4 de março de 2008

Geração Africana/ Ágora/ Novo Jornal/ II







A GERAÇÃO AFRICANA (II)

Vasco Vieira da Costa, nasceu em Aveiro em 1911 e fixa-se em Luanda em 1960, tendo ido para o Porto em 1982, uns meses antes da sua morte. Com uma pequena participação na Exposição-Feira de Angola em 1938, o seu arranque dá-se com o projecto do Mercado do Kinaxixe (1950-52) na Praça do Kinaxixe (1953), construído pela firma “Castilhos”, um Bloco para os Servidores do Estado, na Rua Amílcar Cabral (Set Obres Modernes…1996), o conjunto pavilhonar, ainda que incompleto do Laboratório de Engenharia de Angola. São de sua autoria,o edifício da Diamang na Rua Lopes Lima, o prédio da Versalles, na Av. Rainha Ginga, o notável edifício do ministério das Obras Publicas, vulgarmente conhecido por edifício Mutamba (1968-69), com uma forte componente corbusiana, principalmente nas grelhagens, a Escola Inglesa (Futungo de Belas), a Guedal (oficina e stand),a torre Secil e a Câmara dos Despachantes na 4 de Fevereiro, a Anangola e ainda a fábrica da Fabimor. Houve muitos outros trabalhos que ele deixou em Luanda, de assinalável qualidade estética e de enorme versatilidade na sua funcionalidade. Vieira da Costa merece muito mais que estas parcas palavras, e penso que com o crescente numero de arquitectos angolanos, ele terá a homenagem que tem sido sucessivamente adiada.
José Pinto da Cunha, projectou nos anos 60, o primeiro duplex na Marginal, e numa pareceria com Simões de Carvalho, projectou o edifício da Rádio Nacional de Angola (Construída em terrenos onde houve uma exposição “ultramarina”, em cujos pavilhões, participaram alguns arquitectos residentes em Luanda nos anos 60), e a urbanização do Prenda para além de residências diversas, entre as quais a actual residência do embaixador de Portugal. O grande trabalho deste arquitecto, em sociedade com Pereira da Costa foi o edifício Cirilo, construído na baixa de Luanda, na Rua Major Kanhangulo, inaugurado em 1958, que é um trabalho ainda hoje de tomo, no quadro de um determinado período da arquitectura na África colonial.
Francisco Castro Rodrigues (1920-), só a partir de 1975, começa a trabalhar na capital, pelo que em Luanda tem poucos trabalhos com a sua assinatura. O seu trabalho, enquanto docente na faculdade de arquitectura da Universidade Agostinho Neto, é de enormíssima importância.
Há que salientar que o seu trabalho no Lobito é marcante em muitos espaços e locais da cidade, pelo que noutra ocasião, tentarei fazer uma súmula do trabalho notável deste arquitecto. Quando deixa Angola, em 1988, deixa no Lobito “cada esquina com o seu risco e traço”.


Fernando Pereira 29/02/08
CONTINUA

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