18 de março de 2006

Fui-lhe ao Cónego em Braga


"Através do humor nós vemos no que parece racional, o irracional; no que parece importante, o insignificante. Ele também desperta o nosso sentido de sobrevivência e preserva a nossa saúde mental." - escreveu Charlie Chaplin.

No outro dia fui a Braga, quer dizer fui abaixo de Braga a Braga, ao meu confessor favorito, o bom, o doce, o cândido, o quase omnipotente cónego Melo. As razões de eu me ir confessar ao cónego Melo vem dos meus tempos de 1975 em que o bondoso senhor andou a espalhar uns engenhos, que os comunistas diziam se explosivos e os apaniguados do curador-mor do cabido de Braga, dizia e com muita propriedade de paz(Quero esclarecer que ao tempo o Norte de Portugal não era qualquer cidade de Angola tão bem descrita pelo Fernão Lopes da transição de seu nome Pompílio da Cruz).Entrei na vasílica de Vraga, e digo vasílica porque em Braga, trocam os Vês pelos Bês, e o bice-bersa também. Vai daí e chega-me a encantadora figura do ó nego (desculpem mas o teclado não ajuda eu queria escrever cónego), com o seu fato aberguilhado (um cónego não é como o comum dos mortais..tem braguilha de cima abaixo, não sei se com botão ou fecho-eclair) de mãos estendidas, com aquele olhar maroto, de quem a pedofilia é assunto da sociedade civil e que a Igreja não tem de se meter. Bem, eu abracei-o e reparei que o incenso que trazia era do tipo Yves-Saint-Laureant,talvez o Kouros, e disse-lhe com toda a candura que me é habitual
-Cónego pequei!!
Ele olha para mim com toda a voção e talvez devoção do mundo e diz-me:
-Rapaz, fizeste bem vir ao Cónego.Vem até ali...
Leva-me para um local mal iluminado da Sé e pede-me que lhe conte a história toda...
Pensei,bem Karipande se começares pelo verdadeiro pecado que te cá trouxe, então ele despacha-te com grande velocidade e só ficas parcialmente absolvido...
Eu como tenho horrores a coisas parciais, resolvi começar a dizer-lhe:
-Cónego pequei porque vi três comunistas juntos e não fiz menção nenhuma de os matar...
Pequei porque não os segui para ver onde moravam para...Caso fosse necessário, o cónego sabe bem,....
Pequei porque vi um livro daquele que omito o nome, Sarai...ai até sinto um nó só de dizer isso e não fiz menção de sequer cuspir na montra...
Ele estava atarantado com a dimensão dos meus pecados, o que antevia uma contrição pesada, já com dezenas de orações...e quiçá mesmo alguma avultada multa pecuniária, para evitar ter de me ajoelhar por causa das artroses ou doutras doenças que o demo espalhou pela terra...
-E mais meu filho, perguntava ó cónego, já com o seu faceas, que vislumbrei mesmo na semi-obscuridade Não gosto muito de decompor esta palavra por sílabas...levava sempre reguadas na escola)
-Pequei cónego porque fiz chichi nos sapatos e ainda não tenho problemas de próstata.
-E mais??
-Pequei porque escrevi num site de sofredores retornados do ultramar textos que tiveram que ser editados, mas não fui eu cónego, foi o próprio demo, talvez disfarçado de teclas..Sabe como ele é ...antes disfarçava-se de Bic ou Waterman, agora disfarça-se de teclados...mas foi ele o mafarrico..Ou o cónego acha que eu digo mal de alguém...ou faço mal a alguém???
-E mais???
-Mas padre eles até foram bonzinhos , cortaram o meu texto e puseram lá de novo...mas como fui eu que pequei, quero que na absolvição seja também incluída um conjunto de preces para os moderadores, que com mão certa e inspirados por alguém...resolveram cortar só...aquelas partes...sabe...mas que podiam fazer falta..mas sabe..quem as não tem...paciência...ora!!
-O nosso bondoso e sapiente cónego, trejeiteasse com uns passes de sinaleiro em esquina movimentada e diz-me...
-A gravidade dos teus actos quase não tem perdão, mas para não ficares com as tuas artroses piores, fazemos isto por uma quantia para os pobres..100€ e para o ano sais de Jaca a pé para fazeres os Caminhos de Santiago, neste caso o caminho francês...Vai, meu filho...e cuida-te dos pecaminosos sentimentos...

