31 de outubro de 2008

Acácio Barradas (1936-2008)






Já sabia que Acácio Barradas estava doente, mas não esperava um desenlace tão célere, e a verdade é que o jornalismo lusófono ficou mais pobre.
Acácio Barradas morre aos 72 anos, mas deixa entre os seus contemporâneos uma imagem de grande seriedade, de um militante de causas solidárias, profundamente humanista e de um rigor profissional de enorme exigência.
Nascido em Gaia, Portugal em 1932, faz um percurso entre Portugal e Angola, nomeadamente no “Comércio de Angola”onde entra como repórter em 1954, tendo passado depois pelo “Jornal do Congo” no Uige, “Província de Angola”, revista “Noite e Dia”, “ABC- Diário de Angola”, tendo sido director da revista do ATCA e redactor-chefe da revista “Notícia”, acumulando como correspondente do jornal lisboeta “Diário Popular” em Luanda. Foi casado com Edite Soeiro, a primeira repórter de guerra portuguesa, também ela jornalista no “Notícia”, onde Acácio Barradas acabou depois por trabalhar em Lisboa em 1972/74.
Esteve sempre ligado a Angola, tendo colaborado em 1963 com as edições Imbondeiro do Lubango, em colaboração com Mário António de Oliveira, em textos assinados sob o pseudónimo Álvaro Reis, e em colaborações diversas com historiadores e escritores, sobre factos relevantes da história recente do País.
A sua última aparição publica, foi no documentário de Joaquim Furtado sobre a guerra colonial, que teve grande êxito na TV portuguesa este ano, sobre um tema que só agora começa a ter o seu espaço, em termos documentais e históricos.
Estive com o Acácio Barradas, há cerca de três anos na apresentação do livro do Carlos Ferreira, onde fez uma intervenção brilhante sobre os valores que sempre lhe foram queridos, a solidariedade, a defesa dos direitos e garantias dos trabalhadores e a elevação da dignificação da vida humana com Angola sempre como pano de fundo.
Um adeus angolano a Acácio Barradas!

Fernando Pereira

29/10/08

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