7 de fevereiro de 2006

Os da Cidade e do Mato



(Este tema já foi iniciado noutro local, mas achei que seria um excelente tema para uma polémicazinha em tempo de funjadas)

Este tema vai ser algo polémico, pelo que peço que qd escreverem algo o façam com o mesmo cuidado com que se aquece as cordas do violino (sabem que o violino é um instrumento algo esquisito pq embora dê um som lindíssimo esse som esse que é resultado do toque de corda de pele de porco em corda de pele de gato).Tenho observado atentamente, claro sem as necessárias premissas que um sociólogo poderia agarrar, que de facto há aqui dois sub-produtos do sistema colonial em confronto.Vamos ver se me faço entender....Dum lado os urbanos, onde me incluo, os que práticamente fizeram a sua vida na capital, Luanda, que tinha algumas ilhas de alguma efervescencia cultural e política.Do outro lado tudo o resto...que era muito bonito mas que não se andava cem metros para cada lado onde não houvesse uma referencia de mato.Claro que de certa forma isto envolve e desenvolve ou não as pessoas. Se repararmos em Luanda chegavam aviões (poucos, de lugares onde a democracia já se tinha instalado nos hábitos), mas chegavam....Chegavam barcos de passageiros, nas cidades do mato chegavam por exemplo cargueiros e nalguns mesmo só barcos de pesca.Em Luanda havia vários cinemas todos os dias para além de cineclubes universitários, bem e por aí fora....Creio que percebem onde quero chegar.O que de certa forma acontece aqui no site é esse confronto de vivencias, e de facto por vezes os antagonismos reflectem um acesso diferente a certas coisas.Ser da cidade não é um estatuto, mas de facto dá-lhe maior largueza de vistas, e isso é patente quase 28 anos depois aqui nas nossas reflexões.Eu não devia ser a pessoa que abria este debate, mas como tanta vez o apanhei em chats trago-o para aqui tendo uma certa humildade em estar disponível para discutir estes considerandos. Vou pois despir um pouco a minha fatiota de urbano e abrir este forum a todos, os moderados e imoderados da cidade grande e do campo....Um abração e... ponto crucial
Fernando Pereira

Pergunto aos meus amigos do Namibe...que gostariam que eu fosse do mato, e só por isso vi com alguma ironia as suas intervenções,que faziam nos V. entediantes tempos de vivencia numa cidade do mato como essa???Tinham livraria??Ouviam rádio, para além do rádio-mokas onde passava a Maria de Fátima Bravo,o Max, ou o Autocarro do Amor??Viam filmes a cores???Já tinham ouvido a palavra yogurth??Souberam quem em 1969 o homem pisou pela 1ª vez o solo lunar??'É óbvio que tb não se podia exijir que conhecessem a palavra Liberdade!! Era assim o mato...mas podia ir muito mais longe..mas para já fico-me por aqui....
Fernando Pereira


