tag:blogger.com,1999:blog-220095122024-03-15T15:41:01.661+00:00Recordações da Casa AmarelaUm blog acima de qualquer suspeitaFernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.comBlogger645125tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-23189649032401156662024-03-15T15:40:00.002+00:002024-03-15T15:40:28.499+00:00O voto útil / O Interior/ 13-3-2024<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4Zw1VBOLxLTZqqVdWUTt3ipvaEujlP_fPgJfaNSG9OGuP5idhcQr8VFRXhs3Ml_qV384YajmKfHsrU9kDmVJBAHJtVgbwzko9DEoiUvXh4Pm2yCFkxcKPjyGejDmNIkcH12kCO8Ewr11CwUEY6Yh-yVqg9S9tZlfH0hl_0cT7xaoRVfp7HZUwtQ/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4Zw1VBOLxLTZqqVdWUTt3ipvaEujlP_fPgJfaNSG9OGuP5idhcQr8VFRXhs3Ml_qV384YajmKfHsrU9kDmVJBAHJtVgbwzko9DEoiUvXh4Pm2yCFkxcKPjyGejDmNIkcH12kCO8Ewr11CwUEY6Yh-yVqg9S9tZlfH0hl_0cT7xaoRVfp7HZUwtQ/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">O voto útil <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Como se diz em gíria, este artigo
vai ser escrito a dois andamentos: um porque ainda não sei o resultado das
eleições, e outro porque quando souber já não alterarei uma vírgula ao que
escrevi.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em
qualquer período eleitoral vem-me sempre à memória a máxima de Hegel, “nós
aprendemos com a história o que não aprendemos com a história”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Na realidade a cada ato eleitoral que vamos
tendo, e felizmente já ando nisto há quase cinquenta anos, os intervenientes
são diferentes, mas os lugares comuns são a cada ano piormente iguais.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma das
situações que sinceramente mais me irrita, e não é de agora, é o continuado
apelo ao voto útil por parte dos “leaders” dos partidos da alternância em
Portugal, o PS e o PSD, que perpetuam um sistema de representatividade
completamente desadequado da realidade do País de há décadas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O “Voto
é a arma do povo”, foi o primeiro slogan para as eleições democráticas de 25 de
Abril de 1975, que elegeram a Assembleia Constituinte, que elaborou o texto
constitucional que legitimou o Estado democrático. Ao tempo votámos com
entusiasmo, e a obra final que se perpetua é boa, apesar de constantes
atropelos por parte de algumas forças que prefeririam uma “democracia
musculada” ao invés da democracia participada.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O voto
do cidadão tem que ser sempre útil, e urge que as pessoas sintam utilidade no
ato mais nobre da sua vida coletiva. Se a legislação prevalecente faz com que
mais de 700.000 votos dos cidadãos sejam para ser atirados para o “caixote do
lixo da história”, isso é outra coisa. Votar em consciência em determinados
territórios em Portugal, ou melhor na maioria dos concelhos do País é quase um
perder tempo, porque os escolhidos são sempre os mesmos partidos. Urge
modificar isso, e seria objetivamente excelente para combater efetivamente a
abstenção nos territórios de baixa densidade. Copiar o modelo alemão, e outros
na Europa, e fazer um círculo de compensação, o que daria maior visibilidade a
outros partidos, e não “aos que são mais do mesmo”. A experiência dos Açores é
um modelo replicável para o resto do País e assim os votos das pessoas que não
alinham com os partidos do poder deixam de ser “clandestinos”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando
há quase 50 anos se fez a legislação eleitoral para o parlamento, ou para as
autarquias a dispersão populacional do País não era tão evidente e a
disparidade entre as regiões não sofriam de tanta assimetria. Hoje importa
alterar o estado das coisas para se poder acelerar modelos de desenvolvimento
nacionais e locais mais consentâneos com um futuro mais moderno.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Uma das
alterações fundamentais a fazer é no quadro das autarquias locais, onde a
presença dos presidentes de junta que não são eleitos pelos cidadãos que elegem
metade dos deputados municipais é um disparate consentido. Eu percebo a lógica
da criação das Assembleias Municipais, e que foi objetivamente o de dar voz e
alguma dignidade aos presidentes de junta de freguesia. A realidade é que a
A.M. hoje tem tudo menos dignidade democrática. Um candidato a deputado
municipal com um milhar de votos é preterido por um presidente de junta de
freguesia eleito por 120 votos, por exemplo. Urge acabar com este anacronismo,
que favorece o caciquismo, em que o representante de uma junta de freguesia,
dotada de autonomia financeira e administrativa, vai votar o orçamento e plano
de outra estrutura à qual não há ligação nenhuma em termos orgânicos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
modelo de copiar o figurino da Assembleia da Republica para a Assembleia
Municipal seria o desejável, em que o Presidente da Camara fosse o cabeça de
lista da estrutura política mais votada, e escolheria os seus vereadores sem se
cingir à lista que levou a votos. À AM seriam dados poderes maiores, incluindo
a possibilidade de destituir o executivo. As juntas de freguesia seriam agrupadas
numa estrutura do tipo Conselho Municipal, com poderes reforçado e que ficassem
entre o órgão de consulta e a obrigatoriedade de serem aceites certas
recomendações. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Julgo
que é um bom tema para debate, e aqui estão algumas imperfeiçoes da minha parte.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Gonçalo
Manuel Tavares foi recuperar um poema de Brecht: “Pois não seria mais fácil que
o governo dissolvesse o povo e elegesse outro”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Já
gora, a única coisa útil em eleições é o voto!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">10/3/2024<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-29414417270420756292023-12-16T15:03:00.000+00:002023-12-16T15:03:01.947+00:00"Felizmente, há luar"/ O Interior 14/12/2023<p> </p><p class="MsoNormal"> <b><span style="font-size: large;"> </span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><span style="font-size: large;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFVCvs2kAkjHt8LpYQec6KvdbmAhae81ioQ4joJOR4b1hEmMaBjY4vWBYbo4vPvw3vFRY9v126TQ9WezVg4L2Sya9YHPQKYY4NdBRCgcaPx_Pc5q8_3tFS0V4khfdvSILPTNb5-26O94fuQ6_J8ViB6qEShNYOd0U7TIOmQVeXl_ed_Gwr6tKlqQ/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFVCvs2kAkjHt8LpYQec6KvdbmAhae81ioQ4joJOR4b1hEmMaBjY4vWBYbo4vPvw3vFRY9v126TQ9WezVg4L2Sya9YHPQKYY4NdBRCgcaPx_Pc5q8_3tFS0V4khfdvSILPTNb5-26O94fuQ6_J8ViB6qEShNYOd0U7TIOmQVeXl_ed_Gwr6tKlqQ/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></span></b></div><b><span style="font-size: large;"><br /></span></b><p></p><p class="MsoNormal"><b><span style="font-size: large;"><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span><span> </span>"Felizmente, há luar"</span></b><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Nelson Rodrigues é provavelmente
um dos nomes maiores da escrita brasileira do século XX. Truculento quanto
baste, polémico quase sempre, de direita assumido e democrata de corpo inteiro
deixou reflexões numa obra que foi recentemente reeditada em Portugal e que
merece leitura atenta.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“A
opinião deixou de ser um acto pessoal, uma posição solitária, um gesto de
orgulho e desafio. É o jornal, é o rádio, é a televisão, é o anúncio, é o
partido que pensa por nós. Há sujeitos que nascem, envelhecem e morrem sem ter
jamais ousado um raciocínio próprio. Há toda uma massa de frases feitas, de
sentimentos feitos, de ódios feitos.” Estas palavras de Nelson Rodrigues
tornaram-se um eco comum numa sociedade que seria “tendencialmente de
liberdade”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vivem-se
momentos nebulosos no quotidiano do país, embora não queira afirmar que se
chegou ao estado em que o imorredoiro João César Monteiro dizia: «A primeira
condição para se ser ministro da Cultura, neste país, é distinguir uma vaca de
um boi.»<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando
se esperava serenidade no governo do País, o António Costa e o Marcelo Rebelo
de Sousa fizeram o que normalmente se diz juntar a fome com a vontade de comer.
Um porque queria o protagonismo e os rodriguinhos que sempre foram o quotidiano
do seu percurso pessoal e político, e o outro porque estava farto de não se
conseguir ver livre da teia que montou, e que poderia ser um obstáculo
perigosos para a sua mais que evidente vontade de candidatar a Belém. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esta
demissão inesperada deixou os putativos candidatos a primeiro-ministro numa
situação e desorientação, pois as contas estavam a ser feitas a um ritmo lento.
Sairiam das eleições europeias as lideranças de pesos pesados, embora se saiba
que na prática a governação de alguma gente desta tenha mais resultados pesados
do que o peso que levavam.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
combate político que se avizinha, que não é bem isso, será consequência de uma
luta nos aparelhos partidários e não de propostas concretas num País que não é
tão mau como a maioria dos portugueses o pinta, nem tão bom quanto os
governantes e responsáveis nos querem fazer crer. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Hoje
como ontem o Bloco Central de interesses continuará no seu afã de domesticar a
democracia, depois do Partido Socialista ter esvaziado uma esquerda que talvez
lhe venha a fazer falta quando chegar a hora das contas. O PSD no seu desnorte
quotidiano continua a fazer a figura de um elefante fechado numa loja de louça,
vendo uma extrema-direita trauliteira e nalguns casos niilista, repetindo um
discurso de moscambilhas com uma histeria que vai de encontro ao que as pessoas
querem ouvir, com grande apoio de uma comunicação social ávida de situações de
crime de faca e alguidar transportadas para o politiqueiro quotidiano. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estamos
mal, estaremos pior, mas é da vida. Tenho pena que nos 50 do 25 as coisas
estejam assim, mas “pelo sonho é que vamos”, como dizia Sebastião da Gama.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Porque
estamos numa época festiva, não quero deixar de vos desejar Boas Festas, e
deixar esta do João César Monteiro em “Uma semana noutra cidade”: São 10 da
noite. Estou a escrever no Monte Carlo, onde só há homens. Precisava de apanhar
o Fernando para lhe cravar umas aguardentes. É meu desejo estar completamente
grosso por volta da meia-noite e com o espírito propenso à obscenidade. Se
arranjasse 100 paus ia às putas. Deve ser fabuloso ir às putas na noite de
Natal. Duvido é que haja alguém que esteja para me aturar a bebedeira por 100
paus.<br />
"Não estamos em Itália, não há grappa alla ruta, não há comoções nocturnas
da Zé, não há nada. Nem sequer o direito ao vómito. Não há nada, mas ainda há
vida. Ainda estrebucho, minha senhora. Ainda digo merda e embarco no tudo ou
nada do amor. Ainda me jogo inteiro no real e no possível, no confronto entre o
que sou e o que podia ser. Ainda simpatizo (ao longe é certo) com as lutas
históricas do proletariado de todo o Mundo.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">11/12/2023<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-60401734325765157532023-11-13T18:00:00.002+00:002023-11-13T18:00:15.172+00:00Novembro de 1975, entre palavras e cartazes! / Jornal de Angola/ 11-11-2023<p> </p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrqd6nVkGDcUkhFyAXFGpJ3KoVdh_RsBIgYa1A79McKRq7stEm1wq8v1w2kKwuqCghIf5PsjSyXBUSao0Oa3194oiQ-g1B1BWZ9GP3qPrNM8C_KSi95lfPg0Gj2HH_AI-GFOO0Qs8QZ8fsC_TZUt3t4b_Km8zxfnNIsy50RhXLDsxQRDaqqCFo5g/s254/images.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="199" data-original-width="254" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrqd6nVkGDcUkhFyAXFGpJ3KoVdh_RsBIgYa1A79McKRq7stEm1wq8v1w2kKwuqCghIf5PsjSyXBUSao0Oa3194oiQ-g1B1BWZ9GP3qPrNM8C_KSi95lfPg0Gj2HH_AI-GFOO0Qs8QZ8fsC_TZUt3t4b_Km8zxfnNIsy50RhXLDsxQRDaqqCFo5g/w400-h313/images.png" width="400" /></a></b></div><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br />Novembro de 1975,
entre palavras e cartazes!<o:p></o:p></b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Entre os muitos que ilustraram o
11 de Novembro de 1975 e os tempos seguintes foi o fotógrafo brasileiro
Sebastião Salgado. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É um
dos mais prestigiados fotógrafos de sempre, e disse de forma desassombrada que
“espero que a pessoa que entre nas minhas exposições não seja a mesma ao sair”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Talvez
fazer uma exposição do que a lente de Sebastião Salgado focou nesses tempos
fosse um excelente contributo para que a grande maioria dos angolanos, afinal
já nascidos depois da almejada independência, vissem uma realidade de que se
terão limitado a ouvir falar, na lógica de “quem conta um conto acrescenta-lhe
um ponto”!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Foi uma enorme honra tê-lo no dealbar do País, em momentos irrepetíveis
do tempo em que se banalizava a morte com canções do tipo "Eu vou morrer
em Angola - com arma de guerra na mão - granada será meu caixão - enterro será
na patrulha.", e outras como “Vitória ou Morte-Venceremos”, “Estamos em
guerra e cada cidadão tem que sentir-se necessariamente um soldado”, ou as
frases que se foram sucedendo nos tempos da fase imberbe da então Republica
Popular de Angola: “O Povo é o MPLA, o MPLA é o Povo”, “A Luta Continua”, “ A
Vitória é Certa”, “Abaixo o Imperialismo”, “Abaixo o Tribalismo”, Abaixo o
Regionalismo”, Abaixo o Neocolonialismo”, “Honra ao povo Angolano”, ”Glória
Eterna aos nossos Heróis”,” Nós faremos de Angola a Pátria dos Trabalhadores e
a Revolução continuará a sua marcha triunfal ao lado dos povos que seguem o
mesmo caminho”, “Café de Angola, um gosto de liberdade”, “Os diamantes de
Angola são os mais brilhantes / estão ao serviço do povo na reconstrução
nacional”, “Sonangol/ Nosso petróleo onde é preciso”, “Vamos Purificar o
Partido para melhor recebermos os novos membros”…<br />
<br />
“A OPA prepara-se para a defesa intransigente da pátria angolana contra os
ataques do imperialismo internacional e seus sequazes”, “Tudo pelo Povo”,” ODP-
Organização de Defesa Popular”, “Que importa que o inimigo acorde cedo, se as
FAPLA não dormem” “FAPLA, o braço armado do povo angolano”, “Angola é e será
por vontade própria trincheira firme da revolução em África”, “O que é
determinante para a unidade é a ideologia e não a geografia”, “Na edificação de
uma sociedade socialista a agricultura é a base, a indústria o factor
decisivo”, “Viva o Poder Popular”, “Somos independentes, seremos socialistas”,”
Antes Morrermos Todos que Deixar Passar o Inimigo”, “Estudar é um Dever
Revolucionário”, “Fieis ao Marxismo-Leninismo, estamos a construir uma Angola
socialista”, “ O Socialismo científico é o grande objectivo estratégico da
revolução angolana” “A Educação e cultura ao serviço do povo”, “Saude para
todos no ano 2000”…<br />
<br />
“Por um Partido sólido, unido, disciplinado, avante com o movimento de
rectificação”, “Avante com o poder popular”, “O mais importante é resolver os
problemas do Povo”,” Mais quadros, melhor produção, melhor solução dos
problemas do povo”, ”De Cabinda ao Cunene, um só povo uma só nação”, “Abaixo os
Fantoches Lacaios do Imperialismo”, “Viva o Internacionalismo Proletário”, ”Ao
inimigo nem um palmo da nossa terra”…<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Para além disso houve publicações
e cartazes que ilustravam esses tempos de bate e debate, nem sempre marcado
