Mãe, filhas, irmãs, tudo a caminho do cabeleireiro para fazerem uma permanente, que se forem feias, não dão nas vistas, mas se não o forem passam logo a ter esse estatuto. Arrumam a casa a correr , e começa o berreiro sobre a utilização da casa de banho, numa luta contra-relógio que ainda aumenta um pouco mais o enchimento da bexiga, e a consequente indisposição dos que cá fora esperam para que a porta abra (Alguns mais afoitos vão ao quintal). A mãe da noiva começa a por palitos salgados (não pensem mal) nuns pratinhos, com mais uns rissóis feitos na ante-véspera e uns croquetes feitos de restos de carne que se poupou na ultima semana. O pai da noiva já vestido com um fato cinzento e uma gravata cor de rosa, pega numas garrafas e entre muita mixórdia que por lá tem, diz aos convidados que vão aparecendo, que tinha guardado aquela garrafa para o casamento da menina...Nos quartos a azafama é grande e a noiva vai pondo (não metendo como me dizem amiúde) o seu fato cheio de rendas, e umas coisinhas prateadas, pequeninas, do tipo daquelas bolinhas que se metem no creme dos bolos para enfeitar. Pinta-se, calça uns sapatos que ng vai ver, mas que apertam para xuxu e senta-se na cama com um ramo repleto de rendas e flores esquisitas, á espera das fotografias. Ela é foto junto à cómoda de fórmica , ao pé do espelho, onde está uma estátua de uma senhora de branco com três garotos a olharem para ela a orar, ela é foto junto de duas almofadas na cama com o nome dele e dela bordados, ele é foto junto à janela, e ela com um olhar distante como se visse aquela vista pela ultima vez. Passam à sala e novas fotos, com os pai, padrinhos, convidados diversos e a ultima ceia na parede com a televisão por baixo, depois é a simulação na entrada do carro, com duas crianças vestidas nuns fatos esquisitos a agarrarem a cauda..do vestido. O carro está ornamentado com rendas e começo a olhar com algum detalhe os convidados que com um ou dois martinis ou wiskyes em jejum já começam a ganhar a cor acobreada , que não os vai mais abandonar até à noite As convivas com uns fatos de chita ,cheias de folhos, rachas e decotes a tentarem equilibrar-se nuns sapatos de tacão fino, e a sorrirem já incomodadas com o calor que vem e que lhes começa a fazer correr algumas gotas de suor nos sovacos, mal rarefeitos de uma depenagem de pelos recente.Em casa do noivo, o que se passa é mais ou menos o mesmo, só que ninguém lhe segura a cauda&e vão saindo umas bocas do tipo”logo tens de estar bom para a esfrega”, “não te deixes ir abaixo” e outras coisas mais ou menos subtis qto estas.Vai tudo para a Igreja a buzinar
E depois continuarei a contar.
De casa do noivo e de casa da noiva aí vai uma quantidade de carros a buzinarem, enquanto as vizinhas mais próximas, ficam nas janelas a comentar as vestimentas, o feitio dos noivos, a depauperada ou não conta bancária dos pais deles, as escapadelas que elas sabiam sobre eles, o estado do himen da rapariga, enfim coisas que conseguiram queimar o frango na cozinha, o que terá levado uma a dizer:"Aquela tipa qd precisava de nós aqui vinha chatear, mas convidar-nos para o casório...parece ke são finos, deixa-os ir não lhes dou três meses..cambada de ingratos".O noivo e sua caravana, chegou ao largo da Igreja, e reparei no fato, um roxo com golas e mangas de cetim e uns sapatos imaculadamente polidos com uns pendericos à frente, assim como k uns limpa vidros num carro. O padrinho, toma o lugar, sob o olhar embevecido dos pais e ei-los a caminho do altar. Nesta altura faz lembrar ao narrador, o disco do trio Odemira, "o anel de noivado", em que a primeira estrofe dizia "estava a Igreja toda iluminada".De facto aprimoraram-se , pois não havia nenhum dos Santos (é um perigo falar disso aqui na sanzala, pois corro o risco de denunciarem a corrupção e a cleptocracia...mas tenho de os descansar..os santtos que falo são os legitimos, os que despecaram e especaram definitivamente no coração da SMI)que não estivesse com rosas, cravos, antúrios, jarros, e tb fetos e curiosamente pelas setas do S. Sebastião (que tem 3 setas como um partido da moda em Portugal)crescia uma avenca pelo setame que ainda lhe dava um ar de mais infeliz. O padre lá estava no mor-altar, e era um padre pequeno, cara de lua-cheia, com óculos já fora de moda e no caso com alguma incontinência urinária, isto um suponhamos..fruto da pituitária apurada do narrador...