18 de setembro de 2006

Branca e radiosa ia a noiva!


Acredite se quiser


Instruções e conselhos para a jovem noiva
Em 1894
Ruth Smythers



Sobre como se conduzir e proceder nas relações íntimas e pessoais inerentes

Ao casamento, para uma maior santidade espiritual que deve acompanhar

Este abençoado sacramento, e para a glória de Deus.







Para a jovem e sensível moça que alcançou o privilégio de crescer e

Chegar ao casamento, devemos dizer que este dia é, ironicamente o mais feliz

E também o mais aterrorizante de sua vida. Do lado positivo,

há o casamento propriamente dito, no qual a noiva é o centro das atenções

De uma cerimónia bonita e comovente, cerimónia esta que simboliza

O seu triunfo em lhe assegurar um homem que lhe proverá todas

As suas necessidades pelo resto de sua vida natural.

Do lado negativo, está a noite de núpcias, durante a qual a noiva

Deve "pagar para ver", vulgarmente falando, ao se defrontar,

Pela primeira vez, com a terrível experiência do sexo.

Nesse ponto, cara leitora, deixe-me revelar uma verdade chocante.

Algumas jovens, na realidade, aguardam a noite de núpcias com um misto

De curiosidade e prazer ! Cuidado com tal atitude !

Um marido egoísta e sensual pode facilmente tirar vantagem de tal noiva.

Nunca se esqueça de uma regra capital, para qualquer casamento:

dê pouco, raramente, e sempre de má vontade: do contrário,

O que tem tudo para ser um casamento feliz pode transformar-se

Numa orgia dos sentidos.

Por outro lado, o temor da noiva não deve ser extremo, porquanto o sexo,

Que, na melhor das hipóteses, é algo bastante doloroso, deve ser cultivado,

E o tem sido pela mulher desde o início dos tempos, e é recompensado

Pela união monogâmica e pelos filhos. A maioria dos homens, se não lhes for negado, desejam fazer sexo quase todos os dias. A noiva sábia deverá permitir

Um máximo de duas rápidas relações sexuais por semana durante

Os primeiros meses do casamento. À medida que o tempo passar,

Ela deve envidar esforços para reduzir tal frequência. Doenças simuladas,

insónia e dores de cabeça são os melhores aliados de uma esposa quanto a isso. Argumentos, apoquentações, repreensões e questionamentos também são

Muito eficazes, se usados tarde da noite, cerca de uma hora antes

De o marido normalmente começar sua sedução.


As esposas inteligentes devem estar sempre alerta e cientes de novas

E melhores maneiras de negar e desencorajar as aproximações amorosas

De seus maridos. Uma boa esposa deve reduzir as relações sexuais ao mínimo.

O ideal é uma só por semana ao fim do primeiro ano de casamento

E uma por mês ao fim do quinto ano.

Ao redor do décimo ano de casamento, muitas mulheres já completaram a sua prole

E atingiram o objetivo final de terminar todo e qualquer contato com seus maridos. Nessa época, ela deve fazer do seu amor pelos filhos e das pressões sociais elementos eficazes que mantenham o marido em casa.

Como já mencionamos anteriormente, a mulher, além de se manter alerta

Quanto a ter o mínimo de relações sexuais possíveis, deve também prestar

Muita atenção em limitar a espécie e a qualidade das relações sexuais.(..)

A mulher inteligente terá por objetivo nunca deixar que o marido a veja despida,

Nem que este se apresente despido. Praticar sexo, quando este não puder

Ser evitado, só em total escuridão. Muitas mulheres acham muito útil

Usar uma pesada e grossa camisola de algodão e providenciar pijamas para o marido, e não tirá-lo durante o ato sexual. Assim, um mínimo de corpo ficará exposto.

Uma vez que a noiva tenha colocado a sua camisola e apagado todas as luzes,

Ela deve deitar-se quieta e placidamente ao longo da cama e esperar pelo noivo.

Não deve fazer qualquer ruído que possa, na escuridão, orientá-lo em sua direção; caso contrário, ele poderá interpretar isso como um sinal de encorajamento.

Ela deve deixá-lo andar às apalpadelas no escuro. Existe sempre a esperança

De que ele venha a tropeçar e sofrer alguma lesão, que, por mais leve que seja,

Possa vir a ser usada como desculpa para negar qualquer contato sexual.

Quando ele a encontrar, ela deve permanecer tão imóvel quanto possível.

Qualquer movimento de sua parte pode ser interpretado como excitação sexual.

Se ele tentar beijá-la nos lábios, ela deve virar ligeiramente a cabeça de modo

Que o beijo alcance inocentemente as suas bochechas. Se ele tentar beijar-lhe

As mãos, ela deve mantê-las com os punhos fechados. Se ele levantar a sua camisola

E tentar beijá-la em qualquer outra parte do corpo, ela deve, imediatamente,

Puxar para baixo a sua camisola, pular da cama e anunciar que a mãe natureza

A chama ao banheiro. Isso, geralmente, amortecerá o desejo dele de beijá-la

Em territórios proibidos.


Se o marido tentar seduzi-la com conversas lascivas, a esposa inteligente repentinamente lembrar-se-á de perguntar-lhe alguma coisa trivial e não sexual. Uma vez obtida a resposta ela deve prosseguir a conversação,

não importando quão frívola ela possa parecer na ocasião. (...)


Ela deverá permanecer absolutamente calada ou falar sobre seus afazeres domésticos, enquanto ele realiza as manobras que o ato sexual requer(...)

Tão logo o marido complete o ato sexual, a mulher inteligente deverá começar

a aborrecê-lo com conversas sobre tarefas que ela quer que ele realize

no dia seguinte.

Muitos homens obtêm a maior parte de sua satisfação após a pacífica exaustão

que se segue ao ato. Sendo assim, a mulher inteligente deve assegurar-se

de que ele não tenha paz nesse período, pois, do contrário,

ele logo se achará tentado a querer um pouco mais. (...)


©Copyright Texto traduzido por Walter Cardoso Franco, publicado em Excerpta Feminina, Rio de Janeiro - Texto impresso pela Gráfica Orientação Espiritual da cidade de Nova York e publicado no ano de 1894. Escrito por Ruth Smythers, esposa de um pastor da Igreja Metodista Arcadiana da Congregação Regional Leste, Reverendo L. D. Smythers - Segundo o Bernardo.

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