pela tolerância à diferença. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Porque é importante lembrar
alguns cartazes que marcaram esses anos fico-me por aqui saudando mais uma vez
uma das datas mais bonitas que assisti na minha vida de cidadão, a independência
de Angola a 11 de Novembro de 1975. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Gosto muito deste exemplo de uma
das melhores escritoras de língua portuguesa, Agustina Bessa-Luís in O Sermão
do Fogo "antes do meio século, meus amigos, ninguém tem história. A
história duma mulher galante, dum político, dum artista ou até dum homem comum
é, acima de tudo, a história da sua consciência, movida não só por circunstâncias,
mas também pela sua realidade como ente de memória, como testemunha. Aos quinze
anos tem-se um futuro, aos vinte e cinco um problema, aos quarenta uma
experiência; mas antes de meio século não se tem verdadeiramente uma
história.".<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Este exemplo para as pessoas
é bem mais adequado aos tempos para um País.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Vamos renovar Novembro tanta vez
até conseguirmos o onze do onze sonhado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="text-indent: 47.2px;">Fernando Pereira 1/11/2023</span><span style="text-indent: 35.4pt;"> </span></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8gWjK29zAKWMdSeN3HpFy69dOIaO5xB871TrQe0xaBhb5JkBztTpnoMYHf7gmqSsRA7UI_8CQOLdg5EuMGCQeE35ROVqepryh7b6aaBw3LrNOy2AQx2_o6BPs1QJPZe7AbHrz1gg69-Eqso2IqdmEeFfXvd03tHZ3qdrXR4DF40SAPzju_zGuug/s1125/mp.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="799" data-original-width="1125" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg8gWjK29zAKWMdSeN3HpFy69dOIaO5xB871TrQe0xaBhb5JkBztTpnoMYHf7gmqSsRA7UI_8CQOLdg5EuMGCQeE35ROVqepryh7b6aaBw3LrNOy2AQx2_o6BPs1QJPZe7AbHrz1gg69-Eqso2IqdmEeFfXvd03tHZ3qdrXR4DF40SAPzju_zGuug/s320/mp.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitMx32e3Uf-Gl1uszySWji0rypG3xU3MpX347fhB1tc2-vCET-LSPWtyiCAotPEZJN6fhYSGPq07fueQi3RiAO6vMVe3CdDK7nA0Lkm6opWKIAjNRLGOuhDN-v_FRNU1bviZ8q9bOZQTrFBSxDzFKw8bnmTHWaZIASpUhnuhN3I8epeE1t64GYkA/s1152/David%20Mestre.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="821" data-original-width="1152" height="228" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEitMx32e3Uf-Gl1uszySWji0rypG3xU3MpX347fhB1tc2-vCET-LSPWtyiCAotPEZJN6fhYSGPq07fueQi3RiAO6vMVe3CdDK7nA0Lkm6opWKIAjNRLGOuhDN-v_FRNU1bviZ8q9bOZQTrFBSxDzFKw8bnmTHWaZIASpUhnuhN3I8epeE1t64GYkA/s320/David%20Mestre.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPyn8GcvRqgnIKP9PzSHmmEaDPPnxtFBWdXR3E0kgjlY7hsbQQ1brYXjgJ7swI1f5JC3KDJrytsjazxhe0le3kfFbOOc914vGBMBIqxL9MRlgUSmQn6HPxRJT0gzp9R-D-dhVwm8A2Qin-qrbBBpvRVS4cTc53nDe-f2mWqmCX4JeyjHU8SynRog/s1464/cartazes..jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1464" data-original-width="1216" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgPyn8GcvRqgnIKP9PzSHmmEaDPPnxtFBWdXR3E0kgjlY7hsbQQ1brYXjgJ7swI1f5JC3KDJrytsjazxhe0le3kfFbOOc914vGBMBIqxL9MRlgUSmQn6HPxRJT0gzp9R-D-dhVwm8A2Qin-qrbBBpvRVS4cTc53nDe-f2mWqmCX4JeyjHU8SynRog/s320/cartazes..jpg" width="266" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlzjNhNRNAbV-peG_XGeHRlf-1huDsGJk-LE_OA1_eqd7K1FXgLnyxMlwcHSDdRynDL6NsBuvGIARFFLF2KobGxSYHsQ0FEHEzN6DGtghxMo2HRPcbYdsggsbWVisZDOuArvPD4ch9wxntwHCv4KNoqfp_6tzl3f4Qt1u8NmzX4eLobdKKtxyZvg/s1141/Cartazes%20do%20dealbar%20da%20Independencia%20de%20Angola.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1141" data-original-width="784" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlzjNhNRNAbV-peG_XGeHRlf-1huDsGJk-LE_OA1_eqd7K1FXgLnyxMlwcHSDdRynDL6NsBuvGIARFFLF2KobGxSYHsQ0FEHEzN6DGtghxMo2HRPcbYdsggsbWVisZDOuArvPD4ch9wxntwHCv4KNoqfp_6tzl3f4Qt1u8NmzX4eLobdKKtxyZvg/s320/Cartazes%20do%20dealbar%20da%20Independencia%20de%20Angola.jpg" width="220" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE_glZzjQo36WCq39TsSkWiKrY02k6nPjlZh4ezr6sor1QcVP8AMUJujQVdBM8UhyphenhyphenQAxdVN-IuYbtTBy4r6fomkpZrX5flUuI9BXMSygoG0hk8hXO1djZ1VhNtLl_32Oegm7QQmBz3T2AwiVUPQSLze9naWzN51SFMKf7V61m43j5XPX4Ix0d5bQ/s1079/Cartazes%20do%20dealbar%20da%20Independencia%20de%20Angola%20007.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1079" data-original-width="839" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiE_glZzjQo36WCq39TsSkWiKrY02k6nPjlZh4ezr6sor1QcVP8AMUJujQVdBM8UhyphenhyphenQAxdVN-IuYbtTBy4r6fomkpZrX5flUuI9BXMSygoG0hk8hXO1djZ1VhNtLl_32Oegm7QQmBz3T2AwiVUPQSLze9naWzN51SFMKf7V61m43j5XPX4Ix0d5bQ/s320/Cartazes%20do%20dealbar%20da%20Independencia%20de%20Angola%20007.jpg" width="249" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq4h9FXh-zySMOZQDiosoYyit-u6V-fsXSSeLhAQ25vL5TfP2J9MWpO5w-I84DITInbKOjlCnd8rSlY2gz1vpHQfFuyHxzdyhqVXE98imQa21toV8EzxMqWy57LnyOkDoq_-lTmt_4squT4rAU6cvbKGRQb3HKyUUy_zjpB1DnU0UBt1MLKKv1cQ/s823/Cartazes%20do%20dealbar%20da%20Independencia%20de%20Angola%20006.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="822" data-original-width="823" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiq4h9FXh-zySMOZQDiosoYyit-u6V-fsXSSeLhAQ25vL5TfP2J9MWpO5w-I84DITInbKOjlCnd8rSlY2gz1vpHQfFuyHxzdyhqVXE98imQa21toV8EzxMqWy57LnyOkDoq_-lTmt_4squT4rAU6cvbKGRQb3HKyUUy_zjpB1DnU0UBt1MLKKv1cQ/s320/Cartazes%20do%20dealbar%20da%20Independencia%20de%20Angola%20006.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJDXCWv50WppyyRli6PAy508GXGKEBE50zR1c2C45cLr85tRjABMUM7b31wFEg34h7_jVf_LjLjXlu3bZ08W7u-3jl9KgWFgRwIbnySaTsV8AwYxeCU5FCd6tWY2foRQippWZga9pc8KPK92ybT6BVtJQBcnvBJCmuzd1xt1ZWcO6AF6vxKMP_Ug/s1204/Cartazes%20do%20dealbar%20da%20Independencia%20de%20Angola%20005.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1204" data-original-width="790" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgJDXCWv50WppyyRli6PAy508GXGKEBE50zR1c2C45cLr85tRjABMUM7b31wFEg34h7_jVf_LjLjXlu3bZ08W7u-3jl9KgWFgRwIbnySaTsV8AwYxeCU5FCd6tWY2foRQippWZga9pc8KPK92ybT6BVtJQBcnvBJCmuzd1xt1ZWcO6AF6vxKMP_Ug/s320/Cartazes%20do%20dealbar%20da%20Independencia%20de%20Angola%20005.jpg" width="210" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHZ_cgbJ2WX3gOKbKM8BhXdC-WINHOpBewLbRymyL8ynKj_ImCidXnX6bNwR9EuY29kUgVp_KXAhpR4s8bGD7Y60eCnirjdRJvZwIsY-qUbXd46vIzOZHGfae72D-uFcwQpPTNuSDB4VqtvHy4T_7CSf0pakCf8omZBJXjQug2BxfPtqakp-0dTQ/s1438/cartazes%20diversos.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1438" data-original-width="1159" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhHZ_cgbJ2WX3gOKbKM8BhXdC-WINHOpBewLbRymyL8ynKj_ImCidXnX6bNwR9EuY29kUgVp_KXAhpR4s8bGD7Y60eCnirjdRJvZwIsY-qUbXd46vIzOZHGfae72D-uFcwQpPTNuSDB4VqtvHy4T_7CSf0pakCf8omZBJXjQug2BxfPtqakp-0dTQ/s320/cartazes%20diversos.jpg" width="258" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrIXdpSYYsC47RNLpT5YVnxMOVaHgvYMCLEnlL733DE-oq1PkSMrmbvB-uDPY5cK1aHLP5904pTbwyMPik5IvEa58moOqG2elguNOJhRj9ettP5sxYAn_-a226sIFfYseK5PFcM9volSOi8yCy-_yUS-euakiYNLJVpMLkh7yKktQy-v3YLmEGBQ/s216/auto_colantes_prec3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="216" data-original-width="154" height="216" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhrIXdpSYYsC47RNLpT5YVnxMOVaHgvYMCLEnlL733DE-oq1PkSMrmbvB-uDPY5cK1aHLP5904pTbwyMPik5IvEa58moOqG2elguNOJhRj9ettP5sxYAn_-a226sIFfYseK5PFcM9volSOi8yCy-_yUS-euakiYNLJVpMLkh7yKktQy-v3YLmEGBQ/s1600/auto_colantes_prec3.jpg" width="154" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipq_igfTEC80GJpsZBxUn6-9EtFCY6oUeJ98Vdoz8Lcp6dbgxiFqnz98hOtuEvtXtv5Ra7xr8NxKuA4NaDsqsCZIA9MHF9bAxD1cIPWihUKfScbOFRt-R4PcHZTeX7lft7_q2Zh9qdZiXElOeaHQlNnjMeyWrIJUPX4atBze7_8lABmvC4yfCvjA/s206/auto_colantes_prec2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="206" data-original-width="154" height="206" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEipq_igfTEC80GJpsZBxUn6-9EtFCY6oUeJ98Vdoz8Lcp6dbgxiFqnz98hOtuEvtXtv5Ra7xr8NxKuA4NaDsqsCZIA9MHF9bAxD1cIPWihUKfScbOFRt-R4PcHZTeX7lft7_q2Zh9qdZiXElOeaHQlNnjMeyWrIJUPX4atBze7_8lABmvC4yfCvjA/s1600/auto_colantes_prec2.jpg" width="154" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6gO3RgNXlddkEJ8nyCPYBNKmGqDIFGKRQGIPfGPFIe5VuFOpinVixZeHV-V6DDOae0o74TO2PU3m3LSSEfGWFocpailGXgzm0V4hV5N0-jYC3wxoT4ui1XGjGCfX_wa6SLE8Ndn_n0M7MXYR8x_RWlbf7IldS8oGj13W7DTsveN7ixiKk_EJSAw/s338/auto_colantes_prec1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="206" data-original-width="338" height="195" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6gO3RgNXlddkEJ8nyCPYBNKmGqDIFGKRQGIPfGPFIe5VuFOpinVixZeHV-V6DDOae0o74TO2PU3m3LSSEfGWFocpailGXgzm0V4hV5N0-jYC3wxoT4ui1XGjGCfX_wa6SLE8Ndn_n0M7MXYR8x_RWlbf7IldS8oGj13W7DTsveN7ixiKk_EJSAw/s320/auto_colantes_prec1.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi94ku-jCwLbbYV_6IL3kxTV_NuyOeRwGSmHM7f-n7iVUIJko_D9A7a8rVVB7nMH6ShxopOHiPpCQEQQ9OXljzmKsUGDqFUbHrcclvZs9jNIFfYcPiQh6OAVbtKBMvHHsczrt9eqcSg-xPDABhcunkcYuQqx-CstjDoAR899p0c098fwyhOdDOYvg/s1146/auto_colantes_prec_23.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="266" data-original-width="1146" height="74" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi94ku-jCwLbbYV_6IL3kxTV_NuyOeRwGSmHM7f-n7iVUIJko_D9A7a8rVVB7nMH6ShxopOHiPpCQEQQ9OXljzmKsUGDqFUbHrcclvZs9jNIFfYcPiQh6OAVbtKBMvHHsczrt9eqcSg-xPDABhcunkcYuQqx-CstjDoAR899p0c098fwyhOdDOYvg/s320/auto_colantes_prec_23.jpg" width="320" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHNgQV-hNrkM7gqkGlIxC_Gg8xb2VS3roQgP5h-qdR-3BgrGpJKcr7gqxyC3k2s3-9C-sQJjdn2aEN3aJlugzHUTRbl4cw7D7IvJ9OD5Td1tjniUePhfyGVZ4shX4ipkdIxVQGQ_gAqsBiy1er35T-COv6PeK8SlaFtBQkCWNCv4P1DADK6C_4OQ/s1183/141.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1183" data-original-width="825" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHNgQV-hNrkM7gqkGlIxC_Gg8xb2VS3roQgP5h-qdR-3BgrGpJKcr7gqxyC3k2s3-9C-sQJjdn2aEN3aJlugzHUTRbl4cw7D7IvJ9OD5Td1tjniUePhfyGVZ4shX4ipkdIxVQGQ_gAqsBiy1er35T-COv6PeK8SlaFtBQkCWNCv4P1DADK6C_4OQ/s320/141.jpg" width="223" /></a></div><br /><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><br /></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><br /></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-42968607568541855292023-10-13T13:39:00.002+00:002023-10-13T13:39:22.810+00:00“O Novembro que Abril não merecia” / o Interior / Guarda 11/10/2023<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIdAsOQN26AKGAW_xkwgBejzBosb2QCfmZZKppceYuWBrCPCX_XZkg58HytRFXNPifEIrpXQfgCeIxdZsQB4_4YW_EEYaG-NMzO_PasF0hiErJcrmKhW_0blZZObSwuGe40hIZKddWcVR2cDO3QSKXp_kYXLt_FevhybVdkVKOk17ueFEo8RCPpQ/s313/logo-o-interior.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="80" data-original-width="313" height="102" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhIdAsOQN26AKGAW_xkwgBejzBosb2QCfmZZKppceYuWBrCPCX_XZkg58HytRFXNPifEIrpXQfgCeIxdZsQB4_4YW_EEYaG-NMzO_PasF0hiErJcrmKhW_0blZZObSwuGe40hIZKddWcVR2cDO3QSKXp_kYXLt_FevhybVdkVKOk17ueFEo8RCPpQ/w400-h102/logo-o-interior.png" width="400" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">“O
Novembro que Abril não merecia”<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O título
deste artigo é de um livro recente do pinhelense António Avelãs Nunes,
professor catedrático da faculdade de direito da Universidade de Coimbra, homem
de grande probidade intelectual e cívica, resistente antifascista, perseguido e
preso pela PIDE que viu cerceado o seu percurso académico. Um livro
encomendável, porque não existe no restrito meio livreiro, e recomendável pela
excelência da reflexão, e da clareza da irrefutabilidade dos factos.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há já uns
tempos que vão aparecendo referências a comemorar o 25 de Novembro de 1975,
desde dar nome a ruas, até fazerem-se homenagens a alguns dos que terão estado
na tal “golpaça” , com que muitos sonharam ser um novo 28 de Maio de 1926.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O presidente
da Camara de Lisboa no seu percurso para chegar a primeiro ministro nas
próximas legislativas, depois de varrer Montenegro para debaixo da carpete,
resolve de vez em quando fazer declarações que permitam a discussão publicada,
que imediatamente passa a pública, e que façam esquecer os problemas que ele
não resolve na cidade capital.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vamos por
partes. Na comemoração do 5 de Outubro de 1910 o Carlos Moedas, resolveu dizer
que Lisboa vai comemorar o 25 de Novembro de 1975. Já há muito que gente que
nunca percebeu muito bem o que foi o 25 do 11, que rejubilou quando ele afirmou
determinado o que iria fazer este ano, 48 anos depois. Será que 48 anos é um
número fétiche para o senhor Moedas?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O general
Ramalho Eanes, homem sério, e esse sim figura proeminente no 25 de Novembro tem
reafirmado que é completamente desnecessário comemorar essa data que o
importante é o 25 de Abril de 1974, essa sim a data de todas as comemorações. O
25-11-1975 foi mais uma igual ao 28 de Setembro de 1974, 11 de Março de 1975,
sem relevância maior no essencial do espírito de Abril.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">No Público
de 26 de Novembro de 2000, Adelino Gomes perguntava: Quem desencadeou o 25 de
Novembro? Quem deu ordem aos páras para ocuparem quatro bases aéreas? Otelo traiu
os seus homens ou evitou a Guerra Civil? O PCP de que lado(s) esteve? Até onde
chegavam as ligações aos MDLP? Quantos grupos funcionaram dentro do Grupo dos
Nove? Qual foi a mais decisiva: a Região Militar do Norte (MN) ou a Região
Militar de Lisboa (RML)?; o Posto Avançado da Amadora, comandado pelo então
tenente-coronel Ramalho Eanes, ou o Posto de Comando Principal, montado em
Belém, e onde ficaram o Presidente Costa Gomes e o comandante da RML e Conselheiro
da Revolução, Vasco Lourenço? Quantos 25 de Novembro houve naquele dia? O 25 de
Novembro existiu?<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Talvez
esta comemoração seja boa para homenagear o General Costa Gomes, que como
Presidente da República, que fruto de paciência, ponderação e habilidade, que
muitos chamavam de indecisão, evitou que a guerra civil se iniciasse com as
nefastas consequências. Era um tempo em que o Presidente da República não
falava de tamanhos de decotes, subia a coqueiros ou andava montado em
tartarugas gigantes. Um homem que foi quase defenestrado da história política
portuguesa, e que na realidade foi decisivo quando foi necessário sê-lo. Talvez
o Moedas queira homenagear o Almirante Rosa Coutinho e Almada Contreiras, entre
outros valorosos homens de Abril que foram ao Alfeite evitar a saída dos
fuzileiros, para evitar uma escalada de violência de contornos ainda hoje
impossíveis de imaginar. Será bom homenagear o Major Melo Antunes, que no dia
seguinte ao 25 de Novembro de 1975 veio à RTP serenar as pessoas e dizer que a
democracia constrói-se com todos. Talvez seja altura de fazer uma evocação aos
capitães de Abril<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de 1974 que já
faleceram e homenagear os que estão entre nós. E que se evite que a comemoração
do 25 de Novembro de 1975 seja o revanchismo, não contra os poucos perdedores
nesse dia, mas contra muitos dos vencedores dessa data tão pouco explicada!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na
“Casa do Moedas” a 5 de Outubro de 2023 pedia-se um pouco mais a um Presidente
da Camara de Lisboa que ainda deve andar com sabores trocados depois <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de tanto anel cardinalício beijado numas
Jornadas Mundiais da Juventude, de que não temos contas nem resultados! O
habitual!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Albert
Camus no Mito de Sísifo: “Um homem é mais homem pelas coisas que cala do que