(Convém pedir desculpa mas no teclado do marrador o N e o M estão juntos e pode acontecer eu trocar os nomes e ficar narrador).O padre vestido de branco, com uma cara vermelhuscada de quem tem o figado habituado a muitas mistelas de 40% de alcool, e com uma opa ia dirigindo dois "sacristões" pequenos e um sacristão já de idade, mas muito atento ao abrir das carteiras. A noiva demorava-se, os convidados do noivo iam brejeirando sobre as aptidões do próprio ao dealbar da noite, coisa que obrigou uma moça convidada a encolher os ombros, como se soubesse que mesmo calmo, não era um as de trunfo no ke concerne a coisas debaixo das colchas. O nervosismo aumentava, e o padrinho, que tinha oferecido a maquina de lavar a roupa, ia dizendo em voz alta:" Ela foi esperta, arrependeu-se a tempo".As moscas começavam a andar por cima de algumas cabeças com gel, ou nalguns casos oleosidade natural e algumas das senhoras e pequenas iam-se abanando como podiam, e começava aquele cheirinho acre do sovaquinho em contacto com aqueles tecidos de fibra que as pessoas adoram levar a estas coisas.Começam-se a ouvir apitos ao longe,..eu disse apitos,e eis ke chega a noiva, ke foi a unica a ter direito a parara à porta da igreja, pois os convidados do noivo obrigaram os convidados da noiva a porem os carros longe, o ke levou algumas das vestidas com uns fatos do piorio a partirem dois saltos dos sapatos...A noiva assoma à porta da igreja e o organista começa a teclar os acordes da marcha nupcial...um dos putos das alianças malha pq se enrola na cauda do vestido da noiva e quase encaudava a cerimónia, pois puxou o véu, que estava preso com clips ao cabelo.O fotógrafo não se cansava de clicar e lá ia a moça numa passadeira vermelha desbotada a caminho do altar, com o seu pai todo direito (ng dizia que sofria de bicos de papagaiao),e tb porque o fato era apertado, no caminho da felicidade. A noiva olhava ora para o noivo, ora para o chão para não malhar, e o fotógrafo tudo captava. Chegaram ao altar e deram a dis miudos que estavam vestidos com algum tecido que sobrou de alguma sanefa ou cortinado de alguma casa, uma cesta com rendas com 2 pássaros bicudos que tinham na ponta duas alianças..os miudos eram pois os aliançadeiros 2. No palco, desculpem no altar dá-se o grande encontro...e o padre começa uma missa, com as orações, advérbios , proposições e tb algumas posições ke são dispensáveis de comentar, pois são recorrentes, e no ar começa a pairar o cheiro da cera das velas, o incenso,o sovacame dos fatos dos convidados e tb o já citado odor da próstata desiquilibrada do padre. Chega a altura fatal, um dos alianceiros, vestido com sobras de cortinado, não quer dar e logo leva uma chapada, e muito a contragosto entrega os aneis dos bicos dos pássaros ao noivo, que impele no anelar suado da rapariga a aliança, e ela faz o mesmo no dedo do moço. Ele puxa o véu e dá-lhe um beijo timido na ponta dos lábios, ou não estivesse na Casa do Senhor...O organista continua a dedilhar e um coro desafinadíssimo canta umas canções inaudíveis, que aumentam a incomodidade dos presentes. Mães de noivos choram, e acabam todos nos braços uns dos outros jurando fidelidade eterna. Na sacristia, o padre faz as contas, o padrinho paga, os noivos assinam, enquanto o adro da igreja fica pejado de cores que nalguns casos até ferem os olhos pouco sensíveis, por serem de tão mau gosto.