Por acaso eu sou mesmo um preveligeado...Era uma pessoa bem formada na cidade,continuo a ser um bem formado,e de vez em qd ia ao mato...Para mim, Viana e Cacuaco era o princípio do mato..Daí para a frente podiam variar as paisagens,variarem as cores das igrejas, a mentalidade era quase a mesma...Eu não pretendo dizer que a mentalidade da cidade era melhor, até pq me deixaria à partida de ter algum avanço em termos argumentativos.O mato era o sítio bonito, dos passarinhos das zaragataias, dos rios,etc..., como todos vcs uns melhor outros pior ilustram.Não é isso que foi o mote da conversa....O mote da conversa tinha a ver com o que as pessoas eram no mato, e aí óbviamente estou a colocar mesmo as capitais de provincia e a cidade, Luanda aliás a unica que podia ter esse estatuto.Admito que no mato as coisas andassem devagar,que o próprio sentido do tempo nada tinha ver com o tempo da cidade.Eu vivi essas realidades com um olhar atento, e atenção não há nenhuma capital de provincia de Angola que eu não conheça.Tb não quero chegar ao ponto de ir à Ganda e pedir um exemplar do New York Times do dia anterior...aliás nas cidades, ou candidatas a cidadezinhas do mato nem havia quiosques, e o jornal feito em Luanda chegava com uma semana de atraso.Ng me estava a ver ir ao centro do Lubango e querer comprar um Beetoven da Deutch Gramophone..mas de certeza que compraria um disco do Teixeirinha ou do Oscar Acursio...Eu sei que foi no mato que li "seis balas", levadas para lá pela Cilinha Supico Pinto.Foi no mato que vi pela primeira vez o decote da Sarita Montiel num padieiro que alguns chamavam Centro Recreativo e cultural.ERa no mato que comia pão com Vaqueiro (das latas grandes) qd eu vinha da cidade habituado a manteiga...essas sim descoberta com a Liberdade num excelente filme em que Marlon Brando, fazia um excelente papel.Desconfio por exemplo que qd se estreou o "Ultimo Tango em Paris" em Luanda , Huambo estaria a estrear o Mário Moreno, ou algum filme da Marisol.Admito que em Salazar a leitura recorrente ao tempo em que eu já lia Camus, fosse a Condessa de Segur ou as meninas do 4º andar da Odette de Saint Maurice.Confesso que percebo isso tudo.Se para o individuo de Luanda o Rio de Janeiro, Nova York eram ao dobrar da esquina, admito que nalguns postos no mato Nova York ainda se chamava New Amesterdam...Bem...isto vai longo, mas vou-vos contar uma história passada com Óscar Monteiro, ao tempo estudante em Coimbra, donde bazou para integrar a luta armada da Frelimo...Foi posteriormente ministro da Justiça de Moçambique.O Óscar era descendente de indianos, o que não abundava por Portugal, mormente numa cidade do mato como Coimbra...Ele estava no Tropical,café que tb frequentei noutros tempos, e o café tinha um engraxador,e o Carlos, assim se chamava este engraxador, olhava,remirava e a certa altura encheu-se de coragem...e perguntou ao Oscar...Vc é não é de cá?? O Oscar estava a ler o jornal e disse-lhe que não.Ele continuou, vc é de muito longe?? E o Oscar disse, sou ...Mas de onde???O Oscar disse-lhe da India...o Carlos dá um pulo e diz possa...ainda é mais longe que Celorico??? Esta história revela os limites...e no caso dos da cidade e do mato lembro-me a alegoria da caverna do Platão, que oportunamente esclarecerei para os menos dextros nestas lides da filosofia. Por exemplo qual era o limite de um tipo de Camabatela...era o Negage, e NY era o Uíge e Paris Salazar. Para alguem da Gabela o limite era Novo redondo ou Porto Amboim...fora daquilo eram do tipo "Sexta feira" do Robison Crusoé do Danielle Defoe.Para alguem de Caconda, Benguela ou o Lubango eram o mundo todo,para os do Lubango e Namibe, eram quase como que só existisse aquela estrada e aquela linha de Caminho de Ferro...o mundo era aquilo para os seus habitantes, por isso....
Um abraço
Fernando Pereira


