1 de maio de 2006
O tema era :Vocês não viram nada em Angola
Dizia o meu amigo Rui Castro e Silva, cada vez que pássavamos em frente ao Tamar, ardido na altura, hoje recuperado, que havia um buraco no balcão já que todas as noites lá estava sempre no mesmo banco, com o mesmo copo na mão, anos e anos a fio...Quem se lembra de ver aquele decrépito espectáculo do Ary Lopes com a Glória Norton, e mais um conjunto de bailarinas brasileiras recrutadas algures na Goiânia, ou no sertão favelar do Rio de Janeiro...Mas o Tamar era o Tropicana de Luanda nos anos 60 e 70...um Tropicana doméstico, mas referencia para muitos soldados de patente média que ainda hoje das poucas recordações boas que guardam é precisamente o Tamar, ali onde a Xicala ainda era imberbe como praia.Ao lado era a Gruta, que em tempos terá tido outro nome e que tinha um bar americano com um pianista cheio de artroses nos dedos a tocar.Logo a seguir era o Sporting, que mantinha um bar misto de respeitabilidade,batota e umas raparigas algo verdes comparadas com a visinhança.Na ilha havia ainda o Marialvas, e julgo que o Estoril...ou o Marialvas era lá para cima para S. Paulo??' Depois o D. Quixote,na Rua Direita , numa casa lindíssima, que se transformou num espaço de grande procura dos "que na frente combatiam".Em cima perto do nosso liceu, o Embaixador, uma outra referencia na noite de Luanda e que nos levantava em pensamentos pecaminosos algo que só na adolescencia começávamos a levantar como adereço primeiro e com outras habilidades depois.Havia ainda o Copacabana, creio que ali para a Samba, que depois foi transformado em casa de fado, onde durante muitos anos pontificou a Maria José da Guia. No Xeque, ali para os lados dos Coqueiros, anunciava-se a "escultural Bia", que anos mais tarde, já depois da independencia, era a dilecta cozinheira da Casa do Desportista na ilha, onde nós tentávamos que ela nos arranjasse mais um pouco de pitéu nos difíceis anos 80!! Havia o Cheique mais ou menos no mesmo local do Cheque, o el Chicote na marginal, o Nina Bar, ao pé da estofadora do Carmo, a Floresta ao pé da Mutamba, paredes meias com a Cubata (aliás nome algo apelativo para esse tipo de casas,eheh) e muitas outras que iam alimentando ao longo dos anos os nossos mistérios e tempos mais tarde alguns misteres..
Temos tema??
Um abração
Fernando Pereira
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