No descer do altar para a entrada, ouvem-se os acordes do organista de serviço tocar o "linda e radiosa vai a noiva", e na passadeira coçada noivos vão de braço dado recebendo os parabens (nunca percebi pq já ke nenhum faz anos nesse dia) e felicidades. A noiva, lá se vai empoleirando como pode no braço, pois como se previra, os sapatos novos começam a fazer-lhe um certo ardor no calcanhar.Na porta aglomeram-se os vestidos de chita, os de licra, os de seda marroquina, os fatos da Maconde, os restos dos cortinados, sanefas e camilhas, à espera da chegada dos nubentes. Ei-los que assomam à vetusta porta da igreja,e logo um arsenal de arroz trinca e umas pétalas murchas de rosas caem sobre eles. A alegria invade o adro da igreja, e logo uma fila indiana se vai formando para dar um beijo aos pombos..Nas faces dele dela ao fim do oitavo beijo, já se tem a sensação ke se está a falar num telefone em cabina publica em ke o bocal não é limpo há dez anos, tal é a lambuzisse das caras...Os homens dão um abraço algo alarve ao noivo e dão-lhe uns envelopezinhos com qualquer coisa lá dentro, ke tanto pode ter cobertura como não, ou mesmo o envelope ir vazio...Depois deste espectáculo confrangedor no beijódromo, e com a noiva já completamente com a pintura esfrangalhada de tanto beijo lambuzado. A rosa que o noivo trazia na lapela já tinha murchado de tanto ser esmagada e a cauda da noiva, ou para os mais perfeccionistas e moralistas, a cauda do vestido da noiva, estava já com uma cor acinzentadamente amarelada a dar para o negro. Depois todo o mundo se começa a deslocar para um jardim onde as fotos vão mostrando, cada uma per si, a indumentária dos convivas, o ke só a evolução nas máquinas fotográficas permite que se apanhem cores que não vem contempladas em nenhuma mistura possível das sete do arco-iris. Qd se faz a foto geral, numas escadas é engraçado ver-se na revelação alguns olhares cretos, discretos e nalguns casos indiscretos a mandarem umas oftálmicas algo libidinosas para os decotes que há aos pontapés nestes eventos. Claro está que na sessão de fotos há sempre umas piadas trogloditas do tipo "com estas caras parte a máquina" ou outras de igual calibre.Os mais miudos já não escondem a irritação pelo facto de estarem sem comer, dos sapatos apertarem e de andarem com uns fatos que parecem querubins em qualquer carnaval veneziano; Claro que essa irascibilidade dos miudos, contagia os adultos e de vez em qd cai uma sarda na mona de um deles. Os padrinhos e os pais dos noivos, vão entretendo o povão com umas piadas do tipo "já não há mais nada","eu a esta hora já estava a afinfar", "Que importa se a comida está fria, se logo é ke aquecem", e coisas do tipo intelectual, como convém numa cerimónia destas.Passado hora e meia, preenchida com poses ao pé de uma sebe, onde algum canídeo inadvertidamente tinha alçado a perna no dia anterior, ou com os noivos esparramados num relvado, ou a olharem para uma roseira, ou um arbusto maior que eles, enfim que chega o ponto culminante do almoço.Entram no salão decorado com balões, serpentinas, celofane e cartolinas com dizeres diversos, e com o organista, que entretanto se mudou da igreja para o salão a tocar uma das ultimas versões do Marco Paulo da "Nossa Senhora"...O casório é servido por uma delicada empresa de catering, que para este evento recrutou desde padeiros, a soldados da GNR, a trolhas, etc, para ajudarem a servir à mesa. Todos de branco, perfilados ao fundo esperam que as pessoas entrem para ao sinal do chefe começarem a ser servidos os aperitivos. Entretanto chega o padre, que foi dar liberdade à incontinencia urinária num sitio esconço e está tudo preparado para a boda...

