22 de abril de 2007

Procissão que não vai ao adro...


Em primeiro lugar não digo que sou isento...aliás ninguém o é em circunstancia alguma, ou melhor são-o quando não tem conhecimento absolutamente algum de qualquer assunto, e nem sequer se interessa por ele.Eu sou crítico da gestão de João Paulo II...Mas sou um crítico circunstancial, pois em termos históricos não posso ter nada documental e factual que me permita analisar com objectividade a sua acção, nem tão pouco posso saber se de facto algo que ele faça será relevante na história da igreja e na sociedade ao longo destes dois milénios!!
Não defendo o islamismo,como não defendo nenhuma outra religião, embora eu possa afirmar do que conheço, e admito que não é muito, que em certos aspectos a prática do islamismo é menos hipócrita que a prática da igreja, nomeadamente no que concerne aos seus rituais. Por exemplo, não conheço nada na religião islâmica que seja paralelo às bulas.Reconheço que nenhuma destas religiões é tolerante com determinadas práticas, hoje aceites na sociedade moderna, e de certa forma o papel do islamismo é pior pois faz da religião o tema central de estado, desde os estados mais fundamentalismos aos aparentemente "moderados"...Mas será que ao querer-se incluir na constituição europeia a referencia ao judaico-católico, não se estará a fazer o mesmo, duma forma mais "clandestina", passando por cima de constituições de Países que assumem cabalmente o seu laicisismo??
Para ilustrar determinados exemplos sobre algumas formas de desrespeito pelos cidadãos por parte de alguns "soldados" da igreja, vou contar uma cena que se passa quotidianamente à minha porta...
Moro numa aldeia e com uma igreja ao pé da minha casa...Durante o dia e noite ouço as horas do relógio da torre sineira, que de meia em meia hora debita de forma roufenha umas "avé-marias"...Nos dias de missa a população é chamada por uns sinos que tocam várias vezes ao longo do dia por períodos longos, atingindo décibeis muito acima de tudo que a lei prevê, e cumulo dos cúmulos, o padre faz a missa toda cá para a rua através de potentes altifalantes...
Instado pelo padre sobre este verdadeiro desrespeito pelos valores das pessoas, ele respondeu-me que era para que os que estão em casa ouvissem a missa...Não tenho nada quanto aos locais de culto, eu próprio gosto de os visitar pela arte e magnificência da sua arquitectura,adoro o silencio dos claustros,mas de facto acho que o local de culto é dentro dos templos e nunca obrigar as pessoas a tamanho exercício de obrigar a ouvir o que não se procura nem o que se deseja...A igreja não pode pactuar com situações deste tipo pois este desrespeito da lei e da constituição, só a prejudica aos olhos ...neste caso ouvidos...dos cidadãos!!

O JPS do Vaticano!






Este fio não foi feito para fazer julgamentos a nada, foi feito para se discutir de uma forma "suave" o enquadramento geral da Igreja na história recente da humanidade...Discutir João Paulo II seria desvirtuar o fio, pois ainda se encontra em funções e qualquer análise peca por não ter fundamentos documentais que possam provar se foi importante ou não a sua passagem pelo Vaticano.É óbvio que ao longo do fio foi citado por diversas vezes, mas para além do subjectivismo da opinião que cada qual possa ter da sua obra,ela será apenas isso pois do ponto de vista histórico a sua relevancia actual é pouco importante já que não há forma de se fazer elaborar nada com método e ciencia!! Eu tenho uma opinião sobre JP, mas não passa disso mesmo!!Os que o quiserem elogiar, não farão mais que um pangírico que a sua fé e a sua crença obrigam, mas sem relevancia na análise objectiva dos factos!! Quem o quiser denegrir fará o mesmo mas de forma contrária, e com os mesmos nulos resultados em termos de objectividade histórica, tendo em conta que a história é uma ciencia, com método e objecto próprio!!Há uma coisa pelo menos que não faria ao JP..seria beijar-lhe os pés,porque acho que a reverencia que se tiver de prestar a alguém deve ser olhos nos olhos, e não com gestos de quase humilhação. Sou também contra a "infalibilidade do Papa", pois entendo que ele é um homem, com defeitos e virtudes, aconselhado por homens, alguns deles com mais defeitos que virtudes, e por isso engana-se como todos nós iguais a ele...Os comuns dos mortais!!


O consulado de JP (Eu propositadamente não digo pontificado)não será relevante num futuro longíquo pois não promoveu um debate sobre a Igreja tendo em conta que no ultimo século tudo avançou a um ritmo vertiginoso, desde as tecnologias, aos sistemas políticos, às relações sociais e à modificação de valores e costumes.Teria sido importante um concílio que compatibilizasse a Igreja com tudo isso, e de facto pouco ou nada se fez na alteração dos conceitos...Os ultimos 40 anos (depois de VaticanoII) foram anos de grandes transformações e alterações e a Igreja continua ligada a conceitos que a tornam cada vez menos relevante na dinamica da sociedade como se prova na afluencia cada vez menor das pessoas aos templos nas sociedades mais desenvolvidas do planeta!!Um abraço

Fernando Pereira

Latinices que a SMI nos reserva!



De facto é saudável vermos que em determinadas religiões se procura alterar os procedimentos de forma a que possam acompanhar a evolução da história.
É relevante que isto tenha sucedido em Marrocos,pois o Islamismo é em todas as suas vertentes pouco disponível para mudanças abruptas nas suas concepções de base. Mesmo onde o islamismo já assume alguns foros de modernidade, como por exemplo em França onde 14% dos franceses são islâmicos, há um conjunto de princípios que sendo alterados, só com muita relutância são recebidos pela comunidade...E de facto a mulher no islamismo é colocada em situação de perfeita subserviência em relação ao homem e inerentemente à masculinização da sociedade!!Se tivermos em conta que nos Países islâmicos não há separação entre Igreja e Estado, ou melhor o Estado não é laico nem tão pouco se aceita uma sociedade laicizada, temos de admitir que poderemos esperar desenvolvimentos desagradáveis em Marrocos, o que de certa forma é preocupante, já que para além da Espanha,Marrocos é o país mais perto geograficamente de Portugal e o que maior importância teve na cultura ibérica...
Na análise que faço de certas coisas, e posso dize-lo que em algumas não estou muito seguro...acho que o islamismo com toda a dureza com que trata as mulheres, assume, assim como noutras coisas, menos hipocrisia que por exemplo a religião católica.
Para o quê vejamos...Na recente revisão do código dos ofícios da Igreja, a que preside o todo poderoso fascistóide Ratzinger,o homem que na hierarquia do Vaticano assume a importância de numero 2..entre várias alterações, já postas de lado por Vaticano II, e agora recuperadas numa cedência aos Lefébrianos, proíbe explicitamente as mulheres de darem missa (apenas lhes estava vedado o sacramento da comunhão), o que relega a mulher para um lugar inferior da Igreja, e que a sociedade vai acompanhando, sem que haja qualquer tipo de contestação por parte delas que são marginalizadas em muitas referencias bíblicas.
Por ora fico-me por aqui...e cumpre-me informar que o 1º livro da Bíblia foi escrito 200 anos depois da sua morte, o que revela que certas passagens foram empoladas q.b, dentro da lógica de que"quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto", e que a proibição dos padres casarem, foi estabelecida quase mil anos depois.Importa referir que a Inquisição, um "MacCartismo" feudal fez desaparecer definitivamente muitas passagens da Bíblia, o que desvirtuou os fundamentos da Igreja de Pedro,já que foi esse apóstolo o primeiro a ter esse estatuto!!


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