Vim para baixo de Braga, com outro animo, com outra forma de ver as coisas e com tudo o que tenho pedir perdão a todos vós...MENOS AOS IMPIOS...essa horda citadina sem referencias morais e de cidadania...
Obrigado cónego...Tu e a EDP ajudaram-me a ver a luz de novo...
Fernando Pereira

De Angola à contramão...


Pois é...eu tinha previsto que eles apareciam, e ei-los, "velhos e novos, virão um dia ricos ou não", como dizia o cantor que teve de bazar de Portugal por causa da liberdade e da paz, José Mário Branco.
Eu nem vou contestar sequer o que certa gente diz, pq de facto deve ser uma fase delirante...Moçamedes com maiores frigoríficos que Vigo...Eu bem tinha razão...disseram que o " Oh Calcutath esteve 15 anos seguidos de exibição em Londres..enganaram-me foi no Cuma..o que a propaganda contra o colonialismo nos escondia...Eu que desconfiava que o Empire State Building era em Nova York, afinal era em Caconda, o Louvre parece que era um museuzito em Paris qd no Dundo é que havia um grande...e qd acabar a presença colonial portuguesa em Angola os cubanos carregaram com os frigoríficos e com os dois barcos de pesca para Cuba, e logo ultrapassaram todas as marinhas de pesca do globo...Eu sempre achei que me cravejavam de mentiras....Ainda hoje a ler a Unica (do Expresso) vejo aquele terrorista do Nuno Grande, dizer que começou a luta contra a febre amarela em Angola qd morreu o primeiro branco, pelo que posso considerar que antes desse branco ng tinha febre amarela, que foi uma bênção exportada para Angola pelos brancos, e que como era chic até os naturais começaram a ter para não ficarem fora dos usos e costumes dos portugueses...E sabem pq isto tudo...Pq era necessário para a fé do império colocar um serviço de protecção contra a febre amarela, e para isso tinha de morrer um branco...Devo andar a ver cada vez pior...e depois ..dizem que perco o verniz...Nunca antes de um branco morrer de malária tinha morrido um cidadão português negro com essa doença!!!!!
O que vale é que o diapasão desta gente está toda virada para a esquina da Lello...enfim...
O CFB era para trazer minério importado do terceiro mundo para o grande centro siderúrgico do Chinguar e do Cunge, onde depois era transportado para as fábricas de automóveis do Luena e Camacupa...Claro que tb não me esqueço que o centro espacial , ao nível do Kennedy, era no Dombe, e já há muito que se combatia a poluição industrial em Mavinga e nos rios limítrofes...
O de Moçamedes era um caminho-de-ferro turístico...tipo Expresso do Oriente...Penso eu de que???
Gostava de saber uma coisa...Pq é que Luanda em paz tinha uma cerca de arame farpado à volta do seu perímetro urbano e um controle em todas as suas saídas e entradas...
Nunca percebi se era para os que moravam em Luanda não saírem, se era para os que iam para Luanda não entrarem...è que esse perímetro era iluminado e vigiado por altos torreões assim como o gueto de Varsóvia nos anos 30 e 40...
Enfim...de facto não há verniz que aguente qd "ei-los que chegam, velhos e novos, virão um dia ricos ou não"
Fernando Pereira (suficientemente indulgente para ir ouvindo um ruído de fundo, por parte dos que se juntam a mim para terem a visibilidade que julgam ter direito)
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