Ao sinal do chefe máximo dos empregados mínimos, começam a servir-se uns sumos (de pacote),uns martinis, uns wiskheys meios marados, e uma panóplia de bebidas de cores diversas e sabores adversos.O noivo continua a encher os bolsos com uns envelopes, o som na sala vai aumentando uns décibeis, ao ponto de quase se entrar na fase do insuportável. A casa de banho, começa a ser procurada, para umas "evacuações ainda líquidas" e o arranjar de algumas pinturas que o suor mascarrou na longa espera. As senhoras ao espelho miram-se, reveem a toilette numa rotação mínima dos pés e conseguem terjeitar-se a 3/4 de bunda, em frente ao atrás citado espelho que já começa a descascar no seu interior.Voltando à sala, onde começa a notar-se o acre do odor sovacal,misturado com o cheiro do arroz à valenciana, que aliado ao calor que se vive na sala traz um ambiente respirável com alguma dose de ineditismo. Começa a corrida desenfreada dos convidados na procura das mesas, onde se juntam familiares ke presumivelmente se estimam nalgumas, noutras familiares que por razões várias não se dão com outros, e querem ficar de olho vivo para "cortarem na casaca" dos outros, os amigos do noivo e as amigas da noiva distribuem-se por razões de outra ordem, e alguns com esperanças já para outras "desordens", e depois uns quantos que não pertencem à família, e que normalmente até são os convidados vip, que os pais dos noivos tentam encontrar lugares em locais onde haja em princípio menos "javardice". Bem vou parar um pouco para mostrar kem são esses ilustres convidados; Normalmente são ambos os patrões dos noivos, ke apesar de se saberem importantes no casamento vão ali fazer um frete daqueles,como se pode ver pelo sorriso amarelo das esposas, e pela distancia em relação ao resto dos convivas...Vão arranjar logo ke seja servida a sobremesa uma desculpa esfarrapada para se pirarem da festa, embora tivessem sido eles a oferecer a TV , o frigorífico de 50 litros e eventualmente o esquentador da casa dos noivos.Bem tirando estes autenticos "despernados" do ambiente casamental, é altura do marrador (com N)falar sobre a mesa onde já estão os noivos, pais e padrinhos de ambos, já ke o padre incontinente urinário, se juntou numa mesa perto da entrada da cozinha para ter a certeza que come em primeiro lugar.A mesa dos noivos está virada para toda a gente e mal se sentam, logo uma batidela de talheres nos pratos para que os noivos se beijem, coisa que fazem sem grande alarvezisse, perante o olhar desvelado dos pais ke se tentam lembrar do ultimo beijo ke deram às claras. è servida uma sopa aguada, com uns ossos de frango, acidentalmente com uns fios de carne a que se dá o pomposo nome de consomé, e o barulho na sala diminui. Esqueci-me de dizer k nas mesas estão umas garrafas de vinho tinto e branco, com um guardanapo de papel agargalado, vinho esse que é do piorio, e k de certa forma será um indutor de novas cores no faceas dos convidados, para além de por o figado a gritar por socorro, taois os aditivos que aquela zurpa contem.Mas afoitos e não, com a sede ke tem e com a prenda ke deram, vão beberrando kto podem o k obriga os do catering a trocarem amiude vazias por cheias.No intervalo entre o consome e o segundo prato tilintam novamente os talheres na louça e num beijo maior, noivo e noiva trocam a massinha da canja num beijo entre bocas mais profundo. Começa a ser servido o 2º prato e o narrador (com N) fixa-se no padre, ke começa a ter por fora o ke nunca terá por dentro...o vermelho...De facto qd vem o bacalhau com natas ele desalma-se e ainda a cuspir espinhas sem por a mão à frente enche a boca já cheia com um copázio de vinhaça( Desculpem mas perante a forma como ele come devia ser obrigatório, nos casórios ou festas similares, um desfibrilador).O resto dos convivas vai comendo e tenho ideia ke alguns já começam a ir dando pequenos arrotos, pois a flatulencia não consegue ser dominada. Tudo vai correndo bem não fora algumas das convivas levantarem os languidos braços e os seus condóminos da mesa inalarem um cheiro k o desodorizante da manhã conseguiu inactivar durante uma ou duas horas, seis era pedir demais. Começa novamente o altear de vozes, agora com a barriga mais composta e com o ácido tartárico no vinho de muito alcool, a pedir agora aos pais da noiva um beijo e ele atira-se à boca da mulher ainda com um bigode de natas do bacalhau e lá satisfaz os batedores de garfos, facas e pratos. Sempre a baterem esses instrumentos, num som ensurdecedor, pedem o beijo dos pais do noivo e estes aproximam as bocas, não sem que uma pequena espinha transite de boca a boca, o ke obriga o pai do noivo a cuspir e a dentadura a saltar para o chão, deliciando este toda a plateia a colocar os dentes de novo no local e voltar a rir com aquela boquinha alva e atraente.O 3º prato é um arroz à valenciana, e o padre sempre no seu afã de diabolizar a fome, come e faz o que fazem outros convivas que é cuspirem a casca do camarão e algum osso do frango para o chão. Findo este prato, mais alguns copos e já se ve na cara das pessoas um vermelho de quem já tem o fígado no nariz, e nova tocadela, desta vez vibrantíssima e os noivos ainda com os dentes cheios de arroz e camarão entrelaçam os lábios num beijo profundo, perante as palmas de todos os convivas. A festa está no auje e o organista senta-se para tocar, e nada melhor ke um exito de Tony Carreira " a carinha laroca"...
