23 de janeiro de 2009

Efemerizando!!! / Ágora / Novo Jornal / Luanda 23-01-09



Em 15 de Janeiro de 1975, foi assinado entre o MPLA, UNITA e FNLA e Portugal o famigerado “Acordo do Alvor”, que Agostinho Neto sempre recordou como “Acordos da Penina”.
Gustavo Costa numa crónica recente neste hebdomadário, mostra alguma indignação por não terem sido chamadas “outras gentes” à partilha do poder na independência de 11 de Novembro de 1975.
È desnecessário estar aqui a refutar algumas das afirmações do Gustavo Costa, relativamente ao assunto, mas esqueceu-se do chamado “factor português” nas conversações, e a pressa de se resolver um problema que já vinha durando catorze anos, sem solução política e militar à vista.
As colónias sempre foram um factor de discussão abafada no quotidiano de Portugal e nos territórios por si ocupados, e procurava-se de todo, que toda a gente se fosse esquecendo delas, ou melhor que apenas uns quantos pudessem beneficiar.
Em 1931, no “Jornal” escreveu-se: “Para o futuro que antevejo para Portugal, as colónias não só não são precisas para nada como são um fardo”. Não foi preso o colunista porque era um beberrão, que as pessoas não davam grande crédito. Era Fernando Pessoa, provavelmente um dos maiores poetas da língua portuguesa.
Voltando a outros temas mais brandos, lembrei-me que Popeye fez oitenta anos. E. C. Segar criou este marinheiro, herói da BD e da “espinafrocracia americana”, que conseguiu que as mães americanas fizessem os seus filhos comer espinafres, aumentando o seu consumo, na ordem dos 30% na dieta alimentar dos estadunidenses.
A anoréctica Olívia Palito, sua eterna namorada, sempre disputada com o Brutus, um musculado de corpo e mente, de mau aspecto, que exigia a Popeye o recurso à dopagem: os espinafres.
As campanhas anti-tabágicas que já tinham obrigado o Lucky-Luke a alterar a sua imagem, obrigaram Popeye a largar o seu cachimbo, o que lhe terá retirado alguma piada, bem como refrear alguma da sua força, já que houve contestação por parte de pedopsiquiatras, sobre a violência de algumas das suas manifestações na tela.
Já que se fala em efemérides na BD, comemorou-se também recentemente os oitenta anos do primeiro aparecimento do famoso e controverso repórter “Tintin”.
O belga Hergé (Georges Prosper Remi (22 de maio 1907 - 3 de março 1983), o seu criador é um dos mais reputados da BD europeia, numa Bélgica de grande tradição na Banda Desenhada.
Independentemente da misoginia de Tintin, ou as sua discutida homosexualidade, uma das situações que me confunde é a sua extraordinária popularidade no Congo, pois a sua obra “Tintin no Congo” é eivada de um racismo, que de facto pode e deve ser considerado um dos livros de referencia no racismo, rivalizando num patamar de igualdade, com os filmes interpretados por Johnny Weissmuller, ou aquela versão esquisita da Agencia Portuguesa de Revistas do “Fantasma”, uma lusa criação do tipo “Homem Aranha” em plena selva equatorial, conhecido pelo “Duende que caminha”!!!
Já que hoje falei de tanta coisa diferente, porque não encerrar com algo que nada que tenha ver com o que já se escreveu: «Deixa-me falar-te sobre os muito ricos», disse um dia F. Scott Fitzgerald. «Eles são diferentes de ti e de mim.» Ao que Ernest Hemingway replicou: «Sim… Têm mais dinheiro.»!

Fernando Pereira
17/01/09

4 comentários:

Fernando Ribeiro disse...

Caro Fernando Pereira,

Permita-me que faça uma correcção a esta sua afirmação:

(...) aquela versão esquisita da Agencia Portuguesa de Revistas do “Fantasma”, uma lusa criação do tipo “Homem Aranha” em plena selva equatorial, conhecido pelo “Duende que caminha”!!!

O tal "Fantasma", personagem de banda desenhada que afirma ter sido uma lusa criação, é, de facto, uma criação americana. Pode confirmar nesta página em francês da Wikipedia, por exemplo.

Um abraço

Anónimo disse...

De; S.S. Potêncio (Autor de : "Os Gambuzinos" - com "u")

Apesar da idade e da experiência com informática, eu ainda me considero um "azelha" ou será um "nabo" ou talvez ... quem sabe um "matuto" simplório, saloio ou matarroano nestas coisas de literatura moderna inserida no novo acordo ortográfico?!... sei la´!!! ... o importante é falarmos e escrevermos na lingua de todos nós. - o Português!... pois bem:
recebi este email com o endereço deste blog que pelo visto tem origem em Angola e, so isso já me desperta o interesse em me comunicar com gente dessa terra que não vejo há quase 34 anos!
Se possivel gostaria de receber de volta uma resposta a este recado pelo meu email pessoal : sspotencio@yahoo.com.br
MUITO OBRIGADO
Silvino Potêncio - Emigrante Transmontano - O Home de Caravelas-Mirandela

Anónimo disse...

Companheiro...Porra, esse puto ainda queria chamar mais gente para a partilha de Angola ?????
Na verdade o único que tinha legitimidade para ficar com o território era o MPLA pois era o único que lutava nas matas contra o exército colonial fascista. A FNLA já estava militarmente desactivada e a UNITA era um fantoche do governo colonial que servia para chatear o MPLA.

Anónimo disse...

Amigo fernando pereira,...já agora se me der licença respondo a este puto Potêncio,...deve ser gajo da minha idade e penso que está no Brasil tal como eu.

Pois bem puto Potêncio, eu também estive em Angola de 72 a 74 e agora estou no nordeste do Brasil e acho que tu és um puto que põe anúncios no Portugal Digital, estou enganado ???

Um abraço!

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