pelas coisas que diz”!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Fernando Pereira<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">8/10/2023<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;"><span style="color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-31053664851912040352023-04-14T21:05:00.001+00:002023-04-14T21:05:28.932+00:00Artigo no "Jornal de Angola " em 12 de Novembro de 1992<p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2Ng60kUeyINgzYGsbY6EjRWYo0mwlgh3w5s1pCNY6IfjT2Zoy4oUFalOEyENr1BBJx64_ediHvxIKOHVxy8ULXu8OuEKZMXRJZs5p-RgWCynov9yvSggj4U38pZ16ZN7n9uTh2KCBFSWTYdKVHkErHEwtS7wmgVGPLQfIO1gGOf0gHjy_vi8/s827/artigo.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="827" data-original-width="451" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi2Ng60kUeyINgzYGsbY6EjRWYo0mwlgh3w5s1pCNY6IfjT2Zoy4oUFalOEyENr1BBJx64_ediHvxIKOHVxy8ULXu8OuEKZMXRJZs5p-RgWCynov9yvSggj4U38pZ16ZN7n9uTh2KCBFSWTYdKVHkErHEwtS7wmgVGPLQfIO1gGOf0gHjy_vi8/s320/artigo.jpg" width="175" /></a></div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSojcCDc4lriAXX3jpEczwJlJHkyfL26To11XTtmJ6AtGgNyxBgbMfq2ad_Z7jva-kR17p04UXg8uK19XiYdk-luwHDy9052ku5Ib1rMBvxoqnRZk1_6HzWJ5K_jhzw7j0aLC2q3HvOEQoBZKeg5XaDe7TZS-dN6Id4QKhr26l-gxBilHmOJo/s1024/IMG-20230414-WA0105.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="768" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgSojcCDc4lriAXX3jpEczwJlJHkyfL26To11XTtmJ6AtGgNyxBgbMfq2ad_Z7jva-kR17p04UXg8uK19XiYdk-luwHDy9052ku5Ib1rMBvxoqnRZk1_6HzWJ5K_jhzw7j0aLC2q3HvOEQoBZKeg5XaDe7TZS-dN6Id4QKhr26l-gxBilHmOJo/s320/IMG-20230414-WA0105.jpg" width="240" /></a></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs2Wgh8nsgRkuDQdMvtq84SfMhqaf4EtmMs_NbULBvjTZ_x4mwGd50yvfv4Ml63vqfVAJae92bzNOZ0Qx3mbRPGb2NbyTL5gQq7Ax8TH-c4zYpz7FOdvTT3oEniaDGMnkyHAHIT-AKx1l4Tx38eBh_eMNE7ewtPDbkitQWiMCdJGdN2eq5Ibo/s1024/IMG-20230414-WA0106.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1024" data-original-width="768" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhs2Wgh8nsgRkuDQdMvtq84SfMhqaf4EtmMs_NbULBvjTZ_x4mwGd50yvfv4Ml63vqfVAJae92bzNOZ0Qx3mbRPGb2NbyTL5gQq7Ax8TH-c4zYpz7FOdvTT3oEniaDGMnkyHAHIT-AKx1l4Tx38eBh_eMNE7ewtPDbkitQWiMCdJGdN2eq5Ibo/s320/IMG-20230414-WA0106.jpg" width="240" /></a><br /></div><br /> <p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-59407756474986350042023-03-08T16:04:00.001+00:002023-03-08T16:04:07.655+00:00ESCREVER NA ÁGUA / o Interior / 8-3-2023<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDbkdoFy4Zb7POMZyZSd0UlKcv1eLTjC8JZgHczN7oR5PChMi-DX0tWXYrPQ_8knQxiLj27v43AkeFcrIApPeBm9jWEmefP8sy7LAXVcmAj30mXznSeBh8WZ6JjF6hjzwxpSQsCWtQ-I7FXzZpuls98P8VMUI4Ev_MSpGd2XYdxKVtsG0486E/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="52" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiDbkdoFy4Zb7POMZyZSd0UlKcv1eLTjC8JZgHczN7oR5PChMi-DX0tWXYrPQ_8knQxiLj27v43AkeFcrIApPeBm9jWEmefP8sy7LAXVcmAj30mXznSeBh8WZ6JjF6hjzwxpSQsCWtQ-I7FXzZpuls98P8VMUI4Ev_MSpGd2XYdxKVtsG0486E/s1600/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="200" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">ESCREVER NA ÁGUA<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p> </o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 141.6pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Há sempre qualquer coisa que está para acontecer, qualquer coisa que
eu devia perceber”<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 141.6pt;">José Mário Branco “Ser
Solidário”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 141.6pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p> </o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Há mais de quarenta anos que
escrevo em jornais, revistas e em publicações diversas. Durante anos fui um
profissional da imprensa, e nunca deixei de exprimir as minhas opiniões, apesar
de por vezes as circunstâncias não serem as mais favoráveis para se escrever de
acordo com o muito que havia para mostrar. É a vida!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Continuo sem saber exatamente o
que se passa na transferência de competências da administração central para os
municípios, e acima de tudo gostava de perceber como é que algo que vai mexer
com tanta gente, alterar status quo prevalecente consegue ser ignorado entre os
pingos da chuva de uma informação cada vez mais marcada pelo sensacionalismo e
por agendas abastardadas por interesses que tem tudo menos a ver com o
interesse público.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">A transferência de competências
tem trazido muitos problemas no País todo a pessoas, associações, IPSSs,
municípios, etc. Não parece trazer à administração central que cada vez alija
mais as suas responsabilidades para outros, num eufemismo do tipo de “espírito
descentralizador”, “aproximar as estruturas dos cidadãos”, e outras estultices
do tipo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Nada disso. Perceber-se-ia o
espírito mas quando se promove esta atabalhoada e rudimentar transferência
esquecem-se dos recursos que existem, e o pior é que evitam lembrar-se que há
recursos suplementares que tem que ser entregues para que os serviços
transferidos funcionem, e que depois não andem nos habituais jogos de troca de
acusações quando as coisas correrem mal, e tem tudo para correr muito mal. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Os professores, uma profissão
indispensável em qualquer sociedade de exigência, tem estado na luta pelos seus
direitos. No essencial estou de acordo, mas recuso-me a aceitar que uma das
reivindicações seja não aceitar a municipalização do ensino, algo que já
acontece na maioria dos países da EU. O argumento é algo torpe para com
estruturas do poder local, de grande importância na Constituição da República
de 1976, e reconhecidamente como fator de desenvolvimento da democracia e da
liberdade. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">O anátema que colocam sobre as
autarquias é aviltante, porque infelizmente também há compadrio e corrupção na
administração central, empresas publicas ou participadas pelo estado, pelo que
o que acontece nas Camaras é só a extensão de tudo o resto. Os professores, que
são respeitados pela grande maioria da população não devem partilhar as ideias
de grupos de pessoas detratoras do estado democrático, e devem exigir que a sua
luta seja para que as estruturas onde assenta a democracia sejam transparentes
e organizadas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Sobre os recentes desenvolvimentos
da pedofilia da ICAR nada de novo e também sei que o futuro próximo vai tudo
ser ungido com santos óleos e as mãos lavadas com água benta. O exemplo do PR a
“engolir” o anel cardinalício não indicia nada a preceito. Há muitos anos que é
assim. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Recomendo sobre o assunto o filme
Spotlight - Segredos Revelados, de 2015, em que o tema são os abusos sexuais e
pedofilia na Igreja dependente do Cardeal de Boston. Os jornalistas do “The
Boston Globe” foram premiados com o prémio Pullitzer, neste grande trabalho de
investigação que abalou a Igreja Católica nos EUA e no Canadá no dealbar do
seculo XXI. Um dos melhores trabalhos de investigação do jornalismo recente, e
que teve consequências invulgares num sórdido esquema de violação e pedofilia
que a ICAR faz há seculos, sem que haja uma punição exemplar que possa dar
exemplo que provavelmente há um estado laico a funcionar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Como dizia um “trânsfuga” do
Seminário do Fundão, o beirão Vergílio Ferreira: “Somos um povo de analfabetos.
Destes há alguns que não sabem ler”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">5/3/2023<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-13349725751090855612023-02-04T14:34:00.002+00:002023-02-04T14:40:36.276+00:00Kimbo dos Sobas, pois, a Angola Utópica! / Jornal de Angola/ 4-2-2023<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_73S2_fJXLDEz47TCZp2V52szAt4xpVcCggdpiXRSLN1iyBB_-ewL8xGcPm6C4xMKpx9-Jl3ODVXfv6aBY09sCq1zVAN2r3K4YrzI74l2611gxJ5N6r1hwiNunMfN3glpsXugzZNvIQKNckQA-x5kvIfJdzSizGqq7249cQcViQL9CVXqN7U/s254/Jornal%20de%20Angola.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="199" data-original-width="254" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi_73S2_fJXLDEz47TCZp2V52szAt4xpVcCggdpiXRSLN1iyBB_-ewL8xGcPm6C4xMKpx9-Jl3ODVXfv6aBY09sCq1zVAN2r3K4YrzI74l2611gxJ5N6r1hwiNunMfN3glpsXugzZNvIQKNckQA-x5kvIfJdzSizGqq7249cQcViQL9CVXqN7U/w400-h313/Jornal%20de%20Angola.png" width="400" /></a></div><br /><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiB5_2jDEOiCxTD_M5-0dFV5IdDI6Rt0oilu85-VHMqY7btAVlPDHqI7S8L0fZV8p48bd-zOBltfnXEPW51Ln03A6JLH_K4w6FKujH76W17FZsTWIOkk3RTp-XryHT4z_um1PKMC-NDeImMSKDJRhDkmsyehW56FdxTtmEx4eDXBKukiZ7DVk/s400/Kimbo-Sobas.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="400" data-original-width="276" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgiB5_2jDEOiCxTD_M5-0dFV5IdDI6Rt0oilu85-VHMqY7btAVlPDHqI7S8L0fZV8p48bd-zOBltfnXEPW51Ln03A6JLH_K4w6FKujH76W17FZsTWIOkk3RTp-XryHT4z_um1PKMC-NDeImMSKDJRhDkmsyehW56FdxTtmEx4eDXBKukiZ7DVk/s320/Kimbo-Sobas.jpg" width="221" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><br /></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 12pt; line-height: 107%;">Kimbo dos Sobas, pois, a Angola
Utópica!</span></b><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">“… a fronteira entre a verdade e a mentira é um caminho no
deserto. Os homens dividem-se dos dois lados da fronteira. Quantos há que sabem
onde se encontra esse caminho de areia no meio da areia?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Existem,
no entanto, e eu sou um deles. Sem Medo também o sabia. Mas insistia que era um
caminho no deserto. Por isso se ria dos que diziam que era um trilho cortando,
nítido, o verde do Mayombe. Hoje sei que não há trilhos amarelos no meio do
verde.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">In Mayombe- Pepetela<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em
Coimbra havia uma “Republica “que comemorava o seu “centenário” a cada 4 de
Fevereiro. O Kimbo dos Sobas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vamos
começar por explicar o que era uma República no contexto da sociedade
estudantil de Coimbra ao longo do tempo. Era uma casa organizada por um
conjunto de estudantes, que tinha por missão fazer a sua gestão doméstica.
Estas casas tinham códigos de conduta bem definidos e tinha que haver uma
parcimoniosa gestão dos dinheiros para que se conseguisse pagar a renda, o
ordenado da empregada que ia às compras, fazia a comida, limpava os quartos e
tratava da roupa entre outras atribuições menores. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Entre os “Repúblicos” havia mensalmente um
“mor”, que era a pessoa votada que em determinado mês tinha que fazer a
ginástica suficiente para que se conseguisse fazer face às despesas
quotidianas. Claro que havia um sobressalto constante e havia uma República que
até tinha uma alteração de uma célebre frase de Churchil: “Nunca tão poucos
deveram tanto a tantos”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Já
houve oportunidade de justificar o nome centenário, exagero deliberado, e
também indiciador da importância atribuída pelos repúblicos às suas vivências
nestas comunidades.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Todas
as “Repúblicas” utilizam esta designação para referir o aniversário da fundação
da casa. Reivindica-se, com esta dilatação hiperbólica do tempo, a
indiscutibilidade das aprendizagens que nestas “escolas da vida” tinham lugar:
Um ano “dentro” de uma República valeria cem anos “fora” dela.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
“Kimbo dos Sobas” foi a primeira casa só de estudantes angolanos criada em
Coimbra no fim dos anos 50. Havia uma outra, os “Milionários”, fundada por
Norberto Canha, hoje um ortopedista nonagenário natural do Huambo, o Orlando
Ferreira Rodrigues, do Chinguar, 1º director da TPA, juiz do TPR e professor
jubilado da Faculdade de Direito da UAN, o Mbeto Traça, o António José Miranda,
ambos generais reformados, o Manecas Balonas, médico recentemente falecido,
Oscar Monteiro, primeiro ministro da justiça de Moçambique, Fausto Martins da
Costa, psiquiatra já falecido, o Cardoso, um urologista de Moçambique, o Jonhy,
jurista de Cabo Verde, o Celestino Costa, ex-primeiro ministro de S. Tomé e
Príncipe, já falecido, entre outros de várias proveniências.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
“Kimbo dos Sobas” é fundado numa casa <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>alugada por um grupo de angolanos. Os seus
fundadores são o escritor e homem do Huambo Manuel Rui Monteiro, o cirurgião
nascido no Lepi Fenando Martinho, o jurista nascido no Lobito Aníbal Espírito
Santo, o engenheiro do Luau, Segadães Tavares, o Zé Cardoso, conhecido pelo
Zequinha da Gráfica, o cineasta António Faria e o Cacondense Machado Lopes. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Um dado
relevante tem a ver com o facto do “Kimbo dos Sobas”, ao tempo não formalmente
uma República, ser constituída basicamente por cidadãos do sul do território de
Angola, a que não era alheio o facto de só haver um liceu em Sá da Bandeira,
hoje Lubango, o Diogo Cão, que absorvia toda a gente filha de colono de terras
a sul do Quanza. È preciso realçar que nos dois liceus de Angola, os negros
contavam-se pelos dedos, pois eram inacessíveis por razões económicas a sua
frequência. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Muitos eram filhos de
funcionários do caminho de ferro de Benguela a quem atribuíam bolsas, já que os
magros vencimentos, mesmo dos funcionários brancos, não permitiam enviar filhos
estudar para o sul. Havia também uma grande ligação entre Sá da Bandeira e
Coimbra, e a verdade é que para muitos era a Coimbra de Angola, com praxes e
capas, o que não acontecia no outro liceu, o Salvador Correia de Luanda que
absorvia as gentes a norte do Quanza.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Muitos
angolanos do sul e do norte acabaram por se conhecer e trilhar um caminho comum
em Coimbra e Lisboa quando vieram estudar, pois nem se conheciam, nem tampouco
conheciam as terras uns dos outros.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Antes
de voltar ao Kimbo dos Sobas, lembremos que Agostinho Neto, Lúcio Lara, João
Vieira Lopes, Manuel Videira, MacMahon Vitória Pereira, irmãos Couceiro,
Fernando Oliveira, Emílio Quental, Orlando Albuquerque, Alda Lara, Diógenes
Boavida, Mário Torres, Eduardo dos Santos e outros viveram na primeira metade
dos anos 50 em Coimbra, e a maior parte dele só acidentalmente se cruzou com os
angolanos que estiveram nos “Milionários” e no “Kimbo dos Sobas”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
“Kimbo dos Sobas”, e repetindo, começou por ser uma casa organizada de
estudantes angolanos acabou por ser, a par dos “Milionários” um espaço de
“fermentação” do espírito independentista, que ia proliferando no fim dos anos
50 e no dealbar dos anos 60. O espaço solidário em que se transformaram serviu
para apoiar em termos logísticos as fugas dos 150 em 1961 e uma outra que se
gorou em 1963. Nesta a PIDE foi ao “Kimbo dos Sobas” e prendeu Fernando
Martinho, Manuel Rui Monteiro e José Cardoso, que estiveram uns meses presos e
sujeitos a interrogatórios no Aljube, em Lisboa.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
primeira fuga, que teve grande sucesso, foi toda acompanhada por dois
reverendos americanos em colaboração com organizações francesas de refugiados,
havendo razoável apoio económico, o que talvez evidencie que a CIA terá
patrocinado essa aventura coroada de êxito, que foi um verdadeiro golpe contra
a propaganda colonialista do Portugal de Salazar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por