Desculpem mas vou ter de tomar ar....

Voltei de ao local, e pelo ke vejo nada se modificou, a não ser um aumento significativo nos décibeis e tb um certo "abrir de botão"; Passo a explicar, as gravatas começam a ser incompatíveis com o calor que se tem dentro da sala e ao mesmo tempo os vapores etílicos começam a ajudar a alguma dilatação da glote e consequentemente ao apertar das gargantas. O primeiro passo é o desfazer timidamente o nó da gravata, e muito a custo desapertar o botão de uma gola da camisa pouco habituada a estes apertos e indumentárias. O casaco já há muito ke deixou de ter alguma dignidade, se é que alguma vez terá tido, e aqui e ali já se vão vendo uns discretos tirar de sapatos por parte de algumas senhoras, ke ainda mais discretamente fazem uma pequena massagem nos pés, prolongando um pouco o movimento na parte mais dorida. O tilintar nos pratos aumenta efusivamente, e os noivos, com a boca menos suja entrelaçam os lábios e encenam o ke vulgarmente se chama um linguadinho, dada rapidez com ke voltam a olhar uma assistência levada ao rubro pelas manifestações de afecto dos nubentes.Volta a ser servido novo prato, o cabrito estufado, ke é uma mistura de cabrito e borrego, pois nas ementas distribuídas era cabrito ke estava, e qd vieram servir era borrego, mas convenhamos que nesta parte do campeonato pouco interessa, pois os convivas tudo comem, para acompanhar uma bebida que os põe cada vez mais num estado depauperado de compostura, e com uma linguagem a raiar o ordinário. Começam a circular pela sala os primeiros convivas, alguns deles a aumentarem o diâmetro do cinto, motivado por um aumento significativo da proeminência ventral, passo definitivo para a flatulência desbragada e consequentemente para a libertação de gases. Os noivos de mão dada descem da mesa e começam a circular pela sala, com um sorriso amarelo, ke de certa forma não destoa da cor do arroz doce com ovos que começa a ser servido, e que deve ser decorado por algum mação, pois com a canela faz uns sinais cabalísticos esquisitos. Os noivos de mão dada vão circulando de mesa em mesa, e a cor da cauda do vestido da noiva começa a deixar de tomar cor, tão enegrecido está. As conversas trocadas são de circunstancia, com frases do tipo "vejam lá como se portam hoje", "tratem de mandar vir meninos", ou qd passam por uma mesa de conversa mais animada, há-de haver daqueles "animadores educados e discretos" ke puxa o rapaz e lhe diz e surdina 2Ve se o enterras todo hoje, é um bom começo". Eles lá continuam penosamente de mesa em mesa, a aturarem os convidados dos pais, que em tempos idos eram pessoas a casa de quem se detestava ir. Passam na mesa dos patrões dele e dela onde o sorriso amarelo de todos é contagiante pelo amarelo, e dessa forma explícita permite-se dar motivo a que uns se vão embora e que os noivos possam dizer entre olhos: Até que enfim, destes já nos livrámos. Só ke aqui houve um senão , um dos patrões kd chegou ao parque viu o seu Mercedes Sls e mais uma porrada de números, barrado por uns Seats, e uns Clios, o ke o deixou furibundo, e o obrigou a voltar ao repasto. Apareceram os do Seat e o do Clio, mas logo se viu ke os mesmos estavam pouco maleáveis para jogarem convenientemente com os pedais dos referidos automóveis, e uma descoordenação nos pés, ke suportavam o peso do álcool fez com ke um dos carros amachucasse a porta do carro do grã-fino patrão do noivo, ficando para se resolverem os prejuízos qd a estação etílica passasse, o ke obrigou um arranque do Mercedes Slsssk mais uns números a uma velocidade, como a dizer "tirem-me deste filme".Acabado este pequeno exterior, voltamos para a sala onde entre as casas de banho e as sobremesas havia um enorme movimento, e é bonito de ver as