Continuo com a convicção que afinal de certa forma Luanda,era uma ilha no panorama social e laboral da colónia. Enquanto em Luanda se vendiam electrodomésticos do tipo máquina de lavar louça, não sei se os do mato alguma vez tinham ouvido falar nisso, no mato era o cheiro e o negrume dos frigoríficos a petróleo, o cheiro característico na maior parte das vilas e algumas cidadezecas do interior.Há coisas que de facto no meu imaginário me surpreendem...Certa vez, numa das minhas viagens quase sabáticas ao mato o meu pai resolveu pedir ao barbeiro do Songo que me cortasse o cabelo...Até aqui, mais ou menos igual pois tinha tesoura e navalha, mas o que me surpreendeu foi que o espelho que tinha era um daqueles espelhos com um jogo com uma bolinha na parte de traz, e só o utilizou, pq ironia das ironias, eu pedi para ver como ficava, chegando à conclusão que ng no mato se gostava de ver ao espelho...Convém acrescentar que saí do barbeiro com mais cabelo nos sapatos do que qd entrei tinha na cabeça, para além de uns arranhões na nuca que me fizeram saltar qd ele resolveu pôr alcool etílico nas quase feridas...Claro que já nem quero entrar em pormenores sobre a lugubridade do local, nem da bata que me cobria, que estava esticada por ter tanto sarro...bem nisso o ambiente era perfeito..sabão era coisa que havia muito não entrava naquele "salão de beleza".Se isto acontecia com os homens, so mais tarde me apercebi pq é que o Comendador Roque ganhou riosde dinheiro, antes da golpaça dos colégios a vender perucas pelo País todo;Pelo menos essas perucas tinham uma vantagem...A caspa e a oleosidade ficavam escondidas, não tanto certos cheiros, que de certa forma se mantem com alguma intensidade nos casamentos no Verão em Portugal, por causa dos vestidos de licra de bastante mau gosto.Bem, o mato tinha coisas pandegas.Uma vez tive de ficar no Hotel do Dondo, já nem me lembro porque motivo, e percebi, pela primeira vez na vida que eu e os mosquitos de certa forma conviviamos bastante bem...Eu consegui adormecer de tão cansado estar de os tentar matar e eles tb não podiam desaparecer pq as janelas tinham mosquiteiros...é incrível..descobri que no mato ..os mosquiteiros de janela eram para impedir a fuga dos mosquitos, já que qd entrei no quarto, eles eram aos milhares, e qd saí na manhã seguinte com bastantes ferroadas eles lá estavam a ser perservados para o próximo hóspede....Voltarei ao tema

Curiosamente eu como era um preveligeado antes da descolonização,optando depois dessa de passar a ser um entre iguais em Angola, quero dizer-vos que conheci a cidade e o mato antes e depois do Novembro da nossa alegria.Pode ser que vos ilustre com fotos, onde estou essa minha passagem pelos sítios que alguns dizem que só lá estive depois.(Importa contudo fazer uma rectificação ao que acabei de dizer:Na Ganda,Cubal,Alto Catumbela, Cabinda , Menongue, Luena e Onjiva,só estive de facto depois da independencia.Tudo o resto fui andando por lá...).Eu digo seria estulto responder, não por sobranceria, até sou algo modesto,às vezes modesto demais perante tanta sabedoria...(como diz a musica ... "a quem é que ela aproveita"). Tb não quero fazer dos do mato em Angola, a figura muito bem conseguida da Maximiana do Herman José, numa adaptação de luso-tropicalismo. Quero é fazer perceber que de facto o viver no mato, e defini bem esse território, era um pouco uma vida de algum desconforto intelectual e de condições de vida, que não havendo uma forte motivação, acabava por ser redutora.Já terei percebido que entre entre a ravinagem (propositadamente substituí o P,pelo V)da Tundavala.(tenho fotos a cores da minha pasagem por lá antes da independencia, dos tempos em que os do mato ainda não tinham passado do preto e branco)e a aridez de certas mentes que se perpetuam nas paisagens desérticas de outras eras, há muito pouca diferença. De certa forma começo a perceber pq é que Luanda estava cercada por uma protecção de arame farpado...Havia de facto alguma mentalidade que deveria ser controlada à entrada, e só algum laxismo das autoridades coloniais impedia ao tempo um maior controlo...Li não sei a quem que havia livrarias e cinemas por toda a Angola...Talvez por muitos sítios serem tão grandes,não me tenha apercebido disso, mas ainda bem que em Maquela do Zombo ou no Hama se podia comprar as "teses de Feurbach"de Marx, ou o "Escuta Zé Ninguém" do Reich...(acho que neste caso e não querendo ser indelicado só mesmo o Reich que me partisse, como alguns estão a pensar).Não sabia que no Chinguar se podia comprar na discoteca musica Celta, ou alguns títulos "Du chant du monde".Estou mesmo convencisdo que Dali, Picasso e alguns contemporaneos tem como um hiato nas suas carreiras de exposições, não conseguirem expor na Matala ou no Kuito-Kanavale; Descxulpem-me se sou ousado??? O Guggenheim não esteve sem saber se iria abrir museu em Bilbao ou Calomboloca...Talvez por causa de Abril tenha optado por Bilbau.Claro está que para além disso tudo afinal havia nos do mato quem comese manteiga, o que quer dizer que havia uma sectorização da população da mata...Os que comiam Vaqueiro em lata e os que comiam manteiga..Isto de facto começa a complicar o meu raciocínio...Por favor...No mato, e isto assisti, pedi para ir à casa de banho....indicaram-me a porta dos fundos e lá estava um caixote com um buraco ,numa casita de madeira onde podíamos fazer qualquer coisa...Mas mesmo esse caixote era um luxo, e tb um lixo, pq normalmente a casa de banho era a roda de alguma camioneta à porta...(Samba Caju-1973) Eu estava afilito pq tinha estado na fila dos bilhetes, já que o cine-clube de Sanba Caju ia projector um filme do Bunuel, se não me engano "O charme discreto da burguesia".Acho que era ante-estreia...só Samba Caju, Londres, Nova York, Paris e Los Angeles viram o filme pela primeira vez...
Voltarei ao tema
Fernando Pereira