tudo o muito que se viveu, antes da mudança de casa para a Rua Antero Quental
em Coimbra, paredes meias com os “Milionários”, já numa fase moribunda, e com a
delegação da PIDE , o “Kimbo dos Sobas” passou a ser uma porta aberta para
todos os angolanos que vinham a Coimbra.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Convém
esclarecer que era tradição as “Republicas” em Coimbra manterem a porta aberta,
num sinal de hospitalidade para com quem passava, e também pouco ou nada havia
para tirar já que a generalidade dos repúblicos era gente de poucas posses!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na
altura da passagem do “Kimbo dos Sobas” para mais perto do centro nevrálgico da
Academia de Coimbra, ainda se discutia sem grande entusiasmo a passagem do
estatuto de residência a solar, etapa indispensável para passar a Republica, no
quadro do regulamento em vigor nas estruturas universitárias de estudantes da
Associação Académica de Coimbra. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Isso já
só aconteceu em meados da década de sessenta, e na crise estudantil de 1969, o
representante do Kimbo dos Sobas Roberto Leal Monteiro (o actual general
Ngongo) foi o escolhido para o Conselho de Republicas, órgão que iria escolher
os órgãos sociais da Associação Académica de Coimbra, que entretanto não foi
aceite pelo regime, o que era de todo evidente!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A fraca
ou quase nula participação de angolanos nas lutas académicas de 1962 e 1969
teve a ver com o sentir independentista que germinava, em que os angolanos em
Coimbra se sentiam desenquadrados da luta dos portugueses, e assumiam sem
reservas que a luta era outra, pela libertação de Angola e um apoio declarado
desde sempre ao MPLA. Era normal que isso acontecesse porque as pessoas
discutiam o que tinham vivenciado em Angola em termos de segregação social e
rácica, e perante uma partilha maior de novos enquadramentos ideológicos
conseguiam aumentar o seu lado certo de estarem nas coisas, e o inimigo a
abater era claramente o colonialismo português.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Da fuga
dos 150 elementos em 1961, de Coimbra foi muito badalada o “salto” de de França
(Ndalu), Chipenda, Araújo (Ben Barek), Fernando Avidago e José Julio (Foi
Director Geral dos Desportos em Moçambique) porque de um momento para o outro
desfalcaram a equipa da Académica de Coimbra onde todos eram jogadores de
eleição!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao
“Kimbo dos Sobas”, já nas novas instalações chegaram novos Repúblicos, e alguns
já de Luanda e de outras regiões do País. De certa forma a República começou a
ter uma unidade na angolanidade, e eram frequentes as visitas dos PIDEs a uma
casa que era olhada com cada vez maior desconfiança por parte das autoridades.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Porque
alguns dos iniciais saíram, outros que os substituíram deram o salto ou criaram
família, entraram na casa novos habitantes que reforçavam as convicções
independentistas que já eram chancela da casa. Entrou Nene Pizarro, Roberto
Leal Monteiro (Ngongo), João Saraiva de Carvalho (Tetembwa), Eurico Gonçalves
(morto em 27 de Maio de 1977), António Trabulo, Fonseca Santos, Garcia Neto
(também vitima do 27 de Maio de 1977), o médico falecido Fernando Sabrosa e
tantos que por lá passaram e outros em fugazes visitas de cortesia política
como foi o caso de Gilberto Teixeira da Silva (o comandante Gika) e o Quincas
Fonseca Santos cobardemente assassinado no Longonjo em 1979.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com a
fuga de alguns elementos do Kimbo dos Sobas, não apenas pela ameaça de prisão,
mas para se envolverem na luta armada, a Republica teve que aceitar
portugueses, numa discussão que terá sido pouco pacífica, mas que permitiu que
gente solidária apoiasse a<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>luta que se
ia fazendo por uma Angola que talvez um dia seja aquilo que muitos sonhavam,
nas longas noites de uma Coimbra que não era só fados, baladas, serenatas,
capas e tricanas, como muitos gostavam e gostam de a pintar. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na
prisão de Garcia Neto e Fernando Sabrosa pela PIDE por exemplo foi determinante
a solidariedade dos Repúblicos e suas famílias de forma tentarem minorar o seu
sofrimento em Caxias, não lhe permitindo visitas, com o argumento soez de que
não eram familiares. Venceram-se algumas resistências!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao
fazer o “centenário” no 4 de Fevereiro, os repúblicos do “Kimbo dos Sobas”
assumiram qual era o seu posicionamento e sobretudo a forma corajosa de
encararem a sua opção, num tempo de violência muito dura sobre ideias que não
perpetuassem o fervor no Império<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>português, em que o seu grande ideólogo era Adriano Moreira, o homem que
reabriu o Tarrafal em 1961.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
Angola utópica passou por muito lugar, e como se vê Coimbra também colocou o
“seu tijolo nos alicerces do mundo”, mas os muitos que viveram esses tempos,
apenas queriam que todos “tivessem o seu bocado de pão”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">28/01/2023<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-16744575857848509992023-01-12T01:10:00.005+00:002023-01-12T01:10:38.580+00:00“Primeiro vem o estômago cheio, depois vem a ética” / O Interior/ 11-01-2023<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqtsVEpjhDM_AkuwOjY0cF3YQJgc_mCHUySn1in4Zu0WVWX-h7qF6ZqYjNqc5G9p0plLRxk9X1NA5fSlXHRj370xqsU0BDhBaNiLgTOXgPSSK6DQPzxA2TkYClwR1ECa-kESqInVKQy514FRqJLzXEKi5cyOTLZJJ627v2-vvpaqSmUgyTiK4/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjqtsVEpjhDM_AkuwOjY0cF3YQJgc_mCHUySn1in4Zu0WVWX-h7qF6ZqYjNqc5G9p0plLRxk9X1NA5fSlXHRj370xqsU0BDhBaNiLgTOXgPSSK6DQPzxA2TkYClwR1ECa-kESqInVKQy514FRqJLzXEKi5cyOTLZJJ627v2-vvpaqSmUgyTiK4/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Primeiro vem o
estômago cheio, depois vem a ética”<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
título é de uma frase de Bertolt Brecht, e só circunstancialmente tem a ver com
o texto. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">O Expresso fez 50 anos. Lembro-me
de ter comprado em Coimbra para o meu pai, o número um, por cinco escudos, num
tempo em que os jornais custavam 2,50 escudos, e que por andanças várias em
tantos locais acabou por desaparecer esse exemplar <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>do meu baú das recordações.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Durante
décadas comprei o Expresso, lia-o mesmo quando não concordava com muito do que
se lá opinava e o critério do filtro das notícias. Fiz alguns artigos de
opinião há uns anos, que me valeram mais uns quantos impropérios por parte de
alguns leitores, mas é da vida!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
Expresso foi uma lufada de ar fresco no cinzentismo da imprensa portuguesa de
então, e só o facto de Francisco Pinto Balsemão ter sido deputado da Acção
Nacional Popular pelo distrito da Guarda lhe terá<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>valido alguma condescendência por parte de
uma censura feroz que Marcelo Caetano transformou num “Exame Prévio”, num período
em que se mudou tudo para que tudo ficasse na mesma.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O grupo
poderoso em que o Expresso se tornou ajudou a melhorar o panorama da
comunicação social em Portugal, mas ao mesmo tempo nota-se que não consegue por
vezes ir mais longe nas suas pesquisas, porque a imprensa não consegue sair do
invólucro económico onde a sociedade está inserida. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Li o
livro de Francisco Pinto Balsemão, e acho um documento interessante, embora
haja alguns casos, nomeadamente a situação do BES Brasil em 2015 que me
pareceram desculpas esfarrapadas para que o Expresso não tivesse dado
continuidade a uma investigação. Este é apenas um exemplo como poderia dar
muitos mais, como o silencio sobre os “Panamá Papers”, e outras investigações
que terão ficado adiadas para as calendas gregas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Convém,
contudo, dizer que prefiro um Expresso como sempre foi, a outros que se arvoram
em independentes que tem gente que quando lhes cai a máscara afundam-se em
águas profundas na vertigem do poder. Parabéns ao Expresso, e não conto estar
cá quando fizer mais 50 anos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
jornalismo tem-se desprestigiado, não tanto porque a qualidade dos
profissionais tenha piorado, antes pelo contrário, já que hoje tem melhor
preparação e maior quantidade de recursos, mas porque há uma cada vez maior
intervenção das administrações das empresas de comunicação social nas direcções
dos órgãos e concomitantemente por aí abaixo.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Albert
Camus dizia “Nada é mais desprezível do que o respeito baseado no medo”. O
jornalismo não escapa ao “círculo de giz caucasiano”, que lhe é imposto pelo
endosso económico e pela coesão social que condiciona o nosso comportamento
coletivo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os
jornalistas hoje escrevem e falam pouco mais que o óbvio, e fazem o favor às
audiências através da chicana política a falarem de carros, salários e
indeminizações extraordinárias, que é algo importante, mas que não é tudo no
quotidiano do País, nem determinante para o futuro do bem estar dos cidadãos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por
acaso algum jornalista já foi instado a fazer um trabalho sobre a realidade da
atribuição de competências aos municípios na área social e as consequências e
desemprego que vão gerar um pouco por todo o País, para além de outras pouco
claras.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Este é
só um exemplo, como poderia dar muitos, sobre tantas palavras que se pedem a
silêncios que se perpetuam. Como dizia Jean Paul Sartre: “Todas as palavras têm
consequências, os silêncios também têm”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Faz
também a 20 de janeiro, cinquenta anos que foi assassinado em Conacri, na República
da Guiné-Conacri, Amílcar Cabral, então líder do PAIGC (Partido Africano para a
Independência da Guiné e Cabo Verde). Porque foi um dos grandes da libertação
dos povos e o maior estratega da luta contra o colonialismo português, e porque
era um homem de grande craveira intelectual não gostaria de deixar de relevar
esta infausta efeméride.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Bom Ano de 2023, e façam como D. Diniz e desconfiem de rosas
em Janeiro!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">8/01/2023<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-33361716892459989102022-12-14T15:16:00.000+00:002022-12-14T15:16:02.916+00:00Bonitas palavras não engordam gatos! / o Interior 14-12-2022<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiURFUIppZmQ_qWxGtgsfhiOUbkmpDQovGSm7Cql4ZiRDByMwollAjhvJaVyamivmEFzW6I2lTx9kb7YQyj2gB-oQPqb1Oc-q5wQ7TvDS4z8B9S1n9s1LBjImF8_kcHpFtQex477P1hdJDvUQJpvFfXHgVE1EM6Lq6vX9PLClYEqcnesFpriVY/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiURFUIppZmQ_qWxGtgsfhiOUbkmpDQovGSm7Cql4ZiRDByMwollAjhvJaVyamivmEFzW6I2lTx9kb7YQyj2gB-oQPqb1Oc-q5wQ7TvDS4z8B9S1n9s1LBjImF8_kcHpFtQex477P1hdJDvUQJpvFfXHgVE1EM6Lq6vX9PLClYEqcnesFpriVY/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;">Bonitas palavras não engordam gatos!<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 14.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">O meu saudoso companheiro de algumas horas boas que vivi, o
Ruy Duarte de Carvalho, um dos mais brilhantes escritores da lusofonia, tem uma
frase que vai fazendo o meu quotidiano, e que é tão útil nos tempos que desvivemos:
“Há o que vi porque mo disseram, há o que vi sem mo terem dito, há o que conto
e o que não conto”!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Vivemos tempos estranhos e simultaneamente entranhos, porque
estamos perante uma realidade que tem um léxico ficcionalmente otimista e
exageradamente enganoso.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Perante um conjunto de problemas que nos vão afetando a
todos, na saúde, na educação, nos transportes, nas respostas sociais entre
outros assiste-se a uma verve de tantos milhões que às vezes não sei se estou
em Portugal ou trancado no cofre forte do tio Patinhas, uma das detestadas
figuras do delator Walt Disney.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Acho que o que se está a assistir acaba por ser kafkiano,
porque me parece estarmos com um discurso político de euforia por parte dos que
dirigem, quando no terreno a realidade é muito diferente e os problemas
avolumam-se sem que haja respostas locais. Em muitos sectores da atividade
económica e social há verdadeiros dramas, e quando os dirigentes são
confrontados com falta de recursos, por incumprimento do Estado as pessoas pouco
conhecedoras desafiam a mostrar os milhões apregoados todos os dias nas
parangonas da imprensa ou redes sociais.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Enquanto se conseguir estancar<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>a montante, tudo vai correndo na perfeição do
discurso do otimismo e as situações desagradáveis que se vão desenvolvendo,
sempre vão tendo a desculpa dos danos causados por uma guerra que veio mesmo a
calhar numa altura em que se anteviam momentos difíceis na União Europeia e no
tal mundo globalizado que deixámos construir!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Confesso que faço minhas as palavras do Millor Fernandes,
escritor brasileiro recentemente falecido: “O desespero eu aguento. O que me
apavora é essa esperança”! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">Cada vez temos menos respostas para tudo aquilo que julgámos
adquirido, e alguma falta de recato de quem nos dirige, traz em cada vez mais
sectores da população uma vontade de mudar para quem lhe oferece tudo que não
lhe pode dar, na proposta de alterar os princípios da democracia!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;">A estupidificação começou com a concorrência entre canais de
televisão e generalizou-se através do uso das redes sociais, onde prolifera a
devassa, a ignorância e a altivez de tantos, local ideal para denegrir
instituições e pessoas que são gente valorosa e que lutam ou lutaram pela
democracia e liberdade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span></span><span style="color: #050505; font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">É nestas alturas que me recordo sempre de uma ideia de
Umberto Eco. O escritor e filósofo italiano apontou uma característica às redes
sociais, que dão o direito à palavra aos "imbecis que antes apenas falavam
nos bares, depois de uma taça de vinho, mas sem prejudicar a
coletividade". Acrescentou Umberto Eco que "normalmente, eles eram
imediatamente calados, mas agora têm o mesmo direito à palavra que um Prémio
Nobel".<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Esta
ideia de Umberto Eco, que também foi uma autoridade no campo da semiótica, foi
lançada em 2015. Já lá vão uns anos. Mas o escritor fez questão de acrescentar
a seguinte ideia: "Antes das redes sociais, a televisão já havia colocado
o 'idiota da aldeia' num patamar em que este se sentia superior. O drama da
Internet é que ela promoveu o “idiota da aldeia” a detentor da verdade",
disse Umberto Eco quando um recebia mais um prémio na sua prestigiada carreira.