pessoas a correrem para os fios de ovos, e mais bonito ainda ve-los a falar com eles na boca. Os de bigode tinham as natas da tarte a enbranquecerem-lhe a farta pelugem sub narigal, ou sobre-bocal o que lhes dá um ar de grande interesse. Um ou outro mais discreto, passa com a planta da mão os lábios e sem ke tb ng veja acaba a limpeza no traseiro, pois já ke o fato é para ir para a lavandaria, pouco importa.O organista, ke tb se esteve a alambuzar, aliás estes tipos dos conjuntos comem mais do que tocam, resolve ir para o seu local, com óculos escuros agora, o ke condiz muito bem com a sua indumentária preta, a imitar um pouco os "Carlos Gomes e os Gatos nNegros", uma versão portuguesa dos "Les Chats Sauvages", e começa a dedilhar os acordes da canção "Ponho carro, Tiro carro, á hora que eu quiser, na garagem da vizinha, que doçura de mulher", e logo o povo se agiganta num entrelaçar de braços, cabeças, hálitos esquisitos e alguns deles com uns charutos ordinários comprados algures numa vila fronteiriça, que exalam um cheiro ke ainda vai perverter mais o difícil ar que se respira no salão, que é um misto de comida, sovacame, mijo, excrecencias gasosas da flatulência, e ainda o tenebroso cheiro a tabaco. Posso garantir-vos que em termos de odores a raiar a nauseabundice a festa está no seu clímax!!!Voltarei com novos desenvolvimentos, deixem-me ir apanhar ar!!!

Voltei ao salão e cruzo-me com o padre, que vai afogueado pelo que comeu, bebeu, e gamou, pq tb o vi levar uma coisa enorme, debaixo da batina, e não querendo ser mal intencionado, ou desviar-me do assunto, poderia dizer que lhe dava um ar grotesco, pois,o produto do saque quase que ocultava a barriga, dada a proeminencia dos chamados cós das calças. Despediu-se apressada e educadamento e ei-lo a penetrar nas trevas do quintal do salão.Na sala o baile atingia o seu climax, com a noiva a dançar, já sem a cauda, quer dizer, sem o caudal vestido, a dançar com muitos convidados, enquanto o noivo parodiava numa mesa, onde uns quantos iam deixando sair umas larachas no meio de uns sorrisos alarves ainda com restos de leitão nos dentes. Já tudo andava de camisas suadas e o organista a esmerar-se na sua musica, com canções que iam desde o "apita o Comboio", à "afinal havia a outra", ou esta pérola, que só me atrevo a reproduzir o refrão: " Ai coração divididoPára de brincar comigoPois já é tempo de verCom o amor não se brincaAssim não te multipliquesE pára lá de escolher.Ai Coração divididoPára de brincar comigoPois já é tempo de verCom o amor não se brincaAssim não te multipliquesEstá na hora de crescer.Bem, notável a todos os títulos, e esta canção e outras iam entrelaçando alguns convivas, que faziam olhares enternecidos, e que depois iam procurar no breu da noite outras formas de discutirem silenciosamente os prazeres do alho do bacalhau com natas e juntarem-no à pimenta do leitão assado. O pai da noiva, feito mestre de cerimónias manda parar o organeiro, neste caso promovido a organista, para agradecer a todos o são convívio, e propor um brinde especial aos noivos, que vão cortar um bolo, que é uma verdadeira obra de arte de pastelaria. O bolo tem 3 pisos,e é todo revestido de um creme branco, com as esquinas cobertas do mesmo creme branco, o que revela originalidade, com umas bolinhas prateadas salteadas, que não sabem a nada, e que servem objectivamente para partir o dente de algum incauto, tem no seu ultimo andar um coração desenhado com uma seta, com o nome dos nubentes; Na ponta da seta está uma estatueta com dois noivos, mal vestidos, com os olhos assimétricos e com as bocas desenhadas que mais parece terem tido paralisia facial...Mas como aquilo é um suponhamos...