18 de junho de 2014
Pontuem o texto! / O Interior /12-6-2014
Semana cheiinha foi mesmo boa aqui na malta pouco habituada a estas coisas de muita gente engomada e engravatadamente falando alto e bom som no meio de aviões e tanques com muitas balas que presumo serem a fingir para comemorarem o aniversário do nascimento do olho nu que até devia ser um tipo cheio de sainete pois andava sempre a acoitar-se nos leitos das casadas e veio do oriente com um escravo para lhe pedir esmola nas ruas de Lisboa ao mesmo tempo que jazia nalguma enxerga já que ainda eram distantes os tempos dos colchões de esmolas que hoje vamos tendo para nos decubitar ventral ou dorsalmente na busca de um conforto que cada vez menos vamos encontrando no nosso quotidiano de dificuldades que cada dia são acrescidas e mais crescidas o que não deixa de ser uma valente estopada só mesmo comparável à postura das pessoas que cada vez mais confundem com impostura de estado e acham que o país avança a bom ritmo porque há novos sabores nos anúncios dos gelados e porque se consome muito mais cerveja nos festivais de verão que pululam um pouco por todo o lado com o beneplácito de tudo o que é autarca que já não se contenta com o conjunto da terra e por este andar qualquer dia temos mesmo que arranjar pastel para pagar um daqueles tipos que emergem no meio da fumaça com um camião grande cheio de material e umas poucas aves canoras algo despidas de preconceitos nomeadamente no que ao cantar diz respeito pois quanto ao resto estamos versados e conversados também abusados pelas circunstancias em que temos na fatura da luz a taxa do audiovisual e a alegria de saber que uma parte do nosso IMI é para cantorias acompanhadas de fontes iluminadas e luminosas com um funil virado ao contrário num local onde havia uma taberna que colocava o funil como devia ser ou melhor para o que servia de facto que era para encher garrafas e garrafões que iam ver-se esvaziados em copos que goelas esfalfadas permitiam doutas opiniões e em casos extremos poucos termos no comportamento habitual de cidadãos de um tempo em que a violência doméstica ultrapassava as portas e janelas de várias casas com o guarda noturno a assobiar para o ar e a farfalhar o bigodame que lhe dava um ar de grande autoridade e alguma pouco bem cheirosa importância talvez porque a farda fosse poucas vezes levada ao sabão ou aos glutões do Presto coisa que muita gente devia dizer de si que não mas limitam-se a comentar o que os outros fazem e a gesticular porque os outros são todos uns aldrúbias e uns ladrões que até querem que o pobre do tasqueiro pague impostos e que se fez mais movimento com o dez de Junho não tem nada que dar mais a esta quantidade de malandros que anda aí a gastá-lo à tripa-forra sem respeito pelos cidadãos que têm direito a dez TACs por ano e recusam-se a aceitar a energia nuclear como alternativa por causa das radiações e outras tretas que a malta vai falando um pouco por aí assim sem pontuação para se entender ainda menos e tornar o artigo mais difícil de ler e assim ter direito a ser comparado a Saramago já que muitos dizem que não gostam dele porque não pontua os escritos e as edições que faz e que li devem ser contrafeitas pois trazem pontuação mas como quem o critica muito mesmo nem a lombada se atreveu a ler quanto mais a badana não ousando sequer lembrarmo-nos que havia um livro escrito pelo que só me apetece acabar lembrando-me que não foi boa ideia o Camões trazer o escravo Jau que come e bebe todos os dias quando podia ter trazido do oriente uma arca de cânfora que talvez lhe valesse um visto gold pela contribuição que deu à semiótica no sentido real da palavra e não noutras aleivosias de intelectualidade.
Fernando Pereira-7/06/2014
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