(José Abranches).<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Resta-me
desejar umas Boas Festas e um Bom dia da Família a quase todos!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Fernando
Pereira <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 12.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">10/12/2022<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="font-size: 12.0pt; line-height: 107%;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 35.4pt; text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-83044673839339805142022-12-01T14:35:00.000+00:002022-12-01T14:35:01.988+00:00Era uma Casa! /Jornal de Angola/ 29-11-2022<p> </p><p><br /></p><p><br /></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6QNkbSKS8NYJ7CQYuLCFm076_ocU9pW8lIkOVfEMPyVXOEqMNetAIBUgscb_G1fcoDHXi-DmVdeMb1EZ_JJmN3LHia69dcTPt6qP5nR3aY3LjO6uZwbYJ1U7eEsKcvg5kSn_xa3Og6to3yojVXOzCd9Qlg7WDdowiR9C9EDQOrLwRUi8cV4U/s254/images.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="199" data-original-width="254" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6QNkbSKS8NYJ7CQYuLCFm076_ocU9pW8lIkOVfEMPyVXOEqMNetAIBUgscb_G1fcoDHXi-DmVdeMb1EZ_JJmN3LHia69dcTPt6qP5nR3aY3LjO6uZwbYJ1U7eEsKcvg5kSn_xa3Og6to3yojVXOzCd9Qlg7WDdowiR9C9EDQOrLwRUi8cV4U/w400-h313/images.png" width="400" /></a></div><br /><p><br /></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"></span></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr_M9-AbGt5uJQsjCN6enWFdXJqAWY8XhJgGiG1BB5gTJ3Wkomz0AHz6xAcrDJvqwGpFy5MVYmNKzQrUMibDYYikoEX3kaLMqTO29FJAbUcYI9bvZ1JBX9YEvNnGfMJssM6ZHStqrZF8BPDWUv3C2fG8x_ts3KHRS7XeHkg844mEvDKop8W2s/s2048/casa-dos-estudantes-do-imperio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="1927" data-original-width="2048" height="301" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr_M9-AbGt5uJQsjCN6enWFdXJqAWY8XhJgGiG1BB5gTJ3Wkomz0AHz6xAcrDJvqwGpFy5MVYmNKzQrUMibDYYikoEX3kaLMqTO29FJAbUcYI9bvZ1JBX9YEvNnGfMJssM6ZHStqrZF8BPDWUv3C2fG8x_ts3KHRS7XeHkg844mEvDKop8W2s/s320/casa-dos-estudantes-do-imperio.jpg" width="320" /></a></b></div><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4atTXcOAlvf46dniUDCQYmKk60rCkW4CLVVNM-wFMad0mYI06PO5UXBhKSWMeT1OUaebgdd6xZOBTrc7-0yszWU3IUV4Lc8YH2PExIlcSrdO0FXOWDZU4wHWsdYBnpetC3hICxZDtBZf1CG4Lkg-TdtAorvw9djnbAEg1Kt93EYeG815icIs/s590/casa-dos-estudantes-2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="318" data-original-width="590" height="172" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi4atTXcOAlvf46dniUDCQYmKk60rCkW4CLVVNM-wFMad0mYI06PO5UXBhKSWMeT1OUaebgdd6xZOBTrc7-0yszWU3IUV4Lc8YH2PExIlcSrdO0FXOWDZU4wHWsdYBnpetC3hICxZDtBZf1CG4Lkg-TdtAorvw9djnbAEg1Kt93EYeG815icIs/s320/casa-dos-estudantes-2.jpg" width="320" /></a><br /></div><br /><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSsmKHFlWNIaBRTm-EfgMSgzFjF_L6djtZxgVKBUd3U07hluKDk0CwdiIZtfp2wnHW03oeI8yMl_b1Bq78wzS9ZQ5zXHN-vLKqvPb6jQVUwSbycwOdfEnkyesk0Lezfl-sxrRjC064ag7USYFMJB1N3K6OvygKcyRWGyMmxDRnP7xLUhEvZVY/s267/images.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="189" data-original-width="267" height="189" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjSsmKHFlWNIaBRTm-EfgMSgzFjF_L6djtZxgVKBUd3U07hluKDk0CwdiIZtfp2wnHW03oeI8yMl_b1Bq78wzS9ZQ5zXHN-vLKqvPb6jQVUwSbycwOdfEnkyesk0Lezfl-sxrRjC064ag7USYFMJB1N3K6OvygKcyRWGyMmxDRnP7xLUhEvZVY/s1600/images.jpg" width="267" /></a></div><br />Era uma Casa!<o:p></o:p></b><p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">“Trago em mim o inconciliável e é
este o meu motor Num universo de sim ou não, branco ou negro eu represento o talvez”
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="margin-left: 177.0pt; text-indent: 35.4pt;">Pepetela
“Mayombe”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
título deste artigo é o início de uma canção do Vinícius de Morais que
trauteávamos nos idos sessenta do século passado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como
estamos em tempo de efemérides, e neste caso os 47 do nosso 11 de Novembro era
justo trazer à lembrança o que foi a Casa dos Estudantes do Império, e o que
representou no contexto da luta de libertação nas colónias portuguesas. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Muitas
vezes a CEI foi propositadamente esquecida no contexto da luta, e ainda hoje,
ultrapassadas muitos anos parece que ainda se evita coloca-la num contexto
importante na afirmação dos valores independentistas, entre uns quantos que a
frequentaram de 1944 a 1965, data do seu encerramento.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A CEI,
ou a Casa, tinha instalações em Lisboa, na Av. Duque de Ávila, no Arco do Cego,
num prédio que ainda lá está e recuperado, em Coimbra num edifício já demolido
junto ao Penedo da Saudade e no Porto, de curta duração. A Casa em Coimbra
fechou em 1961, quando praticamente não tinha actividade, embora tivesse
editado um boletim cultural, “O Meridiano”, de que terão saído poucos números.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para
além das actividades culturais, o nascer da afirmação de liberdade e libertação
e outras, a Casa conseguiu algo que raras vezes vejo salientado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Foi
importante que angolanos se conhecessem, e que estes estabelecessem ligações
com estudantes das outras ex-colónias.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Na
realidade os angolanos que vinham estudar para Portugal só se conheciam dos
bancos do Salvador Correia em Luanda, e do Liceu Diogo Cão na então Sá da
Bandeira. Não se conheciam, salvo um caso ou outro, porque todos os do Sul de
Angola, e aqui incluíam-se as províncias em que a fronteira era a linha do Caminho
de Ferro de Benguela, iam estudar para o Liceu Diogo Cão, que era quem absorvia
as gentes dos colégios, missões e liceus do centro-sul do território. Todos os
alunos do centro-norte da “província” em iguais circunstâncias iam para o Liceu
Salvador Correia em Luanda.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os
finalistas dos liceus de Angola conheceram-se em Lisboa na CEI, porque até aí
nem sabiam muito bem o que se passava num ou noutro estabelecimento de ensino. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Foi aqui que esta gente se juntou,
e se o espirito do então ministro das Colónias Francisco Vieira Machado,
secundado pelo comissário geral da Mocidade Portuguesa Marcelo Caetano, seria
juntar numa casa todos os estudantes das colónias para criar uma elite de
continuadores da “dilatação da fé e do Império”, conseguiu precisamente ajudar
a criar um grupo importante de gente que se afirmou disponível para lutar pela
libertação das colónias portuguesas, e que de certa forma foi o fermento de uma
estrutura chamada de CONCP (Conferencia das Organizações nacionalistas das
colónias portuguesas), que juntou muita gente da CEI engajada nos movimentos de
libertação!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Quando se fala da CEI há a
convicção que todos os milhares de pessoas que por lá passaram ao longo de 20
anos eram, ou tornaram-se convictos independentistas. Nada de mais enganador. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">A maior parte utilizava a CEI
porque tinha um posto médico, uma procuradoria que ajudava os estudantes em
actos administrativos, fazia muitos bailes, projectava uns filmes com apoio de
cineclubes, saraus, desporto, promovia viagens e jogos florais. Era
significativo<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>o numero dos que se
dedicaram à causa independentista, mas no geral foram muito mais os que não
ligavam a rigorosamente nada e queriam era só estudar, alguns quantos que
subiram nas estruturas do regime de então e muito poucos que até deram
informações à PIDE sobre actividades da Casa e algumas pessoas foram presas por
isso!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Sobre a CEI já muito se disse, e
já há muita publicação, mas convém dizer que a gente da CEI, que optou por “dar
o salto” foi sempre olhada com muita desconfiança no seio do “maquis” por
razões que se percebem. Afinal eram os privilegiados, porque podiam ter
estudado, enquanto outros eram os “condenados da terra” de que falava Fanon. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Se esta situação já era
complicada nos tempos da luta de libertação, ela tornou-se “silenciosamente
visível “nos primeiros anos de independência, onde perante algumas posições de
algum oportunismo, o argumento de que “andavas na CEI a divertir-te enquanto
outros comeram o pão que o diabo amassou” era quase chamar pequeno-burguês com
mentalidade colonialista.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Hoje as coisas já não estão tão
extremadas e este quase sinete da CEI já pouca gente utiliza, porque a maioria
dos frequentadores da Casa ou já morreram ou já estão com uma provecta idade, e
aos filhos não lhes foi transmitida grande parte desta situação que existiu ao
longo dos primeiros vinte anos da nossa independência.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Ao dizê-lo hoje, faço-o com a
convicção que foi defenestrada gente porque esteve na CEI, porque a opção,
oportunista na maior parte dos casos, em determinado contexto era a do
operário-camponês na direcção de estruturas políticas e económicas, e depois
resultou no que vimos em determinada altura.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Ainda vamos a tempo de dar valor
a essa juventude que na CEI sonhou o futuro, e que afinal vai dizendo “não foi
isto que se combinou”!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">26/11/2022<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-52293827533624094922022-11-19T21:46:00.004+00:002022-11-19T21:46:38.484+00:00De muitos nasceu um País/ Edição Especial do Jornal de Angola 18/11/2022<p> </p><p class="MsoNormal"></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ8ucr1RJjRsoGXf_3p4N3_7_TpKAItsErFZT8a4xWPZMG4-wxRxiDLY1_nBrwwSZ2QEpVvALiUYVGM0bNlzvoN3ucS8ZwLncc-rTp11xzcgrghfzs_7-1XgGxOU2MOUKV_UQmj1AyRbescrRjpTuykg7mt8f_cHDjH6bfuIWSij7Wx0ZMXcg/s254/images.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="199" data-original-width="254" height="313" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiQ8ucr1RJjRsoGXf_3p4N3_7_TpKAItsErFZT8a4xWPZMG4-wxRxiDLY1_nBrwwSZ2QEpVvALiUYVGM0bNlzvoN3ucS8ZwLncc-rTp11xzcgrghfzs_7-1XgGxOU2MOUKV_UQmj1AyRbescrRjpTuykg7mt8f_cHDjH6bfuIWSij7Wx0ZMXcg/w400-h313/images.png" width="400" /></a></div><br /><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">De muitos nasceu um
País </b></p><p class="MsoNormal"><span style="text-indent: 35.4pt;">No quadragésimo sétimo
aniversário do dia mais extraordinário da nossa vida colectiva, vem-nos à
memória o que eram os anos do antes desse Novembro do nosso contentamento.</span></p><p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Com
demasiada frequência vemos, ouvimos e lemos manifestações do tipo que no tempo
do colono é que era bom, ninguém roubava, era tudo coisa boa, comidinha na mesa
em abundância, e uns tropas portugueses que estavam em paz por manterem um
território pacificado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Angola
não era rigorosamente nada disso, e o colonialismo foi demasiado tenebroso para
os angolanos, e só por pura estultícia se pode permitir comparar os maus tempos
que vamos passando com algo bem pior que acabou nesse 11 de Novembro de 1975 do
nosso encantamento.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Entre o
grande desenvolvimento que Angola tinha em termos económicos no tempo do
colono, com índices de crescimento na ordem dos 16%, nunca ninguém terá ousado
perguntar como se obtinham as mais valias? À custa de uma “requisição civil” de
pessoas de determinadas regiões destacadas para outras bem longe, transportadas
em camionetas sem bancos, recebendo salários miseráveis, que eram gastos na
cantina de uma fazenda de café, sisal ou algodão aumentando o endividamento e a
obrigatoriedade de trabalhar de sol a sol, coagidos por tratamentos desumanos
infligidos pelas autoridades. A empreitada era condenada pela OIT, mas o “código
do trabalho rural”, que em 1961 substituiu o Estatuto do Indigenato, obra “milagreira”
de um Adriano Moreira recentemente falecido, foi nada mais nada menos que mudar
tudo para que tudo ficasse exactamente na mesma.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As
pessoas por acaso sabem que em 1961, quando eclodiram as revoltas contra o
sistema colonial implantado, Angola tinha apenas duas estradas asfaltadas
(Luanda-Catete e Lobito-Benguela)? As pessoas sabem que até 1974 qualquer
trabalhador negro tinha um cartão de trabalho que devia ser assinado pelo
patrão, para justificar junto da autoridade que tinha carta de alforria para
andar na rua? Se porventura não fosse assinado era preso e só era libertado
quando o patrão lá fosse busca-lo! <span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quando
se olha para o que infelizmente hoje resta da Luanda colonial, que deveria ter
sido preservado como marca identitária de uma determinada arquitetura de um
período preciso, esquecemo-nos das condições miseráveis da maior parte dos
bairros, onde o cantineiro vendia tudo e onde as rusgas eram frequentes, sendo
rara a família que não tivesse perdido alguém só e apenas por um criminoso
delito de consciência!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As
autoridades coloniais não precisavam de esconder o que pensavam. Marcelo
Caetano, quando ministro do Ultramar escreveu num opusculo “Os nativos na
Economia Africana”: “Os negros são indispensáveis como ajudantes,” mas “deviam
ser dirigidos e rodeados por europeus”. Kaulza de Arriaga secretário de Estado
da aeronáutica: “Os pretos são, de todos os povos do mundo, os menos
inteligentes” e ainda outra pérola que numa justificação que os verdadeiros
perigos de um estado colonial vinham dos “negros evoluídos”, adiantando logo
que “Graças a Deus que nós portugueses não temos a possibilidade de fazer
evoluir todos os negros.”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não
acho que seja demasiado importante falar muito do passado que nos deu o 11 de Novembro
de 1975, e vem-me sempre à lembrança o provérbio africano: “Por mais longa que
seja a madrugada o amanhecer chega sempre”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Tive um
professor, Vergílio Ferreira que num dos seus livros deixou uma ideia que me
tem perseguido ao longo destes anos tantos: “Tenho uma saudade imensa do mundo
que vai nascer”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Felizmente
que Angola é um País de gente jovem, dificultadamente rejuvenescida, e terá
sempre oportunidade de intervir para querer o melhor para si e para os seus.
Quarente e sete anos é uma gota de água num contexto de um oceano. Nenhum País
arrancou sem dificuldades, porque a maioria das vezes foi o criá-las que fez
vencer a luta.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Angola
conquistou a sua independência porque houve gente que lutou por isso, pessoas
que abandonaram famílias, amigos, companheiros de tanta coisa para lutarem sem
meios para que hoje se possa ter o direito de dizer que as coisas estão mal,
que há corrupção, que há amiguismo, e tudo o resto. Era um direito que no tempo
em que Angola era uma colónia de Portugal, ao tempo um dos países mais
atrasados da Europa, era negada de forma violenta a qualquer cidadão angolano
que com alguma sorte podia passar um estágio no Penedo, Missombo, Tarrafal, S.
Nicolau e outros lugares que não apareciam nas praias de areia fina dos postais
ilustrados ou das revistas da sociedade branca de uma Luanda que acabava no
asfalto.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“Ninguém
experimenta a profundidade do rio com os dois pés” e por isso ouse-se pensar no
futuro, porque afinal é mesma a única coisa de que tenho saudades.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Posso
não gostar de muitos, que depois de terem lutado tiveram comportamentos
censuráveis depois da libertação, mas também tenho o dever de lhes agradecer “o
bocado de pão” pois deram a alegria imensa de sermos a nação que o futuro trará
significadamente melhor, com mais instrução e mais igualitária na distribuição
da riqueza!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vamos
fazer um 11 de Novembro de 1975, novo a cada dia que passa!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira 29/10/2022<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-25530088155974698192022-09-15T13:57:00.005+00:002022-09-15T13:57:50.349+00:00Au revoir Silvye! /O Interior /13-09-2022<p> </p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeA1CObX71de5hNRo1ASOUhs9y0DXTFNSqzfWrd4typoqPSdjlQAHqj4eNgJVCD1-Lu52XqRKyaj_MqqIZjtRecuu6FCMkXrnn3CAtlKx0Z3JtIo1FEJ3JhYmzgy1aoEKKq-FuRZfQYBcwtxfSz-jXE7OKMbUhaB8lWGOGuyaCTTyENtmmqzU/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjeA1CObX71de5hNRo1ASOUhs9y0DXTFNSqzfWrd4typoqPSdjlQAHqj4eNgJVCD1-Lu52XqRKyaj_MqqIZjtRecuu6FCMkXrnn3CAtlKx0Z3JtIo1FEJ3JhYmzgy1aoEKKq-FuRZfQYBcwtxfSz-jXE7OKMbUhaB8lWGOGuyaCTTyENtmmqzU/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></b></div><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Au revoir Silvye!<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">“E setembro chegou/ vamo-nos separar/o
Verão terminou/diremos au revoir/ela vai pra Paris e eu vou ficar/ Vou ficar
infeliz e Sylvie vou lembrar.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Esta canção surgiu nos anos sessenta
pela voz imorredoira do saudoso “Duo Ouro Negro”, e rapidamente entrou pelos
ouvidos dos cidadãos desses tempos, que a cantavam com grande entusiasmo. Tinha
um estribilho simples e que não causava engulhos às zelosas autoridades de
então.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Lembrei-me desta canção porque Setembro
chegou e acabou o Verão, com a rentrée política dos partidos, com os lideres e
o resto da malta com um bronzeado interessante a falarem do futuro de todos, do
dos outros, tudo em abono do seu próprio.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Julho e Agosto foram sempre meses de
ciclismo de estrada, com entusiasmo no acompanhamento das voltas, as festas, as
romarias e os pasme-se, os incêndios!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Há muitas décadas, das muitas que começo
a ter, que vou assistindo aos incêndios, uns com maior intensidade, outros com
menos, mas sempre tema recorrente na agenda dos políticos nesta altura do ano.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Ao longo das décadas o incêndio tem