De facto as brincadeiras do mato era uma versão angolana dos 5 da Enid Blyton...com alguma mistura de Manuel Barão da Cunha no argumento e António Lopes Ribeiro na realização.Eu sei que a mata eram odores, sabores, mas de facto tb muitas dores.Sei que de vez em qd comia-se à pala no mato,melhor davam refeição de borla aos da cidade;Isso não tem nada de extraordinário, e só vos ficava bem...Na Antiga Grécia aos pensadores e filósofos os senhores da democracia escravista ateniense davam de comer a todos eles só pelo prazer de os ouvirem dissertar sobre o pensamento.Naturalmente tantos milénios depois admito, que os do mato servissem de borla os inteligentes da cidade..Mas o que de certa forma me confrange é que nem mesmo na cidade grande havia assim uma enormidade de inteligentes que quisessem ir comer ao matro, mesmo à borla.Bem...eu só queria demonstrar que de facto a malta da cidade era bem mais determinada.Vejam por exemplo o caso do Augustos (que era alfaiate em Luanda) virou de alfaiate de homem e mulher a estilista, por causa da descolonização...Se fosse um alfaiate do mato ia parar aí a uma terra da treta a fazer fatos, que de certa forma alguns pouco se distinguem de fazedores de coletes de Penafiel....Por exemplo podem-me dizer onde havia uma óptica fora de Luanda??'Não havia, em lado algum mas tb para as contas do mato os óculos eram dispensáveis...Mas faço-vos um pequeno favor, malta do mato...Em Luanda tb havia muita gente que devia ter óculos de cabedal,pq viam só o que tinham na frente..o que é diferente de ver em frente.Qd alguem chegava do mato a Luanda tinha a preocupação de ir encher o camião aos armazens de lojas do Mato, e depois se sobrava algum ei-los a caminho do Tamar, Marialvas, D.Quixote, Embaixador ou Choupal onde bebiam wiskye marado, e iam dizer para o mato que havia bebida boa em Luanda, omitindo as lucubrações eróticas que lhes iam no pensamento, já que as moças disponíveis queriam malta com Lavanda da "ach Brito" ou Bien Etre...e não o odioso cheiro a sabão azul,tão pouco adaptável aos banhos de neon que tomavam....Iam com a carteirita leve é certo, mas contentes porque julgavam ter visto o filme todo e no caso não se lhes era dado mais que o Making Off.No mato as noites eram de tédio,e de ruidos estranhos de animalescos, que nós os da cidade conhecíamos de alguns livros que havia nas livrarias...Numa das muitas viagens que fiz ao mato, parei certa vez no Dange-Ya-Menha,no Marques,ali entre o Dondo e Salazar...Ele costumava servir um arroz de cabidela de galo capão que era uma delícia, para quem lá ia...A comida não era má, o aborrecido era tirar dos sapatos e das meias os canudos das penas dos galos que se espalhavam no chão da sala de jantar misturado com o cheiro do petróleo da geleira e com o vinho...Aquilo tudo era quase nauseabundo,e consegui saber que tinham comido há pouco tempo umas pessoas pois no garfo tinham ficado depois de lavar uns grãos de arroz, que não me pareceram muito rijos...O dono sentou-se à mesa conosco com uma camisola de cavas, vulgo vcamisola interior, que nunca na vida tinha visto água ou sabão por perrto...Não fosse a descolonização e aquela camisola interior podia bem passar por equipamento da académica, pois tornar-se-ia preta até lá...Naquele tempo dava ares de ter sido comprada branca...Talvez tivesse sido por causa dessa mutação sebenta (não tem a ver com as por onde alguns estudámos)que o Michael Jackson, quiz deixar de ser preto, o que só vem provar que há pouca diferença entre Hollyood e Dange-ya-Menha....Tb eu penso que deveria ter havido por lá mesmo um festival de cinema...talvez temático, tendo em conta o sarro da camisola interior do Marques do óleo de palma, como era conhecido pelos distintos que o procuravam...
Voltarei ao tema

