Um adeus estival!
Como previ num dos artigos que
escrevi recentemente, o tal “Movimento pelo Interior” tem-se esfumado em
realizações.
Depois
da pompa e circunstância que rodearam a sua criação, com uma linguagem
demolidora para com a situação prevalecente, encontramo-nos hoje perante um
nado-morto. Nada que os que por aqui vivem não estejam habituados.
Vamos
falar de coisas sérias. Mais uma vez os professores voltam à berlinda, e os
seus detratores aproveitam as suas justas reivindicações, para zurzirem nos
seus líderes sindicais ou nos representantes das suas organizações
profissionais. Um País que não respeite os seus professores não respeita nada
nem ninguém. O maior inimigo dos professores bons, que são a maioria, são os
maus profissionais, que sendo uma minoria servem para que certa incompetente
gente os utilize e faça “bulling” sobre alguém a quem se entrega o melhor que
temos: os nossos filhos.
A
democracia evoluiu, mas a democraticidade nas escolas ainda não terá
ultrapassado tiques de anarquismo misturadas com um autoritarismo disfarçado de
um período de pré 25 de Abril de 1974. A fórmula encontrada para a gestão das
escolas é do mais canhestro que há, e transforma o espaço escola num lugar de
continuada campanha eleitoral, privilegiando os votantes em detrimento do
universo dos alunos.
A
degradação do ensino passa por isto, e a figura do diretor de agrupamento
deixou de ser pautada pela competência e afirmação coerente de responsabilidades
e transformada na do “tipo porreiro”, que dá a resposta adequada às
circunstâncias que lhe agradem em função de renovação de mandato.
É
urgente eliminar o “nacional-porreirismo” das escolas, e fazer-se um esforço
para que as avaliações sejam feitas para que todos os professores tenham bom e
muito bom, porque é isso que promove o laxismo e a desconsideração por uma
classe que devia ser a de maior prestígio no País.
Ninguém
pode querer igualdade nas classificações, tem que se exigir igualitarismo na
avaliação rigorosa e competente dos educadores, para que se estabeleça uma
hierarquia de competências que prestigie um modelo de ensino que deixe de ser
cataventista.
Os
sindicatos defendem o que os professores julgam querer ver defendidos, como
qualquer outra organização de classe, e as pessoas não devem estar sempre a
matraquear em cima de dirigentes eleitos só porque não se gosta da cor da
camisola que envergam. Os sindicatos são indispensáveis para construir o
edifício educativo do País, pelo que alguma sordidez nos ataques pessoalizados aos
seus dirigentes passam a ter um efeito boomerang e quem passa a vítima passam a
ser os alunos que a perpetuar-se a situação acumulam maus hábitos, e levam para
a vida alguma “caosificação” em que se transforma o modelo do ensino em
Portugal.
Como em
tudo há uma tabela alargada entre o muito bom e o mau. Não consigo é admitir
que sejam todos muito bons!
Fernando Pereira
7/9/3017
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