sempre culpados; Antes do 25 de Abril eram os terroristas, depois de 1974
passaram a ser os comunistas, que queriam o País queimado, depois os
madeireiros, entretanto a culpa passou a recair nos pastores, anos depois nas
celuloses, e entre outros culpados de menor expressão, o aquecimento global.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Não pretendo ser mais um especialista em
fogos, que muitas vezes são os mesmos que discutem na imprensa pandemias,
guerra na Ucrânia, SNS, e a partir deste último fim de semana mortes de reis,
valetes e damas!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Durante uns dias o interior de que
ninguém fala durante o ano inteiro e que o País real só sabe que é um
território vasto para lá de Vila Franca de Xira é notícia porque está a arder. <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Aí aparecem as soluções de sempre para
que tudo normalmente fique na mesma, e muitos debitam opiniões no mínimo
ridículas para quem vive o quotidiano destas regiões o ano inteiro. A culpa é
do eucalipto, dizem algumas mentes brilhantes, mesmo quando os fogos deflagram
e desenvolvem-se onde não há uma única árvore dessas. A culpa é do pinheiro que
é resinoso, mesmo que haja poucas espécies. O que é preciso é plantar
azinheiras, carvalhos, sequoias ou mesmo liquidâmbar ou magnólias. Muita desta
gente não sabe a diferença entre um freixo, um plátano, uma olaia, um choupo ou
jacarandá. Mas as televisões dão-lhe voz e falam com uma autoridade tamanha,
que só o desconhecimento total do entrevistador lhe permite o desfilar
continuado de dislates.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">No terreno uns pobres jornalistas, mal
pagos e com o editor a exigir-lhes num quase “bulling” informativo, que
insistam nas perguntas mais idiotas, num cenário de fumo, vento, desorientação
perfeitamente justificada por parte das pessoas. Um verdadeiro serviço de
calamidade pública é exatamente o que esta situação na informação merece ser
referenciado.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Os bombeiros, gente de grande
voluntarismo, e por vezes algum excesso de aventureirismo acabam por ser a
parte mais fragilizada de tudo isto. A maior parte do equipamento disponível é
para fogos urbanos aliada à deficiente preparação do quadro de pessoal que se
reforça no Verão, acaba por resultar algumas vezes na incompreensão por parte
dos que vão vendo os seus bens em perigo. Todos opinam, tratam-nos mal, mas na
hora da aflição chamam-nos. Se um bombeiro porventura soubesse quanto ganha um
militar numa missão no Kosovo ou no Mali por conta da ONU talvez pensasse duas
vezes antes de responder com prontidão à sirene. Mas é da vida!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Acho que não são necessários relatórios,
nem visitas de grupos de ministros ou secretários de estado porque tudo vai ser
sempre igual, e cada Verão que temos vai arder o que ardeu há cinco anos, pois
já há material combustível “recuperado” para o “espetáculo” incêndio, e por
incúria ou crime a coisa repete-se. Nada a fazer! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Talvez seja eu que não percebo nada de
fogos e sou irrealista, mas só vos digo que para o ano há mais!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Fernando Pereira<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">12/09/2022<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 11.5pt; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-5475065252901616692022-06-08T22:10:00.007+00:002022-06-08T22:11:32.335+00:00DESALENTO / o Interior / Guarda 8-6-2022<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEKZBOrAQWULFs6vhTZ0nqpru5pqID-QFdGbBKmv9ZAEXEiy7hRlR07lshTnUl56Io6PsjH_8N8l7TXRJJvhlkYVxtosjBBMagZblvh1dHW-H3L8rmgDrTO18cKwwDlHoE4HXtbekJXH3Bk-XtcPZjGZUkqUFqqQekP50XjTjjQhGtunv3vsE/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiEKZBOrAQWULFs6vhTZ0nqpru5pqID-QFdGbBKmv9ZAEXEiy7hRlR07lshTnUl56Io6PsjH_8N8l7TXRJJvhlkYVxtosjBBMagZblvh1dHW-H3L8rmgDrTO18cKwwDlHoE4HXtbekJXH3Bk-XtcPZjGZUkqUFqqQekP50XjTjjQhGtunv3vsE/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">DESALENTO<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: rgb(240, 242, 245);">Os
</span>Monty Python não seriam admitidos na TV hoje, disse em 2008, Terry Jones,
diretor e ator de um dos mais notáveis filmes do grupo, a “Vida de Brian”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Se
ainda fosse vivo, Jones iria ainda sentir hoje quão atuais são as suas palavras,
e pelo caminho que as coisas estão a levar a perenidade do que disse no fim do
segundo lustro do século.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vive-se
hoje num permanente estado de censura à opinião discordante do status quo
prevalecente.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Chafurda-se no maniqueísmo
absoluto em que ou se está com tudo que nos fazem crer que é verdade, ou contra
a outra verdade que alguns podem acreditar que seja válida, mas que aos olhos
do absoluto esta última é algo de herético ou demoníaco! <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não são
bons os momentos que vivemos, e não auguram nada de bom nos difíceis tempos que
se avizinham. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vamos
vivendo com as recordações de outros tempos onde a diferença e a tolerância eram
fator de progresso, de estímulo, de liberdade e de democracia participada.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Lord
Acton é o autor da famosa frase: "O poder tende a corromper, e o poder
absoluto corrompe absolutamente”. Infelizmente é a verdade que as situações que
nos criam obrigam, e<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>que a maioria ache
que a inevitabilidade das poucas opções que existem sejam sempre produto de
entidades difusas, que não tem nada a ver com os que mandam, que efetivamente
só não repetem a estafada frase salazarenta que<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>“se soubessem quanto custa governar todos obedeciam”, e alguns que só a
não dizem por pudor.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Maquiavel
sintetiza de certa forma os termos com que a política e a informação com que
quotidianamente vamos vivendo: “Os poderosos criam dificuldades para vender
facilidades”!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Num
tempo de “Guerra quente” em que se vive,<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>está-se perante uma invasão injustificada e ilegítima <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>de um autocrata a uma Ucrânia governada por um
protagonista que aparece mais vezes a teatralizar do que a apresentar propostas
que ajudem a resolver uma situação em que o seu povo será sempre o único
sacrificado de obscuros interesses económicos e estratégicos que o transcendem.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não vou
entrar em pormenores porque há especialistas a esmo, mas isto tudo tresanda-me
a um jogo de interesses, a um realinhamento económico e a algo que não vai dar
bom resultado, para a maior parte dos intervenientes, nomeadamente a obesa e
abúlica União Europeia. Vai olhando para o seu umbigo com um olho e com o outro
para os inimigos que os EUA lhes arranjam. O problema dos americanos é tentarem
um “New Deal” requentado, onde falta provavelmente um homem da dimensão do
Roosevelt, provavelmente o último grande presidente de um País que é bem mais
que um continente, e que não deixa de ter aspirações de controlar o mundo. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
invasor Putin, que curiosamente tem como único partido de oposição, o partido
comunista com 20% na Duma, sabe que a Europa está de cócoras, sem um exército
determinado a fazer valer a sua soberania e os seus interesses económicos,
decidiu atacar de forma algo cobarde outra absurdocracia que é a Ucrania onde o
Zelensky ilegalizou 11 partidos, desde a esquerda ao centro, um dos quais o
social-democrata. Talvez tenha lido Gil Vicente: “ Mais vale um asno que me
carregue do que um cavalo que me derrube”!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nesta
guerra de informação de um sentido só, para onde enviam jornalistas sem
conhecimentos e com a cartilha posta e imposta vai-se tentando moldar opiniões,
sem tampouco saber que quando isto estiver a doer no quotidiano das pessoas, já
não haja resposta para a propaganda, que é muito diferente de informação.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Porque
gosto de ser informado precisava de saber o que pensa e dizem os outros lados
da guerra, mas isso foi-nos retirado de forma abrupta, e assim só há inimigos
ou amigos, não nos dando a possibilidade de questionar se podemos nem estar de
um lado ou de outro, ou mesmo em lado algum.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“Os
medíocres falam de pessoas, os sofríveis comentam factos e os bons debatem
ideias”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">5/6/2022<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
<a href="http://douweosinga.com/projects/visitedcountries">create your own visited countries map</a>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-15012896053763534652022-04-14T23:55:00.004+00:002022-04-14T23:55:45.671+00:00“Enquanto há morte há esperança” / o Interior / Guarda 14-04-2022<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi06zHHvOyQh9XKRXQmLTs0OXN6dAQzlXxm_-QzgDEF5wXiX6tSV1-hnhYRFxUOUU1JTp8PHSvai9tOKs5KUioIFx_BV_VijunuUOCPS8GMeH_9g9i5dmJ9xNtZGVQySD4w9Hl7c2Mc1lGxwqNBa5bugQXcEOJ7CIK5zrxkKm-CeCHARZtJ4Xs/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="166" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi06zHHvOyQh9XKRXQmLTs0OXN6dAQzlXxm_-QzgDEF5wXiX6tSV1-hnhYRFxUOUU1JTp8PHSvai9tOKs5KUioIFx_BV_VijunuUOCPS8GMeH_9g9i5dmJ9xNtZGVQySD4w9Hl7c2Mc1lGxwqNBa5bugQXcEOJ7CIK5zrxkKm-CeCHARZtJ4Xs/w640-h166/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="640" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">“Enquanto há morte há
esperança”</b><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Esta frase de Lampedusa serve de
título a uma crónica que desdesejaria ter alguma vez escrito.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">No dealbar da invasão da Ucrânia
por parte do exército russo escrevi aqui que iria haver um povo e uma terra
sacrificada e esses seriam os ucranianos e a Ucrânia. Tudo o resto são os
habituais “danos colaterais”, um devaneio semântico que os americanos nos foram
habituando nas suas múltiplas intervenções ao nível global ao longo dos anos,
com assassínios em massa!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Os ucranianos estão completamente
sós a verem as bombas a caírem-lhe em cima, e talvez seja altura de perguntar
porque é que não houve esforços suficientes para que não se chegasse a esta
situação, e as que aí virão com consequências inevitavelmente piores.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Vamos assistindo ao cinismo
habitual das circunstâncias, um desfilar de solidariedades que o tempo revelará
muito ténues, e um espetáculo soez de manipulação entre desgraça e morte.
Churchil, uma das figuras marcantes da política inglesa do século XX disse que
“em tempos de guerra a verdade é tão preciosa que precisa de ser protegida por
uma muralha de mentiras”. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">O futuro de ontem vai ser
diferente do futuro de amanhã e o que vamos assistir é ao desmoronar das
ideologias, o crescimento da xenofobia e o polvilhar de nacionalismo serôdios
que irão mostrar que o mundo vai ser menos tolerante e equilibrado.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Em vez de se buscarem
oportunidades para a paz, continua-se num frenesim armamentista que
dificilmente irá melhorar o que quer que seja, e quando se chegar ao tempo de
reconstrução de uma Ucrânia dilacerada e destruída aí virão os de sempre a
enviarem ajuda que vai parar a engordar organizações obesas tipo ONU e ONGs na
sua quase totalidade. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Quando em 2001 o Afeganistão se
livrou dos talibãs os EUA pegaram em Hamid Karzai para estabelecer um regime
democrático. A comunidade internacional achou que o país precisava de ajuda
internacional. Logo chegaram a Cabul uma horda de representantes da ONU, e uma
miríade de ONGs com uma legião de trabalhadores humanitários em jactos privados
e acampamentos dignos das mil e uma noites.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">No Afeganistão entraram milhares
de milhões de dólares e antes de reconstruir os escombros em que estava o País,
que continuou até ao recente regresso dos talibans, sem escolas, hospitais e
outros serviços públicos importantes para a generalidade dos afegãos. A
primeira fatia do dinheiro foi, pasme-se, para contratar uma linha aérea para
transportar funcionários da ONU e outros funcionários internacionais de um lado
para o outro. Contrataram-se professores e burocratas anglófonos para apoiarem
o trabalho (?) desses funcionários, pagando ordenados de luxo para o nível
afegão. Retiraram-nos de um esforço de apoio colectivo a comunidades para
fazerem serviços que se revelaram dispensáveis e aumentaram os níveis de
corrupção, que os talibans exploraram para o seu regresso ao poder.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A título de exemplo, num distrito remoto do
Afeganistão esses funcionários <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>promoveram
a construção de abrigos, com ajuda de fundos da comunidade internacional.
Ismail Khan, governante do novo poder afegão era o líder de um cartel de
camionagem que transportou uns desadequados barrotes de madeira, que pouco mais
serviram que para lenha. Dos milhões prometidos a essa comunidade, a
distribuição foi esta: 20% foram retidos para cobrir as despesas da sede da ONU
em Genebra, do restante foi distribuído por 3 ONGs em lotes de 20% tendo uma
delas construído com esse dinheiro a sua sede em Bruxelas. O que restou foi
pago a Khan para comprar os barrotes no Irão. Ainda chegou alguma coisa, muita
sorte tiveram os aldeões, algo que outros não o podem dizer.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Isto que aconteceu no Afeganistão
não é caso virgem, e segundo estudos e relatórios sobre fraudes destas
distribuições de fundos internacionais, apenas entre 10 e 20% dos fundos
atribuídos chegam ao destino. Perde-se o resto por tantos “humanitários”, ONGs
e ONU por todo o mundo, e pela corrupção gerada pela gestão destes fundos!!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Este será só um dos filmes que se
espera na Ucrania?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Como diria John Lennon: “Lutar
pela paz é como fazer amor pela virgindade”!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Para não esquecer porque estamos
em Abril. 25 de Abril de 1974 SEMPRE!!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">11/4/2022<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Confesso que ando
significativamente apreensivo por quase tudo, principalmente porque o futuro
vai-se turvando com as mesmas nuvens que ensombraram o passado. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não vou
“Ucranear” porque de certa forma tem sido feito até à exaustão, e só consigo
lembrar a frase simples de Juliette Greco: “A chuva ajuda todas as plantas a
crescer, mesmo as venenosas”. Lastimo que no fim de tudo isto, que não sei
quando será, e que repercussões sobrevirão, o povo ucraniano estará francamente
mal e a Ucrânia dilacerada com uma divida enorme de uma guerra posta e imposta
por interesses, que não são exatamente os seus. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
solidariedade hoje é uma palavra que faz parte do cardápio dos média, e eles
não querem em circunstância alguma que haja assuntos mortos e rapidamente os
vemos mudar a agulha e transformar conflitos cobertos até à exaustão em guerras
esquecidas um pouco por todo o lado. Tem sido assim que nos servem o menu do
tipo agência de viagens do horror, eis-nos transportados para a Síria, Somália,
Líbia, Sérvia, Palestina, Myanmar, Congo, Tchetchénia e tanto lugar onde se
sobrevive e morre apenas, fruto de interesses obscuros, e sempre em nome da
liberdade!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como
diz Mia Couto, “contra factos só há argumentos”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como
anda uma cruzada muito grande contra a exploração de lítio nas regiões onde
quase ninguém vive, e como vejo a contestação e a fundamentação da maior parte
de encarniçados defensores do ambiente e a reboque umas palavras de cátedra por
parte de autarcas, fica a pergunta: Como vamos resolver os problemas do
ambiente sem as baterias dos telemóveis, do armazenamento das centrais
fotovoltaicas, das centrais eólicas, dos carros elétricos e tantas outras
aplicações? Sabem, é que tudo isso é feito de lítio, e tem que se ir buscar
onde o há!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Eu não
sou contra a exploração de lítio, nem de qualquer outro minério que possa
trazer riqueza a zonas despovoadas e sem atividade económica sustentada. Sou a
favor desde que haja estudos de impacto ambientais sérios e independentes, e
que as entidades fiscalizem o trabalho das concessionárias de forma continuada
de forma a salvaguardar o viver dos cidadãos nos territórios onde essas
explorações irão inevitavelmente existir. A experiência não tem sido boa, daí
justificados receios das gentes, por isso tem que se adequar a legislação e a
punição de eventuais prevaricadores a uma intervenção maior por parte das
autarquias e autoridades do ambiente. Aí o lítio e outros minerais passarão a
ser uma mais-valia em territórios de baixa densidade e de parcos recursos
económicos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estamos
num período muito complicado, em que se fecharam as centrais a carvão e bem,
apesar de forma pouco prudente, e a fatura energética sobe porque as barragens
que iriam produzir eletricidade estão nos mínimos de segurança. Importa-se
matéria-prima fóssil a preços proibitivos que acabam por ter que ser
exageradamente altos, com reflexos no tecido produtivo do País, e poluentes o
suficiente para cada vez estarmos mais longe das metas traçadas para o controle
de emissões de carbono para a atmosfera.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Pode
parecer uma heresia, mas sou há muito defensor da energia do futuro, a nuclear.