Na Canjala, entre Novo Redondo e o Lobito havia uma tasca qualquer que se chamava "Cantinho da Saudade".Qd lá passei estavam lá dois velhotes, (que certamente num restaurante chines estariam misturados com rebentos de soja e no menu, uma coisa do tipo...sapatos de defunto) e o meu pai perguntou-lhes se havia comida???Eles disseram que sim, acho que nesses dias essses enfezados velhotes iam comer, e levaram-nos para uma sala de jantar cheia de quadros com o Coração de Jesus na parede e um emblema enorme do Benfica cheio de cetim (não sei se em fio) já carcomido à emoldurá-lo. A sala de almoço, pq acho que quem lá almoçasse uma vez não jantava lá de novo tal a sordidez e o cheiro a bafio de um interior pouco limpo,tinha umas mesas corridas e uns bancos do tipo bancos de suplentes de campos de futebol ordinários.O almoço era churrasco com batata doce frita, e ela lá atirou com a travessa para cima da mesa e colocou dois pratos...Eu que sou filho das boas maneiras pedi um garfo...possa estava a ver que dava um ataque de apoplexia à velha..."churrasco come-se à mão", dizia a velha, e eu timidamente e com a imagem da Maga Patológica alternada com as bruxas de Goya na retina, ia-lhe dizendo timidamente, que "estava habituado a comer de faca e garfo"...aí acho que ia dando um AVC á velha..".churrasco à mão???j"á berrava ela com as órbitas saídas e eu a antever que mais ano menos ano ela precisaria de ser operada às cataratas...Bem...depois de uma luta desigual lá consegui fazer uma pinça com os dedos e tentar comer à mato...Só porque a fome era muita , quebrei uma tradição que estava desabituado já...Como já nessa altura estava a estudar em Portugal, à conta do que não vem ao caso, resolvi pedir para beber uma Bussaco, e aí o velho põe as mãos algo enegrecidas pelo carvão do churrasco em cima da mesa...Julgo que foi mesmo pq pegou nas patas do churrasco, pois o cozinheiro é que o preparava ,e olha-me com uns olhos e se não fosse o meu pai vir minha defesa e dizer que queria uma Coca-Cola, acho que tb dava uma paragem respiratória ao velhote...Mas ele prestável trouxe um copo empestável, que obrigou a por os meus maculados lábios de pessoa de bons costumes da cidade num gargalo, donde tive de tirar alguns pequenos objectos....Pagámos e gostei de ver a Canjala pelo retrovisor...Histórias do mato...na Angola colonial...Canjala 1973....No fim desta descrição ainda vai haver quem se atreva a dizer que o idiota desta película era eu....Ah...acabei por lavar as mãos no jeep do meu pai e urinar 5km à frente pois a casa de banho parecia a verdadeira nitreira, com um cheiro, que quase me obrigava a expelir o frango , algo queimado....ms era o que havia no mato!!
Um abraço
Fernando Pereira

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