é irrelevante.A noiva pega no ramo e vira-se de costas para um cacho de solteiros, e pelos vistos algumas e alguns permanecerão muito tempo, mesmo que o ramo lhes acerte, pois são o ke vulgarmente se chama, uns trambolhos. A noiva vira-se e, faz batota pq atira o ramo para a tia solteira, ke segundo se comenta, dá assistencia a todos os cunhados....para tratar dos sobrinhos óbviamente. (desculpem o aparte, mas tenho a certeza que essa tia se irá casar qd a GNR substituir alguns dos efectivos na zona, e há-de haver alguem ke em nome da lei e da grei, que case com ela).O ramo lá foi entre gritinhos e apalpadelas, e os olhos já semi-cerrados pelo alcool, já visumbram nalgumas um mamilo,ke mais não era que uma verruga numa zona ainda pouco dada a olhares para além de...Cortam o bolo com um olhar embevecido, e logo uns alarves gritam a pulmões desbragados, "vivam os noivos"...Eles beijam-se afincadamente e uma coisa parecida com champagne começa a circular...Permito-me dizer que esta zurpa, é do pior, e vai ser causa da animação suplementar da animação do próximo capítulo....

Quero esclarecer que este pedaço a seguir foi feito por uma amiga minha.....

E eles, os convidados, em uníssono gritavam, já desvairados, o nome da noiva. Ela, a noiva, sem se descompor e com os olhos no chão erguia, no entanto, o sobrolho direito varrendo a plateia com um olhar transverso e avaliador. É agora..., pensava ela para com os seus atilhos (que os botões dão muito trabalho depois com as pressas!) - já aliviados - do corpete de tafetá «naftalinoso». Então, para surpresa de todos la voila , qual Liza Minelli naquele filme cujo nome não se pode pronunciar diante de tantas donzelas casadoiras, subindo arrojadamente para cima de uma das cadeiras de ferro forradas com um cetim já meio sovado. Os amigos dão uma ajudinha, não vá ela cometer um deslize durante a subida para a mesa.O cenário era digno! A mãe perguntando às amigas que linda está a minha filhinha não está? As amigas da mãe todas ao mesmo tempo acenando as cabeças. E de mãos agarrando com força as carteiras de verniz atulhadas de croquetes, rissóis e umas fatias de carne assada que dão sempre imenso jeito para o almoço do dia seguinte, entressonham um casamento igual para as suas cachopas. O pai, já arroxeado e tentando equilibrar-se junto ao guitarrista do conjunto, depois de lhe ter puxado várias vezes o paletó magenta de lantejoulas, hesita entre uma zurrapa (o branco) e outra (o tinto). E arrota alarvemente, o raça do homem. Pelintra! As amigas dos vestidinhos de chita «tão mimosos» e «folhosos», de olhar deslumbrado e um cândido sorriso nos lábios, a desejarem intimamente ver a sua melhor amiga esparramada no chão após espectacular e ruidosa queda (que p***-zinhas que elas são !).E começa o leilão.Ela, a noiva, mostra o tornozelo cilíndrico a sair de dentro do sapato onde o pé já tinha posto «o feitio» de joanete. Os amigos exclamam... ahh?! Todooos e todaaas aplaudem!A noiva levanta mais um pouco da encardida bainha do vestido, um exclama mil; Outro, mil e cinco! Todos aplaudem! Muitos exclamam... ohhhhhh! E a pobre e recatada moça lá vai subindo a saia pondo a descoberto uma leitosa e anafada perna... de rapariga trabalhadeira, pois então! A mãe, agora com falta de ar (pró que lh'havia de dar!), junta-se às avós que alternam ruidosos «arfanços» com uns gemidos, tipo ai Jâzuuuus, livrai-me desta cinta que me está a apertar! O pai já vê a filha a dobrar e parece-lhe estar perante uma aranha gigante. E a saia sobe sempre, para aumentar a parada. Vinte mil!!! As mulheres dos amigos, já com o baton derretido a escorregar pelos cantos da boca gritam de buço arreganhado, esbracejam e desajeitam os decotes para atrair a atenção dos seus maridos. Eles, os maridos concentram-se libidinosamente naquela perna