É a energia mais limpa, mais barata e a mais segura. Há no mundo 451 em
funcionamento e há 58 em construção, para além de projetos de quase mais de
duas centenas. Até hoje houve problemas sérios em três centrais, todas por
motivos diferentes e só Chernobyl por razões de tontearia política foi a que
teve piores consequências.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sei que muitos, dos poucos que me
leem estarão surpreendidos com estas afirmações que servirão, pelo menos, para
um debate de ontem, o futuro energético na região e a exploração dos recursos
existentes! <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Temos
que nos deixar de meias verdades sobre estes e outros assuntos, porque como diz
um provérbio chinês, “meia verdade é sempre uma mentira inteira”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">6/03/2022 <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-56587730827575865252022-01-15T00:24:00.005+00:002022-01-15T00:24:29.803+00:00Despandemizemo-nos rapidamente! / O Interior / 14-01-2021<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjgyOvq5i7_YWj4R28yItQpE6BPhwOCKwvUU_YMtl5mv1E4vGRZp-FzSYm0LCtGMrt1XgzH1ZylgSCrILOOrF09DGGfbYSJl3iUYNVq94V3ESA64haFM8ka8WoODRiRzoJyrT4LZ9JKdixOltJIXPS8brdDOo9_KufmMA5jbTyyxEMdZrX9-Rw=s200" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEjgyOvq5i7_YWj4R28yItQpE6BPhwOCKwvUU_YMtl5mv1E4vGRZp-FzSYm0LCtGMrt1XgzH1ZylgSCrILOOrF09DGGfbYSJl3iUYNVq94V3ESA64haFM8ka8WoODRiRzoJyrT4LZ9JKdixOltJIXPS8brdDOo9_KufmMA5jbTyyxEMdZrX9-Rw=w400-h104" width="400" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Despandemizemo-nos
rapidamente!<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Nos tempos que correm e nas
circunstâncias que ocorrem, socorro-me da frase de João Guimarães Rosa: “Medo
não, mas perdi a vontade de ter coragem”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estamos
em plena campanha eleitoral de um plebiscito que deveria ter sido evitado, que
irá reposicionar tudo mais ou menos na mesma, e que a partir de trinta deste
mês <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>serão atribuídas culpas a esmo, e
logo se irá ver quem aparecerá assim como o dragão no nevoeiro escocês de Loch
Ness.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>“Ninguém
experimenta a profundidade de um rio com os dois pés” é um provérbio bantu que
exprime um pouco a situação prevalecente. Uns porque queriam reafirmar poder
pessoal, outros afirmarem o seu “grupo de status”, uns quantos a tentarem dar
resposta a sensibilidades internas, poucos a tentarem forçar o mando sozinhos,
e também alguns que tendo tudo um pouco a ganhar fazem o estardalhaço habitual
contra uma democracia que lhes dá visibilidade e palco, para abastardização dos
valores de solidariedade e liberdade. Sobre estes últimos lembro a frase de
Hélia Correia: “A ameaça da ignorância muda de face, mas não muda de maldade”.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não
estou entusiasmado, melhor estou quase abúlico em relação a um processo
eleitoral que nada augura de bom e que tem sido de uma confrangedora falta de
ideias e propostas, pelos intervenientes de sempre nalguns casos e de há muito
noutros.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os
raros debates que vou vendo são entediantes, os que viraram comentadores andam
sempre em volta dos lugares comuns, e a prepararem-se para dizer em breve tudo
ao contrário, do que previram com o mesmo ar cândido com que hoje vertem
verdades absolutas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Ao
interior lá aparecem com um ar sorridente, mas simultaneamente enfatuado, os que
encontraram com assinalável esforço de encosto as prebendas de um lugar de fato
e gravata, que me faz sempre lembrar o anúncio da lisboeta Rosicler nos anos
sessenta do século passado: “a loja que veste hoje o homem de amanhã”!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Em suma
vem oferecer milhões para milhares de coisas, sem que haja alguém que faça a
comezinha pergunta: Como se obtém dinheiro para tudo isso?<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>É o
folclore habitual do muito que virá, mas que se perde no caminho. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Por
falar em idas e vindas, e como sou um utilizador de comboios, resolvi um destes
dias voltar a Lisboa pela renovada Linha da Beira Baixa. Apanhei o Intercidades
na Guarda e lá fui até Lisboa. Como vinha no mesmo dia resolvi fazer o percurso
inverso, que me pareceu adequado. Porque preciso de uma ficha para utilizar o
PC, e só a 1ª classe disponibiliza o serviço, utilizo-a com frequência, embora
até ao Entroncamento não seja fácil arranjar bilhete nessa carruagem porque é
ocupada por funcionários da CP e familiares, o que acho no mínimo ridículo, que
quem paga o serviço fica sem a poder utilizar.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>A verdade é que até à Covilhã o comboio vinha composto, daí até à Guarda
dei-me conta que era o único passageiro num percurso em que o comboio parou em
cinco ermos, ou apeadeiros, e demorei 55 minutos. De Lisboa à Covilhã o comboio
para em 8 estações e demora 3h e 40 minutos. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Poderia
alongar-me, sobre a falta de limpeza, sabão e papel nas casas de banho, mas
acho que é estoico fazer-se uma viagem a Lisboa de comboio, em que um
passageiro anda 9 horas, se quiser ir e vir no mesmo dia!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como
diz Gonçalo Miguel Tavares: “A impaciência dos passageiros não pode acelerar o
comboio”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Bom Ano
de 2022 e vamos tentando despandemizarmo-nos!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">10/01/2022<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-39319707882737839262021-12-09T15:40:00.003+00:002021-12-09T15:51:00.206+00:00Futuro do lado de lá ! O Interior - 9/12/2021<p> </p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgLp6loUMUdcAyYmNprXOxkHxYOIKI3R2DOFz49geaVUlROKYolKyODAsOSG3zyXx_EsoDmR5iWhRCuiZff4aIb3AV62m1MMgzFdKuxeFrDIklmNB4s66Ii6yfWtkinUqtvvxP5DsI2wmNmvlVfsS_yOk60aOG8QX-QbTBvrIrr1ovAJCRMkbM=s200" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/a/AVvXsEgLp6loUMUdcAyYmNprXOxkHxYOIKI3R2DOFz49geaVUlROKYolKyODAsOSG3zyXx_EsoDmR5iWhRCuiZff4aIb3AV62m1MMgzFdKuxeFrDIklmNB4s66Ii6yfWtkinUqtvvxP5DsI2wmNmvlVfsS_yOk60aOG8QX-QbTBvrIrr1ovAJCRMkbM=w400-h104" width="400" /></a></b></div><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><br /><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;"><br /></span></b></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="font-size: 16.0pt; line-height: 107%;">Futuro do lado de lá !<span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">“Porque não vemos as coias como
eles são: vemos as coisas como somos…”<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Anaïs Nin</span><span style="mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Não sei se a minha geração é a
mais egoísta da história, mas estará indiscutivelmente entre as maiores! <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">A realidade demonstra que a nossa
geração é a primeira na história da humanidade que vai legar aos nossos filhos
uma situação pior do que a que nós vivemos, e a ironia triste de tudo isto é
que a gente que sobrevem é a mais bem preparada de todas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Esta constatação não é minha, tem
sido um dado progressivamente adquirido um pouco num contexto global, havendo
as naturais exceções que confirmam a regra! Na Europa e no mundo desenvolvido,
e em grande parte do espaço de subdesenvolvimento assistimos a este fenómeno
que nos deveria preocupar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Em Portugal a geração que nos
precedeu viveu momentos dolorosos como a guerra colonial, o recurso à emigração
forçada e à limitação da liberdade individual e coletiva. Foi essa geração que
lutou e conquistou a liberdade com o 25 de Abril de 1974. Ainda beneficiou de
alguns direitos que conquistou, como a gratuidade dos serviços de saúde, uma
escolaridade obrigatória para os seus filhos, direito ao voto, direitos cívicos
e a uma reforma melhorada, mas irrelevante. Foi uma geração de sacrifício, que
proporcionou à nossa uma situação que em circunstância alguma podemos legar aos
nossos filhos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Enquanto hoje fomos tendo um
emprego para a vida, a única coisa que oferecemos aos que vem a seguir é a
precaridade, salários menos compensadores e falta de perspetivas de ter uma
reforma proporcional à qualidade das suas aptidões, indiscutivelmente melhores
do que as da nossa geração.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Posso parecer pessimista ou
catastrofista, mas de facto a pressão do capitalismo, a desregulação do
trabalho e a cada vez maior distanciação da geração mais nova em relação à
política e aos sindicatos, deixam-me assustado perante o quadro que se depara
para o futuro. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Legámos uma sociedade de muito
egoísmo, de excessiva falta de solidariedade em torno de valores com o receio
que nos fossem tirados por outros algumas migalhas, que teriam sido importantes
na construção de uma perene consciência coletiva.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">A nossa classe média passou a
média de classe porque olha sempre para o seu umbigo egoísta e desatento. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">A nova geração não se revê, e faz
muito bem, nos estereótipos com que a minha geração se entretém. Já não ligam ao
“mascarar” uma parte significativa da ideologia do jacobinismo, do
integralismo, do marxismo, do republicanismo, da social democracia e de muitos
fenómenos políticos passadistas. Tem novas propostas e felizmente vamos vendo
essa geração em manifestações com motivações de temas em que a nossa geração
não pensou, mas que são importantes num futuro num mundo global. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Muitas propostas desta geração
dos nossos filhos parecem-nos pueris, mas a preparação técnica e científica
dá-lhes alavancas novas para as transformarem em dinâmicas interessantes,
que<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>já não viverei o suficiente para ver
na sua plenitude.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Felizmente esta geração que nós
desconstruímos não adere à extrema-direita acéfala, como cada vez se interessa
menos pelo envelhecimento das propostas dos partidos convencionais e algumas
ideologias a precisarem de rever chavões e marketing fora de prazo.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">“O passado é já bastante. Vamos
passar ao futuro” Ary dos Santos<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">6/12/2021<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><o:p> </o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Aí temos as eleições autárquicas,
este ano sem corrermos o risco de ver caravanas, febras, coiratos, vinho mau e
prometimentos a esmo em espaços públicos.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Eu que até sou candidato estou safo de um conjunto de situações a que só
forçosamente teria que anuir.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há
nestas alturas uma situação que nos concelhos pequenos assume foros de
autêntico escândalo, e tem a ver com a dispensa dos empregos de todos os
“listados” dos partidos, ou forças de “independentes” no período da campanha
eleitoral. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sempre
defendi que os cidadãos devem participar ativamente na atividade política
quotidiana, melhor deviam ser intervenientes continuados na gestão da coisa
pública. O seu cada vez maior alheamento e a desconfiança para com os políticos
têm levado ao paulatino degradar da democracia, e consequentemente ao
aparecimento de pessoas cada vez menos qualificadas nos órgãos de decisão nas
autarquias, nos serviços gerais e desconcentrados da administração central e
nos órgãos de soberania legislativo. Uma coisa é a defesa da intervenção
permanente dos cidadãos, outra é a obrigatoriedade de dispensa durante quinze
dias de um conjunto de pessoas que estão nas listas, e que na totalidade do País
são uns milhares. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há
muitos anos que se pede que seja alterada a legislação, para que as pessoas não
tirem estas “férias”, a coberto de uma campanha que a maioria não faz. Em
concelhos pequenos, muita gente acaba por entregar a justificação de que é
candidato ao empregador, e parte para um período de descanso, deixando muitas
vezes os problemas para os colegas, já que é difícil substituir gente por
quinze dias.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Se na administração publica
esta situação causa embaraço, mas poucos se importam, já na atividade privada
vai sobrecarregar os trabalhadores que ficam, e aumentar o pagamento de horas
extraordinárias a gente que fica desmotivada e profundamente revoltada com uma
situação que ninguém criou. Urge resolver isto pois quem anda na política deve
fazê-lo por convicções e voluntaria-se para participar em eleições,
desprecisando deste tipo de benefícios, que repito, são aviltantes para a
economia local e nacional. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para
que conste isto não é nada contra o sistema democrático ou contra as eleições.
Isto é só e apenas uma forma de melhorar algumas regras que se tem revelado
injustas, e que possibilitam muito oportunismo já que há gente que só é
candidata por causa desses quinze dias e nem põe os pés nas campanhas. Como em
tudo paga “o justo pelo pecador”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Quanto
às listas de “independentes” que vão surgindo, só passaram a sê-lo quando os
militantes dos partidos ou as direções concelhias, distritais ou nacionais não
contaram com eles para os lugares que almejavam há uns tempos. Há exceções, mas
a regra tem sido esta ao longo da vida democrática do País. A democracia partidária,
faz-se com partidos, porque doutra forma deixaria de o ser, e teria que ter
outro quadro legislativo que salvaguardasse o envolvimento de cidadãos como
independentes. Assim é uma “salada russa” onde nem se consegue saber quem
financia as tais listas de “independentes”, o que pretendem de facto e acima de
tudo porque desconfiam dos partidos, ou melhor terão começado a desconfiar
quando começaram a ser preteridos a favor de outrem. Continuo a dizer que nada
tenho contra a participação das pessoas em listas de “independentes”, mas quero
é que digam claramente que vão lá por qualquer razão de ordem pessoal, afagar
egos e nunca pelo “amor á terra”, porque isso é mesmo a gargalhada geral no
quotidiano da política!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O
título desta crónica “gamei-a” ao saudoso Eduardo Lourenço!<span style="mso-spacerun: yes;">
</span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">8/08/2021<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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<p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p> </o:p></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>No
léxico político local tem surgido novas frases, e “mamar a cabra” tem sido uma
das que quotidianamente vai sendo ouvida repetidamente. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Esta
frase retirada da verve popular é ilustrativa de determinadas situações. A filiação
de um elemento num partido, e a consequente atribuição de um lugar de nomeação
ou uma facilitação de entrada na administração pública, publicada ou autárquica
passou a obrigar o individuo a uma devoção quase canina à estrutura fulanizada
que lhe permitiu “ficar bem de vida”. Acrescentar a isso a política do pequeno
favor, da gestãozinha da carreira interna e outras manigâncias já tão repetidas
nos anos que levamos de democracia, limitando-nos a perpetuar os hábitos da
“velha senhora”, fazendo desacreditar o sistema que temos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
título de exemplo, no tempo do corporativismo cabia ao ministro da educação a
tarefa de nomear os contínuos em todas as escolas do País, hoje os auxiliares
de acção educativa, algo que permitia todo um corrupio de gentes e bens
perecíveis aos governadores civis, regedores, legionários de serviço, condes e
baronetes locais, para encaixar o seu filho num lugar do “Estado” que embora
mal pago, era para toda a vida!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Voltando
ao termo muito em voga de “mamar a cabra “, faz-me lembrar um pouco do que é a
mexicanização da vida publica portuguesa com a nuance que aqui o PRI (Partido
Revolucionário Institucional), que dominou politicamente o México
ininterruptamente de 1929 a 2000, é representado pelo PSD e PS que distribuem o
Estado à sua maneira.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Pelos vistos “A Cabra” é uma
entidade que surge da distribuição subjectiva dos lugares e atribuição de
benesses à conta do erário e património publico, quando está determinada força
política no poder. <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">O drama de tudo isto é que quando
acaba a “fidelização” obrigatória, os acólitos de determinado grupo de status
ficam indignados, e lançam-se numa campanha, às vezes a raiar o insulto, com a
frase batida “enquanto mamou a cabra” …<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Henry
Truman, um presidente dos EUA, por quem não nutro particular simpatia, e que
empobreceu no seu curto período de presidência, tinha uma frase excelente sobre
a política americana: “Se quer um amigo em Washington compre um cão”. É o
normal nas fidelidades políticas por lá e um pouco por todo o lado. Convém
lembrar que Truman recusou-se a ter empregada paga pelo Estado na Casa Branca,
pagando ele próprio os vencimentos dos seus colaboradores de lides domésticas,
assim como a luz e água da sua área residencial, já que dizia que “recebia
ordenado suficiente para essas despesas, que eram as mesmas que teria em casa
se não fosse presidente dos EUA”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Como se
vê neste pequeno texto não há “Cabra” sem senão, por isso cá vamos aguardando
serenamente os alinhamentos, as promessas, as manigâncias, as alianças espúrias
e os trânsfugas das listas a sufrágio numas eleições autárquicas que julgo que
em pouco irão alterar o mapa político de um País de muitos concelhos, muitas
freguesias, muitos apeadeiros de caminho de ferro e pouca descentralização!!E já
agora, algumas cabras!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<span style="mso-spacerun: yes;"> </span><o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">9/05/2021<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-54008431339732143142021-03-10T14:51:00.004+00:002021-03-10T14:51:58.407+00:00Pleonasno / O Interior/ Guarda 10 -03-2021.<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj3rF6TbHk1R0_YN3g7I3xbliJnZGPEr_wngwHIf07XSkFT2ez-wc_iWNQYvuxsRzeOqHf9uVVHraeTs59g1F37hByZ9hYqK9Z5t2GWZdhp7_ReqMmJVri_wo6HL7mHxz2o9Ea_w/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj3rF6TbHk1R0_YN3g7I3xbliJnZGPEr_wngwHIf07XSkFT2ez-wc_iWNQYvuxsRzeOqHf9uVVHraeTs59g1F37hByZ9hYqK9Z5t2GWZdhp7_ReqMmJVri_wo6HL7mHxz2o9Ea_w/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Pleonasno<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><o:p> </o:p></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Um dos
meus autores de referência é Albert Camus e no seu último livro de ficção
publicado, “A Queda” de 1956, desenvolvia um diálogo embebido em doses de
genebra entre bares e canais concêntricos de uma Amesterdão noite dentro, entre
duas pessoas que foram tentando descobrir através de desvivências quotidianas onde
podia chegar o estado de degradação do humano.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A mordacidade e o humor do relato, que é uma
das características recorrentes no ficcionismo Camuseano faz-nos evidenciar a
ambiguidade das relações, que se vão criando e desenvolvendo <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>num quotidiano de competição promotora de um
individualismo em crescendo, tão do agrado do estabelecido e sacrossanto mercado!
<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Voltando à “Queda” recolhi este
texto que assenta com grande eficácia na hermenêutica do discurso político: “
Uma pessoa das minhas relações costuma dividir os humanos em três categorias:
aqueles que preferem nada ter a esconder a verem-se forçados a mentir, aqueles
que preferem mentir a não ter de esconder algo e por fim os que amam ao mesmo
tempo a mentira e o segredo”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Porque estamos num período entre
eleições, julgo que neste ano pandemicamente eleiçoeiro não irão haver
alterações significativas no mapa distributivo dos eleitos locais, salvo nos
locais onde os eleitos <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>estão em fim de
mandato, ou um ou outro acidente de percurso, mas que não vai alterar o status
prevalecente no quadro politico do País, cada vez mais forrado com o veludo das
cores do Bloco Central, de dois partidos que divergem no acessório e estão em
sintonia no essencial e na distribuição dos favores, afinal a lógica de um
determinado contexto político, que nunca me agradou muito.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Hoje os poucos motivos de
discussão acabam por se reduzir às redes sociais, onde a chafurdice e a
manipulação sórdida se confundem com poucas propostas sérias e muito menos discursos
coerentes. Com cafés, tascas, bares encerrados associados ao teletrabalho em
ritmo acelerado e distanciamento social inibidor de participação em festas,
concertos ou funerais, entre outros eventos, tudo que pode ser motivo de
controvérsia ou proliferação de cabalas limita muito qualquer trabalho de
candidatura e fundamentalmente dificulta o trabalho das oposições!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Estamos numa fase perigosa, que é
procurar saber quem está com quem nas eleições para as autarquias, e entra-se
no período em que se politizam as questões pessoais e pessoalizam-se as
questões políticas, fator redutor de uma democracia que se sonhou participada e
de defesa coerente de valores tão importantes como a liberdade e a cidadania
plena!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Os discursos de alguns políticos
estão cheios de pleonasmos, o que faz deles os asnos de serviço e responsáveis
maiores pelo aviltamento que certa gente faz da democracia.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Muitas vezes ao ver tanta
promiscuidade transumante na política local, lembro-me de um provérbio romano:<span style="background: white; color: #050505; font-family: "Segoe UI Historic",sans-serif; font-size: 18.0pt; line-height: 107%;"> </span><span style="background: white; color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">“Qui cum
canibus concumbent cum pulicibus surgent.” (Quem se deita com cães acorda com
pulgas)<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: white; color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: white; color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Fernando
Pereira <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: white; color: #050505; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">8/03/2021</span><o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-76522593955395655022021-01-16T00:49:00.002+00:002021-01-16T00:49:30.293+00:00A Birbantocracia está a instalar-se? /O Interior/ 15-01-2021.<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhBWl33l0fUttD-I0iNN4x_AwfM-mg4hMAle-SS7mJHJsYfd_3YTc1eGNkw9SLkp2MH3jRTdkfF9wKNVNTPcJdrg4YVDEnw0iP35Ez8waJ7FJs9aFPqWm0jwb-BFIgSi2uA5SIlg/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhhBWl33l0fUttD-I0iNN4x_AwfM-mg4hMAle-SS7mJHJsYfd_3YTc1eGNkw9SLkp2MH3jRTdkfF9wKNVNTPcJdrg4YVDEnw0iP35Ez8waJ7FJs9aFPqWm0jwb-BFIgSi2uA5SIlg/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;"><span style="color: #050505; font-size: 14.0pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">A Birbantocracia está a instalar-se?<o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-family: "inherit",serif; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: "Segoe UI Historic"; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">“Infalível,
também, era o Doutor, aquele cavalheiro estimável, mas de aspeto lúgubre, que
todos apenas conheciam por este nome: o Doutor. Sempre vestido de preto, sempre
de luvas, amarelo como uma cidra, persistia na sua mudez taciturna; porém,
continuava a escutar com uma atenção intensa, a testa franzida, piscando
vivamente os olhos, como num profundo trabalho cerebral. Respeitador fervente
das instituições, das personalidades oficiais, ninguém sabia ainda onde ele
vivia, nem de que vivia: mas precipitava-se com tanta veneração (porque era
homem de sociedade) a tomar as xícaras vazias das mãos das senhoras, dizia com
tanta convicção, na sua voz cavernosa, «tem V. Exª carradas de razão»; que era
geralmente considerado como um excelente moço.”<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Este é
só um delicioso detalhe, da farsa o “Conde de Abranhos” ,que Eça de Queiroz
(1845-1900) fez sobre a sociedade do seu tempo.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O “Conde
de Abranhos” era a personagem típica do carreirismo, “carneirismo” e bajulice no
seu pior, e infelizmente acontecendo em várias latitudes e na vivência
quotidiana de sociedades que não passam de ter este “status”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">O Conde
de Abranhos estudou na Universidade de Coimbra, onde começou por denunciar um
colega, o que lhe permitiu passar a usufruir favores dos seus superiores.
Simultaneamente envolve-se com a “criada”, que fica grávida e imediatamente
abandonada, e o rapaz recém-nascido completamente esquecido. Vai para Lisboa,
trabalho no escritório do causídico Vaz Correia, que o guinda a redator chefe
do Jornal “Bandeira Nacional”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Percorrendo
os corredores do poder, casa-se com a filha do Desembargador Amado, Virgínia de
seu nome, o que lhe assegura de imediato 10 mil cruzados de renda, e
fundamentalmente abre-lhe as portas de S. Bento (Assembleia Nacional de
Portugal). É eleito deputado por Freixo de Espada à Cinta, onde faz discursos,
vazios de conteúdo, sobre a reforma das instituições, a política colonial e o
caminho-de-ferro do leste. Como os tempos não corriam a favor da sua linha política,
não faz disso um problema, e passa-se com armas e bagagens para oposição que em
troca o coloca como um “cinzento” Ministro da Marinha, lugar que ocupa como
“estátua” durante dois anos, sem que alguém dê por ele.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Trouxe
aqui o “Conde de Abranhos” porque ilustra o quotidiano do poder, dos títulos
tantas vezes conseguidas à custa de coisa pouca ou coisa nenhuma, e da
influência que certas criaturas tem nos corredores do mando sem que possuam
qualquer tipo de competência, legitimidade académica e comprovada experiencia
na gestão de qualquer coisa pública.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Fazem-se
muitas vezes as cadeiras em função dos rabos de quem usa argumentos para se lá
sentar, nem sempre os mais ortodoxos, e frequentemente a cadeira é feita para à
medida de gente que se encostou a quem tenha força suficiente para os lá
colocar. Temos que recuar ao império romano, que com toda a sua corrupção e
nepotismo nas hierarquias do poder havia um cuidado muito especial para se
escolherem os rabos dos cavalos que equipavam as quadrigas, por forma a não
destabilizarem toda a carruagem nas lutas que se iam fazendo nos jogos, nas
batalhas e no transporte de pessoas de elevada importância.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Bom Ano
para todos e também para os muitos Abranhos que por aí andam!!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;"><o:p> </o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">Fernando
Pereira <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="background: white; line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; text-indent: 35.4pt;"><span style="color: #050505; font-size: 11.5pt; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT;">10/01/2021<o:p></o:p></span></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-42155067412331591402020-12-13T02:27:00.003+00:002020-12-14T01:48:38.277+00:00 As time goes by! (Com o passar do tempo) / O Interior/ 10-12-2020<p> </p><p><b></b></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><b><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj3rF6TbHk1R0_YN3g7I3xbliJnZGPEr_wngwHIf07XSkFT2ez-wc_iWNQYvuxsRzeOqHf9uVVHraeTs59g1F37hByZ9hYqK9Z5t2GWZdhp7_ReqMmJVri_wo6HL7mHxz2o9Ea_w/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj3rF6TbHk1R0_YN3g7I3xbliJnZGPEr_wngwHIf07XSkFT2ez-wc_iWNQYvuxsRzeOqHf9uVVHraeTs59g1F37hByZ9hYqK9Z5t2GWZdhp7_ReqMmJVri_wo6HL7mHxz2o9Ea_w/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></b></div><b><br /><span style="font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></b><p></p><p><b><span style="font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><br /></span></b></p><p><b><span style="font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">As time goes by! (Com o passar do tempo)</span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">“</span><span style="background: white; color: #050505; font-size: 11.5pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Só há uma forma de saber se um homem é
honesto... pergunte-o. Se ele disser 'sim', então você sabe que ele é
corrupto.” Groucho Marx.</span><b><span style="font-size: 16pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><o:p></o:p></span></b></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #050505; font-size: 11.5pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"> Confesso que nunca vi tanta
gente a assumir-se séria e acima de tudo divulgá-lo publicamente. Um
ex-Presidente da República, Cavaco Silva, teve o topete de dizer que “ainda
estava para nascer alguém mais sério que eu”. Bastava este exemplo para de
facto o aforismo de Marx ter toda a legitimidade.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal"><span style="background: white; color: #050505; font-size: 11.5pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"> Estou um pouco farto de gente
que se diz séria. Aqui há muitos anos um ex-primeiro ministro de Portugal, o
infausto professor Mota Pinto disse uma quase heresia, que levantou um coro de
indignação quando disse que “não há nenhum português que já não tivesse
transgredido nas suas obrigações”. Ele
disse a verdade e de facto as situações vão-se repetido o que leva a que o
português, como todo o latino, está sempre disponível para torpedear o sistema.
<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: white; color: #050505; font-size: 11.5pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Não vou falar das grandes vigarices, que essas
vão estando em hibernação, em que a maioria dos advogados não pretende
demonstrar que os seus clientes são sérios, que não fizeram manigâncias, mas
levam a sua defesa para o arrastar dos processos, para que prescrevam com outros
expedientes e habilidades que arranjam para contornar a lei. Há crimes que
quotidianamente se cometem como piratear filmes e músicas, ver a bola à borla,
estacionar em lugares impróprios, e tantas situações que são a nossa vivência
comum, onde o pedido e a aceitação do pequeno favor é um dos mais
insignificantes pecadilhos. Mas achamo-nos sérios na mesma!!<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: white; color: #050505; font-size: 11.5pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Deixemo-nos de hipocrisias. Somos humanos,
vivemos numa sociedade desequilibrada e com valores e educação herdados, que
alimentam o nosso estar nas coisas! Uma adaptação de uma frase de Mia Couto: “Contra
factos tudo são argumentos”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: white; color: #050505; font-size: 11.5pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Talvez um pouco à margem, hoje não estamos em
fase de lamber feridas, estamos num período em que tem que haver coragem,
solidariedade e espírito de coesão para fazer face à situação de pandemia, mas
é bom que se vão apontando algumas situações que urge inverter no futuro. Mais
arde lenha verde que pedra enxuta, e por isso é urgente que se faça uma
reflexão profunda da assistência aos idosos neste País, e em vez de
finlandiazar ou norueguizar a legislação, que se olhe de vez para as estruturas
assistenciais, e que se acabe de vez com verdadeiros silos de idosos onde em
situações como a que vivemos são pasto fértil para que qualquer vírus se
instale. Vai ser importante refletir e muito, porque ainda há futuro para os
idosos, ao contrário do que se faz na prática vivida. Recupero um provérbio da
Louisiana: “Envelhecer é mau, mas a alternativa é bem pior”.<o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: white; color: #050505; font-size: 11.5pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;">Foi um artigo de final de ano, a roçar a
banalidade, mas cumpriu-se! Até para o ano! <o:p></o:p></span></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;"><span style="background: white; color: #050505; font-size: 11.5pt; line-height: 107%; mso-bidi-font-family: Calibri; mso-bidi-theme-font: minor-latin;"><o:p> </o:p></span></p>
<span face=""Calibri",sans-serif" style="background: white; color: #050505; font-size: 11.5pt; line-height: 107%; mso-ansi-language: PT; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-latin; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;">Fernando Pereira 6/12/2020 </span><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-39439582867112589292020-11-13T00:01:00.002+00:002020-11-13T00:01:34.881+00:00A inquietude política / O Interior / 11/11/2020<p> </p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj3rF6TbHk1R0_YN3g7I3xbliJnZGPEr_wngwHIf07XSkFT2ez-wc_iWNQYvuxsRzeOqHf9uVVHraeTs59g1F37hByZ9hYqK9Z5t2GWZdhp7_ReqMmJVri_wo6HL7mHxz2o9Ea_w/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" height="104" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj3rF6TbHk1R0_YN3g7I3xbliJnZGPEr_wngwHIf07XSkFT2ez-wc_iWNQYvuxsRzeOqHf9uVVHraeTs59g1F37hByZ9hYqK9Z5t2GWZdhp7_ReqMmJVri_wo6HL7mHxz2o9Ea_w/w400-h104/49132_100000235996178_4309_n.jpg" width="400" /></a></div><br /><p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">A inquietude política<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Neste tempo epidemiado de confinação
e recolhimento obrigatório na maioria dos concelhos veio-me à memória um
aforismo de Jorge de Sena: “Na tarde que anoitece o entardecer nos prende”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Embora
complicada a situação sanitária prevalecente, muitos dos já habituais
“providenciais” nos concelhos colocam-se em prontidão combativa para as
autárquicas do próximo ano.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Sinto-me
particularmente sensibilizado enquanto cidadão, por haver tanta gente
determinada a de forma completamente desinteressada a fazerem propostas por um
futuro melhor para mim, e para os homens e mulheres que partilham comigo o chão
sagrado do nosso território.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Já há
uns anos pedi o mesmo, e volto a fazê-lo porque julgo que as palavras não
tiveram eco junto de todos os candidatos às autárquicas há quatro anos: Não
façam sacrifícios por mim, nem pelos cidadãos porque sinto-me mal perante tanto
voluntarismo e tanto desprendimento.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Os
candidatos a autarcas fazem sacrifícios familiares, perdem dinheiro, tem
carreiras interrompidas, e por aí fora só e apenas pela vontade de servir! Não acho
que nós eleitores mereçamos tamanhos sacrifícios, e não acho que teremos que
ficar penhoradamente agradecidos a tanto excesso desprendimento de toda a
ordem.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Não
precisam de prometer coisas novas, limitem-se a fazer o que muitos já
prometeram e nada foi feito; melhor, por favor não digam que vão fazer alguma
coisa!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nunca
como hoje a sociedade está tão cheia de “Conde de Abranhos”, essa imorredoira
figura que o Eça de Queirós deixou na literatura portuguesa para mostrar o que
era o percurso político da subserviência, da nescialidade , da intriga, da
bajulação e do vira-casaquismo na sociedade portuguesa no fim do seculo XIX.
Uma caricatura transversal à monarquia, à República, ao Estado Novo e à
democracia saída de um 25 de Abril de 1974 de esperança e engolida pela voragem
de um 25 de novembro de 1975 que se perpetua à décadas.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A todos
os putativos candidatos determinados em desenvolver tudo que se lhes atravesse
no caminho sugiro que assumam que o fazem por si, pelo seu percurso político,
para alimentar o seu ego, mas que não o façam pelo cidadão anónimo que quer
mesmo é que as coisas corram melhor e sem atropelos e jogos florentinos de quem
a ideologia está alcandorada no cataventismo em qualquer lugar altaneiro que se
tenta ocupar.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>José
Saramago, avisado prémio Nobel da Literatura escreveu que “há duas palavras que
não se podem usar: uma é sempre, outra é nunca”. Lembrai-vos pois!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há uma
velha frase de Maquiavel que também fica bem neste texto curto e grosso: “Os
poderosos criam dificuldades para vender facilidades”. (Metida aqui à pressão)<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">9/11/2020<o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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</div>Fernando Manuel de Almeida Pereirahttp://www.blogger.com/profile/09536231653998267053noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-22009512.post-70456293299669380682020-10-15T13:09:00.001+00:002020-10-15T13:09:33.850+00:00Sem eira nem Beira - O Interior- 14/10/2020<p></p><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj3rF6TbHk1R0_YN3g7I3xbliJnZGPEr_wngwHIf07XSkFT2ez-wc_iWNQYvuxsRzeOqHf9uVVHraeTs59g1F37hByZ9hYqK9Z5t2GWZdhp7_ReqMmJVri_wo6HL7mHxz2o9Ea_w/s200/49132_100000235996178_4309_n.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="52" data-original-width="200" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhj3rF6TbHk1R0_YN3g7I3xbliJnZGPEr_wngwHIf07XSkFT2ez-wc_iWNQYvuxsRzeOqHf9uVVHraeTs59g1F37hByZ9hYqK9Z5t2GWZdhp7_ReqMmJVri_wo6HL7mHxz2o9Ea_w/s0/49132_100000235996178_4309_n.jpg" /></a></div><br /> <p></p><p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight: normal;">Sem eira nem Beira<o:p></o:p></b></p>
<p class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">Um dos aforismos do quotidiano
diz: “quando um pobre come galinha, um dos dois está doente”!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>O som
das vuvuzelas dos relógios das igrejas são os únicos sons audíveis na maior
parte das aldeias de uma Beira esvaziada de gente e de perspetivas de um futuro
melhor.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Vemos
escolas fechadas, parques infantis ao abandono e só a presença diária da
carrinha do padeiro consegue quebrar a monotonia de um quotidiano de desvida! <o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Num
período de euforia eleitoral, em quase todas as aldeias fizeram-se
polivalentes, muitos com iluminação e balneários, e perante o estado de
degradação acentuado o que se depreende é que nunca terão servido para grande
coisa, a não ser para que os autarcas se tenham atascado num lodaçal de
entremeada, febras e vinho de duvidosa qualidade, no dia da sua inauguração com
fogo de artificialidade e lágrimas dos contribuintes!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>As
aldeias orgulham-se do seu mais recente equipamento, a capela mortuária, espaço
que deixará de ter uso porque à medida que vão minguando os vivos, os mortos
deixam de ter quem os enterre!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Estou a
ser pessimista ou estarei apenas a debitar umas “avulsisses” sobre um tempo que
parou, num mundo rural longe das descrições de Aquilino ou Júlio Dinis!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Há,
contudo, alguma coisa positiva no meio disto tudo, e embora de forma
paulatina vai-se assistindo à recuperação de alguma agricultura, e hoje vem-se
muitos campos tratados com outros meios, longe da desgraça que era o “mundo
rural” do Estado Novo. Defendo há muito a atribuição de subsídios à agricultura,
porque é a única forma de manter as terras com ocupação e desenvolver o sector
produtivo, fundamental para o sucesso económico no futuro do País. Obviamente
que esse subsídio tem que ser acompanhados por funcionários públicos com formação
e no terreno, e não se fazer o que tem sido habitual que é a recorrente
situação de funcionários publicados fazerem relatórios à medida.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Nestas
crónicas tenho alertado para a falta de empenho do poder central no interior.
Os próprios eleitos do interior vão- se esquecendo de quem os elege. Não é uma
prática deste governo, é a política normal de qualquer governo da República,
embora seja uma situação recorrente desde a monarquia. Não fora o arrojo de se
ter construído o caminho de ferro, tão maltratado pelo salazarismo e
continuadamente abandonado pelos governos da democracia, e o interior hoje era
uma verdadeira capela funerária de gentes e desfuturos.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>A
situação do interior traz-me à lembrança uma anedota que circulava nos tempos
da guerra fria sobre alguma inoperância dos serviços públicos da ex-URSS: Num
compartimento de um comboio na URSS estavam Estaline, Krutchev e Brejnev. O
comboio que devia estar a andar permanecia parado, e Estaline levanta-se
dizendo que ia tratar do assunto. Voltou sorridente e disse que tinha enviado o
maquinista para o Gulag e o comboio ia andar com o fogueiro a fazer as vezes do
colega. Permaneceu parado. Krutchev levanta-se, sai do compartimento e regressa
ufano dizendo que o comboio ia andar porque ele reintegrou o maquinista e premiou-o
com um prémio da emulação socialista. O comboio permaneceu parado. Brejnev
levantou-se, fechou as janelas e o compartimento ficou numa escuridão total, e
disse, meus senhores, o comboio está a andar!<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span>Para
tempos novos no interior lembro Odorico Paraguaçu, essa imorredoira figura de
perfeito de Sucupira, interpretado por Paulo Gracindo:” Vamos botar de lado os
entretanto e partir logo para os finalmente”.<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><o:p> </o:p></p>
<p class="MsoNormal">Fernando Pereira<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal">12/10/2020<o:p></o:p></p>
<p class="MsoNormal"><span style="mso-tab-count: 1;"> </span><o:p></o:p></p><div class="blogger-post-footer"><img src="http://www.world66.com/community/mymaps/worldmap?visited=CUAOCVCGCDLYMAMZNGSTADATBEFRDEGIHUITNLPTROESSECHUKVA"><br/>
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