peluda, vítima de uma depilação esquecida. Com o suor a escorregar-lhes pela testa, vão tirando dos bolsos das calças (aproveitam para verificar o fecho éclair), amarrotados lenços daqueles que se compram em lotes de seis, um de cada cor e são tão jeitosos, não são? Estão nos limites... E uivam... uuuuuuhhhhhhhhhhhhhhhh... E levam o lenço à boca para limpar a baba (é possível consertar-se este computador que não escreveu o erre?). E continuam a desejar (é sinónimo de olhar, não é?) o tal pernil e a prometer, com as pernas já frouxas, o dinheiro poupado para a compra do carrinho (até já têm a garagem construída) e para pagar os estudos do filho mais velho na capital. Ela, a noiva, já com o vestido amarfanhado a meio daquela coxa desfavorecida pelas manchas azuladas da má circulação (É um problema, sabe? Desfeia muito as pernas da gente!...), o cabelo em desalinho e os olhos revirados em quebranto, deixa finalmente à vista a tão cobiçada liga. Ninguém dá mais!?... O silêncio percorre a sala e os «ânimos» arrefecem (Ufa! Finalmente). Apenas uma avó, agora em tom mais debilitado, insiste num gemido aiiiiii Jâzus, balbuciando em seguida um... que pouca vergonha, este violentamente calado por uma pisadela da mãe... Coitadita!... A disfarçar o embaraço... Enfim... No fim...A liga era, pois, um belo suporte em cabedal preto, com respectiva faca, brilhando e constrangendo (também ficava bem, encantando...) familiares, convidados, músicos, empregados e...A noiva era afinal eu, mas com o aspecto da Lara Croft, claro (a) está e... Acordei...


Consumado e consumido o bolo, feito com qualquer coisa entre o pão de ló e os ovos moles, não conseguindo ser coisa nenhuma, recomeça o baile com o organista, tb já meio etilizado a tocar uma canção do Nel Monteiro, "Como é que eu hei-de", o que vai levando ao rubro toda a sala. Começamos a assistir à debandada da "Brigada do Reumático", e amparadas por bengalas vemos sair os mais velhos, que terão de ir tomar as inevitáveis gotas do Gincoben, e uma panóplia de medicamentos que jamais as curarão. A noiva e o noivo, que entretanto andaram pelas mesas a distribuir umas caixas de fósforos com o nome deles, postram-se à saida para beijar as senhoras e senhores de provecta idade, dizendo baixinho um para o outro: "destas carcaças já nos livrámos". Um dos convivas, já em estado quase comatoso, fruto das misturadas das mixórdias bebidas vai dançando com a cabeça do leitão, perante os aplausos de muitos que quase conseguem igual desiderato em termos de resultados efectivos da bebida. A pedido do cunhado do noivo, que será um dos que mais tarde vai reivindicar na herança que o pai gastou muito dinheiro com o casório da irmã, pega no micro e vai proceder ao leilão da liga...O organista cala-se, o que é um alivio, mas dedilha no órgão a musica do Calvário "Mocidade, Mocidade"...NOTÀVEL....Bem o casamento já pouco tem para contar...está no fim a cerimónia, não sei que dois tios do noivo se engalfinhassem numa peleja, por causa de uns ouros que por morte da mãe se tinham abotoado há uns anos.Não foi fácil serenar, e ainda houve momentos de excelentes chapadas...Os noivos aproveitam para ir a um cubiculo lugubre mudarem de farpela e qd voltam até parecem pessoas. Vão até à viatura, comprada em segunda mão e paga a prestações, toda cheia de rendas e graffitis feitos com baton, e umas latas amarradas à panela de escape.Toda a gente rodeia o carro, enquanto se vai ouvindo ainda a discussão sobre o ouro dentro do salão, enquanto se vislumbram aqui e ali uns quantos a urinarem contra as paredes, pois as limitações da próstara perante tanto caudal de zurpa assim o exigem...E viveram felizes para sempre....


FERNANDO PEREIRA
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